DISMENORRÉIA EM ACADÊMICAS DE FISIOTERAPIA DA URI – SÃO LUIZ GONZAGA: PREVALÊNCIA, FATORES ASSOCIADOS E INFLUÊNCIA NAS ATIVIDADES DIÁRIAS
Por: Emily Prestes • 21/6/2019 • Trabalho acadêmico • 2.258 Palavras (10 Páginas) • 336 Visualizações
DISMENORRÉIA EM ACADÊMICAS DE FISIOTERAPIA DA URI – SÃO LUIZ GONZAGA: PREVALÊNCIA, FATORES ASSOCIADOS E INFLUÊNCIA NAS ATIVIDADES DIÁRIAS
ANDRADE, Deise Fonseca
PRESTES, Emily da Rosa
REIS, Daíse Natália Miranda
SANTOS, Katia Marques
OLIVEIRA, Marzane Bolzan Morais
POPPE, Jean Lucas
INTRODUÇÃO
A dismenorreia, também conhecida como cólica menstrual, é um dos problemas ginecológicos mais prevalentes entre adolescentes e adultas jovens, definida como uma dor pré-menstrual presente em 80% das mulheres, com prevalência na adolescência, a dor cíclica menstrual é classificada conforme suas manifestações, dividida em primária e secundária, sendo a primária a mais frequente, caracterizada clinicamente como uma dor em cólica na região inferior do abdome no início da menstruação, podendo continuar por alguns dias, na ausência de qualquer patologia pélvica, diferentemente da secundária provocada em consequência de patologias uterinas. ( SILVA, 2016).
Segundo a International Pélvic Pain Society, a dor pélvica crônica é definida como um quadro doloroso, cíclico ou não, na região inferior do abdome ou pelve, e se manifesta com sintoma álgico considerado uma síndrome, essa dor pode ser representada como dismenorreia, desconforto crônico relacionado ou não ao ciclo menstrual ou fator desencadeante. (KAMEYAMA, 2005).
De acordo com Frare, (2014), a proporção da dor menstrual mostra que vários fatores podem estar relacionados a este distúrbio, os quais compreende, a idade menor, tabagismo, menarca precoce e o fluxo menstrual intenso ou prolongado.
A dor pode ser classificada a partir da intensidade, sendo, leve, moderada e acentuada, sendo a dor menstrual de grau leve, aquela que não compromete as atividades frequentes da mulher, na intensidade moderada a dor interfere nas tarefas e pode durar todo o ciclo menstrual, já no grau acentuado, a dor não possibilita o desempenho normal das atividades diárias, e pode ocasionar alterações vasculares ou gastrointestinais. (FRARE,2014). Portanto, esse estudo tem como objetivo avaliar a prevalência, fatores associados e influência da dismenorreia nas atividades diária em acadêmicas do Ensino Superior, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, Campus, São Luiz Gonzaga.
METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa de campo realizada com acadêmicas do Curso de Fisioterapia, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, Câmpus São Luiz Gonzaga, através de um questionário elaborado com cinco questões abordando o tema da pesquisa. Também foram consultadas bases de dados como LILACS, Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) como fonte de dados a fim de basear e fundamentar a parte teórica da pesquisa e, também, com o objetivo de compreender e melhor explicar o tema e os problemas encontrados com a coleta dos dados. Foram excluídos da pesquisa aqueles questionários onde as participantes relataram não apresentar cólicas menstruais.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para testar a normalidade dos dados obtidos quanto à presença de cólicas menstruais nas participantes, foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk, onde o valor constou p=0,41, indicando que os dados possuem distribuição normal (p>0,05). O mesmo teste foi utilizado para testar a normalidade dos dados em relação à influência das cólicas menstruais nas atividades de vida diária das participantes, relatadas através da Escala Visual Analógica (EVA), onde o valor foi p=0,25, confirmando a normalidade dos dados.
Foi utilizado o teste de Correlação Spearman’s rs para a comparar o número de sintomas apresentado por cada individuo e a influência dos mesmos em sua qualidade de vida, analisada através da EVA. Primeiramente, foi testada a normalidade dos dados, onde o valor de p=0,00 para os dados da sintomatologia e p=0,03 para a qualidade de vida, dessa forma, os dados possuem distribuição não normal. Para o teste de Correlação, resultado foi p=0,57, indicando que existe uma correlação moderada entre os dados comparados.
RESULTADOS
Através da coleta de dados realizada por meio de questionários, foi possível obter 24 resultados das acadêmicas do Curso de Fisioterapia da URI -São Luiz Gonzaga. A Tabela 1 apresenta o número de participantes que relataram determinada classificação de quanto à cólica menstrual influencia nas suas atividades de vida diária, de acordo com a EVA. Foi possível observar que na maioria dos casos a cólica menstrual influencia de forma negativa na qualidade de vida (QV), tendo em vista que a sintomatologia aumenta durante esse período.
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Tabela 1. Número de relatos de participantes que informaram determinada classificação de suas atividades de vida diária durante os dias em que apresentam cólica menstrual, de acordo com a Escala Visual Analógica (EVA).
A Tabela 2 representa a quantidade de sintomas que cada participante apresenta, bem como, sua classificação de qualidade de vida na Escala Visual Analógica – EVA. A respectiva tabela foi utilizada para a análise de correlação (Spearmans’s rs) para verificar se o número de sintomas que cada indivíduo apresenta tem relação com a classificação de suas AVD’s durante o período menstrual.
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Tabela 2. Participantes, numerados de 1º à 24º, número de sintomas que cada um apresenta e sua classificação de qualidade de vida na Escala Visual Analógica - EVA.
O gráfico 1 representa o número de pessoas que relataram apresentar enxaqueca, irritabilidade, cansaço, inchaço, ansiedade, dores na coluna e depressão durante o fluxo menstrual. Para amenizar os sintomas, cerca de 70% das participantes da pesquisa relataram fazer uso de medicamentos, sendo que nenhuma participante relatou fazer fisioterapia ou exercícios físicos como recurso de tratamento.
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Gráfico 1. Número de pessoas que apresentam determinados sintomas relacionados à cólica menstrual.
DISCUSSÃO
O ciclo menstrual dura em média 28 dias, onde os hormônios preparam o útero da mulher para a fecundação, gerando o folículo uterino que cresce até se formar um óvulo. Se a fecundação desse óvulo não ocorre, ele se transforma em corpo lúteo e as paredes internas do útero se descamam em forma de sangue, ocorrendo então à menstruação. A dismenorreia ou cólica menstrual é uma condição que acomete a maioria das mulheres durante o fluxo menstrual, causando vários desconfortos e diminuindo a qualidade de vida da mulher.
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