PERDA AUDITIVA E ZUMBIDO NO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
Por: Grazi Souza • 5/11/2018 • Monografia • 4.702 Palavras (19 Páginas) • 533 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÒGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
RENATA GRAZIELLE SOUZA SANTOS[pic 2]
TATIANE COSTA CARNEIRO
PERDA AUDITIVA E ZUMBIDO NO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
São Cristóvão
2016
RENATA GRAZIELLE SOUZA SANTOS[pic 3]
TATIANE COSTA CARNEIRO
PERDA AUDITIVA E ZUMBIDO NO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
Trabalho apresentado ao Departamento de Fonoaudiologia como requisito parcial à conclusão do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Sergipe para obtenção do grau de Bacharel em Fonoaudiologia.
Orientadora: Prof. Ms. Priscila Feliciano de Oliveira
São Cristóvão
2016
SANTOS, R.G.S.; CARNEIRO, T.C. Perda auditiva e zumbido no câncer de cabeça e pescoço. Trabalho de Conclusão de Curso – Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2016.
RESUMO
Introdução: A literatura aponta que indivíduos com neoplasia de cabeça e pescoço apresentam maiores queixa, devido à localização anatômica do câncer, pois os órgãos afetados são responsáveis pelas funções da: respiração, fala, deglutição, entre outros. Os tratamentos antineoplásicos utilizam-se de agentes ototóxicos que podem causar perda auditiva nestes indivíduos, produzindo assim um impacto na comunicação. Objetivo: Caracterizar as alterações dos limiares auditivos nos sujeitos com câncer de cabeça e pescoço. Metodologia: Foi realizada avaliação audiológica em 36 indivíduos voluntários de ambos os gêneros, divididos igualmente entre grupo de estudo e grupo controle. O grupo controle foi composto de sujeitos com limiares auditivos dentro da normalidade sem doenças metabólicas. O grupo de estudo foi proveniente do setor de oncologia de um hospital público de Sergipe e todos os indivíduos estavam com tratamento oncológico finalizado ou em progresso para neoplasia de cabeça e pescoço. Os procedimentos realizados foram: anamnese, meatoscopia, audiometria tonal convencional e logoaudiometria para confirmar os achados. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 33665014.7.0000.5546. Resultados: 50% dos indivíduos eram do gênero masculino e 50% do gênero feminino com média de idade de 49,5 anos. A maior parte da amostra apresentou perda auditiva do tipo neurossensorial caracterizada por mudanças a partir da frequência de 3kHz. 55% dos indivíduos do grupo com perda auditiva apresentou zumbido, porém não foi observada relação estatisticamente significante (p=0,12). 25% auto relataram piora na audição pós início do tratamento oncológico, mas este dado também não apresentou significância estatística com o diagnóstico da perda auditiva (p=0,61). Na comparação entre os indivíduos com limiares normais no grupo de estudo e no grupo controle, foi observado limiares auditivos aumentados no grupo de estudo em relação aos do grupo controle. Conclusão: A perda auditiva mais comumente encontrada nos pacientes oncológicos é a neurossensorial, acometendo as frequências a partir de 3kHz e a queixa mais comum é o zumbido.
Palavras-chave: ototoxicidade, perda auditiva, câncer
LISTA DE FIGURAS
Figura1. Distribuição dos limiares auditivos do grupo controle e de estudo, por orelha (n=72).
Figura2. Distribuição dos limiares auditivos das frequências de 3 a 8 kHz do grupo controle e de estudo, por orelha (n=72).
Figura 3. Distribuição dos limiares auditivos normais do grupo estudo com o controle das frequências de 250 Hz a 2kHz, por orelha (n=72).
Figura 4. Distribuição dos limiares auditivos normais do grupo estudo com o controle das frequências de 3kHz a 8kHz, por orelha (n=72).
Figura 5. Distribuição dos limiares auditivos alterados no grupo de estudo nas frequências sob teste (n=42).
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Distribuição da população estuda em relação à média da idade.
Tabela 2. Valores de P para os limiares auditivos normais nas diversas frequências de teste do grupo controle e de estudo (Teste Mann Whitney).
Tabela 3. Distribuição da queixa de zumbido do grupo de estudo por orelha (n=36).
Tabela 4. Valor de p no teste Mann Whitney para os sujeitos que realizaram o tratamento de quimioterapia e radioterapia concomitante (n=08).
Tabela 5. Valor de p no teste Mann Whitney para os sujeitos que utilizaram cisplatina durante tratamento (n=07)
Introdução
O câncer de cabeça e pescoço representa 5% do total de diagnósticos das neoplasias e inclui tumores localizados na pele e lábios, cavidade oral, nasal e seios paranasais, meato acústico externo e ouvido médio (VILAR e MARTINS, 2012). A literatura aponta que indivíduos com este tipo de neoplasia apresentam maiores queixas, devido à localização anatômica do tumor, podendo comprometer aspectos importantes do ponto de vista biopsicossocial e funções como a respiração, fala, mastigação, deglutição, olfato, paladar, entre outros. (MACHADO et al, 2009).
Os tratamentos preconizados pela equipe médica tais como a radioterapia e a quimioterapia, apresentam efeitos ototóxicos e podem lesar o órgão da audição, o que pode favorecer o comprometimento da comunicação oral (GILLIGAN et al, 2015). Observa-se piora do quadro audiológico no câncer de cabeça e pescoço quando o tratamento radioterápico está associado ao quimioterápico, principalmente quando há o uso de substâncias do grupo da platina. Desta forma, é comum o diagnóstico de perda auditiva nesta população, sendo que o tratamento antineoplásico é um dos principais complicadores que caracterizam alterações dos limiares auditivos (DELL’ARINGA et al, 2010).
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