EFEITO AGUDO DO TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO NA RESPOSTA DO SENSO DE POSIÇÃO ARTICULAR DO TORNOZELO
Por: Felipe Stigger • 19/8/2016 • Trabalho acadêmico • 3.812 Palavras (16 Páginas) • 649 Visualizações
Centro Universitário Metodista - IPA
Curso de Fisioterapia
EFEITO AGUDO DO TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO NA RESPOSTA DO SENSO DE POSIÇÃO ARTICULAR DO TORNOZELO
Felipe de Souza Stigger
Porto Alegre, Maio de 2007
FELIPE DE SOUZA STIGGER
EFEITO AGUDO DO TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO NA RESPOSTA DO SENSO DE POSIÇÃO ARTICULAR DO TORNOZELO
Monografia apresentada como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia do Curso Superior de Fisioterapia, Centro Universitário Metodista - IPA.
Orientadora: Profº Daniela Aldabe
2007/01
RESUMO
Objetivos: Verificar o comportamento agudo do senso de posição articular (SPA) como resposta ao treinamento proprioceptivo.
Delineamento: Os sujeitos foram alocados em um grupo de treinamento ou em um grupo controle. O grupo experimental (GE) realizou sete minutos de treinamento em um balanço proprioceptivo. O grupo controle (GC) não participava deste treinamento ou de qualquer outro.
Sujeitos: Dezenove sujeitos do sexo feminino sem história prévia de lesão em tornozelo, idade = 23.53 ± 1.90 anos, altura = 164.21 ± 4.50 cm, peso = 57.05 ± 3.87 Kg voluntariamente participaram do estudo.
Avaliação: Realizamos o teste de senso de posição articular (SPA) com vídeo goniometria à aproximadamente 20º de flexão plantar ou em ortostase ou em sedestação.
Resultados: Houve uma diminuição dos escores de erros no GE porém não foi significativo. Excelente correlação entre a vídeo goniometria e a goniometria convencional (CCI=1.00). Alto CCI entre teste/re-teste em teste de SPA em ortostase.
Conclusão:
ABSTRACT
Objectives: To verify the acute behaviour of the proprioception as response to proprioceptive training.
Design: Subjects were allocated in a training group or control group. The experiment group (EG) had seven minutes of training in a proprioceptive balance. The control group (CG) did not participate on this training or any other.
Subjects: Nineteen female subjects with no previous history of ankle injury, age = 23.53 ± 1.90 years old, height = 164.21 ± 4.50 cm, weight = 57.05 ± 3.87 Kg voluntarily participated of the study.
Evaluation: We performed the test of joint position sense (SPA) with video goniometry at approximately 20º of plantar flexion or in orthostasis or seated.
Results: There was a decrease of the scores of errors at the EG, but not a significative one. Exelent correlation among the video goniometry and the conventional goniometry (ICC=1.00). High ICC on the test/re-test in JPS test in orthostasis.
Conclusion: The hability of the video goniometria in evaluating joint angles is as good as the conventional goniometry,and it can be used for the evaluation of the proprioceptive status with a high CCl on the test/re-test when applied in orthostasis.
INTRODUÇÃO
O termo Propriocepção foi primeiramente introduzido por Sherrington em 1906. Segundo Ashton-Miller1, Sherrington teria combinado termos do latim como (re) ceptus, que significa o ato de receber e propius significando próprio, de sí. Desde então inúmeras pesquisas tiveram como objetivo determinar os mecanismos do controle periférico, investigando aspectos da propriocepção e do controle neuromuscular para podermos melhor definir a propriocepção.
Originalmente, o termo, foi definido como informações aferentes derivadas de receptores especiais, denominados proprioceptores, para o sistema nervoso central (SNC)2,3,4,5 A atividade muscular e o movimento articular, tanto conscientemente como inconscientemente, são produtos do processamento dessas informações pelo SNC6
Baseados na descrição de Sherrington, Riemann e Lephart2 descreveram o campo como áreas internas do corpo com a presença de células capazes de responder a mudanças das estruturas que se encontram. Esses mecanoceptores são responsáveis pelas informações proprioceptivas. Assim, impulsos gerados por esses receptores, localizados nos músculos, tendões, cápsulas articulares, ligamentos e pele, são referentes a mudanças do comprimento e tensão muscular, da posição e movimento articular6,7.
Dois receptores desempenham um papel importante na propriocepção. Estes são: fusos musculares e órgão tendinoso de Golgi (OTG). Fusos musculares são considerados receptores de estiramento e respondem a mudanças no comprimento muscular e, conseqüentemente, responsáveis por fornecer informações referentes à posição articular8, assim como ao movimento9.
Segundo Guyton10, os OTGs localizados “dentro dos tendões musculares e imediatamente adiante de suas inserções nas fibras musculares”, detectam estímulos referentes à tensão muscular11 fornecendo o senso de força9.
Tanto os fusos musculares como os órgãos tendinosos de Golgi são considerados receptores de adaptação lenta, transmitindo ao SNC impulsos enquanto houver o estímulo. Dessa forma, informam de forma contínua o estado de contração e carga muscular10.
Outra variedade de receptores, como os receptores articulares e cutâneos, contribui para as informações sensoriais. Ferrell et al12 e de Konradsen et al13 sugerem que impulsos de receptores articulares podem produzir sinais perceptíveis de movimento articular.
Recentemente a propriocepção tem sido relacionada a medidas de senso de posição articular (SPA), considerada uma submodalidade da propriocepção4,14. Esta mesma variável segundo Mathews15 em citação ao trabalho de Sherrington, é denominada de: senso muscular de postura.
Várias técnicas para mensuração da propriocepção foram desenvolvidas. SPA é uma das técnicas mais utilizadas em pesquisas que envolvem a propriocepção. Esta técnica consiste na habilidade de reproduzir ângulos articulares, podendo ser executada tanto passivamente como ativamente2,3,14.
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