TRABALHO SOBRE A HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA NO BRASIL
Por: Vitória Godoi • 5/7/2022 • Abstract • 1.057 Palavras (5 Páginas) • 241 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
VITÓRIA NUNES DE GODOI
HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA NO BRASIL
JACAREZINHO
2021
VITÓRIA NUNES DE GODOI
TRABALHO SOBRE A HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA NO BRASIL
Matéria de Introdução à Fisioterapia
Docente: Prof° Dra° Camila Costa de Araújo
JACAREZINHO
2021
As primeiras práticas fisioterapêuticas realizadas no Brasil, assim como a grande maioria das coisas, advêm da chegada da família real ao Rio de Janeiro, em 1808. Com a instalação da corte portuguesa nas terras brasileiras, medidas foram necessárias para atender aos luxos aos quais esses estavam acostumados. Com isso, a questão sanitária da nova capital do Brasil foi reavaliada e logo surgiram as primeiras escolas médicas.
Recursos como calor, frio, massagem ou movimentos corporais, que hoje são de domínio dos fisioterapeutas, eram muito utilizados pelos médicos da época. Com o passar dos anos e o avanço da ciência, centros de eletroterapia e hidroterapia foram sendo criados pelos chamados “médicos de reabilitação”.
Em 1929, na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo iniciou-se de forma mais formal e conhecida os primeiros tratamentos fisioterapêuticos, sem essa denominação ainda. Em 1951 foi criado o primeiro curso para formação de fisioterapeutas, entretanto, ainda não como curso superior, e sim como um curso técnico. Esse, assim como a maioria dos cursos da época tinha a duração de 1 ano. Os profissionais técnicos em Fisioterapia eram chamados de fisioterapistas. Posteriormente, o curso passou a ter a duração de 2 anos.
Nessa época, dois fatores influenciaram muito para o desenvolvimento da fisioterapia: a 2° Guerra Mundial e a epidemia de poliomielite. No primeiro caso, com vários soldados machucados, os centros de reabilitação foram cruciais para o tratamento daqueles que serviram ao país. Já com a poliomielite, os tratamentos fisioterapêuticos inibiam e evitavam a evolução das sequelas motoras deixadas pela doença, a fim de garantir a qualidade de vida dos pacientes.
Em 1959 foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapeutas (ABF) que se filiou a WCPT (World Confederation for Physical Therapy), cujo objetivo era buscar o amparo técnico-científico e sócio-cultural para o desenvolvimento da profissão. Por ser um curso técnico, em 1963, conforme parecer 388/63, do Conselho Federal de Educação, o fisioterapeuta passa a ser caracterizado como auxiliar médico, só podendo trabalhar sob a orientação e responsabilidade do mesmo, eram chamados Técnicos em Fisioterapia. Somente em 1969, já com 3 anos de duração, a fisioterapia foi reconhecida como um curso de nível superior.
No dia 13 de outubro de 1969, a partir do Decreto lei n° 938, o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional passam a ser regulamentados do ensino superior. 6 anos depois, em 17 de dezembro de 1975, criou-se o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia (COFFITO) e Conselhos Regionais (CREFITOs) conforme a Lei 6316. O COFFITO assumiu a função de legislar, estabelecendo o código de Ética normalizando a profissão e a atuação do Fisioterapeuta. O CREFITO coube a função de legalizar e fiscalizar o exercício profissional. Em 1983, o Conselho Federal de Educação, através da resolução nº 04 de 28 de fevereiro de 1983, edita o currículo mínimo para a Fisioterapia com 4 anos letivos.
Em dezembro de 1997, a Secretaria de Ensino Superior do MEC convocou as Instituições de Ensino Superior (IES), para apresentarem propostas de Diretrizes Curriculares para os cursos de graduação. Durante os anos de 1998 e 1999, as entidades de classe e governamentais, coordenadores de cursos, docentes, discentes e profissionais interessados, foram convocados para debater e propor ao MEC as diretrizes gerais que deveriam nortear o ensino da Fisioterapia no Brasil.
O resultado desses debates culminou na sistematização das propostas feitas por fisioterapeutas, que compuseram uma Comissão de Especialistas de Ensino, nomeada pelo MEC. Essas diretrizes gerais receberam novas sugestões e críticas da comunidade e foram encaminhadas ao Conselho Nacional de Educação. Por ter mobilizado uma ampla parcela da comunidade interessada, o MEC esperava conferir legitimidade ao processo. Em 19 de fevereiro de 2002, o Conselho Nacional de Educação institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia através da Resolução CNE/CES Nº 4.
Atualmente, o curso de fisioterapia dura de 4 a 5 anos, dependendo da instituição. Faz parte da área da saúde e tem 15 especialidades reconhecidas pelo COFFITO. São elas:
- Fisioterapia em Acupuntura
- Fisioterapia Aquática
- Fisioterapia Cardiovascular
- Fisioterapia Dermatofuncional
- Fisioterapia Esportiva
- Fisioterapia em Gerontologia
- Fisioterapia do Trabalho
- Fisioterapia Neurofuncional
- Fisioterapia em Oncologia
- Fisioterapia Respiratória
- Fisioterapia Traumato-Ortopédica
- Fisioterapia em Osteopatia
- Fisioterapia em Quiropraxia
- Fisioterapia em Saúde da Mulher
- Fisioterapia em Terapia Intensiva
A fisioterapia, ao longo de sua história, atuou de modo prioritário no nível terciário, destinando-se à cura de determinadas enfermidades e/ou à reabilitação de sequelas e complicações. Seu objeto de intervenção tem sido o sujeito individualizado, quando não apenas partes ou órgãos isolados de seu corpo. Um dos fatores que contribuem para explicar essa situação é a própria opção da fisioterapia em constituir-se como profissão liberal, direcionada para o atendimento à classe média e aos estratos de maior poder econômico. Durante muitos anos, o fisioterapeuta atuou como profissional autônomo, com atividade desenvolvida quase sempre em clínicas privadas, centros de reabilitação ou hospitais e voltada para a reabilitação de disfunções do sistema musculoesquelético. De fato, ocorreu certa letargia, em discutir, apresentar e reconhecer proposições sobre as contribuições da fisioterapia para promoção da saúde e prevenção de doenças, além da intervenção em âmbito coletivo.
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