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A Mortalidade Fetal

Por:   •  23/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  7.106 Palavras (29 Páginas)  •  251 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A gravidez e o parto são experiências especiais na vida da mulher e do seu parceiro, que envolve também suas famílias e a comunidade. A gestação e o parto são eventos que constituem uma experiência humana das mais significativas, com potencial enriquecedor para todos que dela participam. No entanto, eventos inesperados podem ocorrer durante a gestação e no parto, os quais poderão vir a determinar ameaça à vida materna, podendo ocasionar a perda fetal (TELLES, 2002).

O óbito fetal pode ser dividido em precoce, intermediário e tardio. O óbito fetal precoce é aquele que acontece antes da 20ª semana gestacional (aborto); o óbito fetal intermediário é aquele que acontece com idade gestacional entre a 20ª e 28ª semana; e, é considerado óbito fetal tardio aquele com idade gestacional acima da 28ª semana ou com peso ao nascer acima de 1000g. (ALMEIDA et al., 2006).

Para fins de estatísticas de mortalidade fetal, são considerados somente os óbitos que ocorrem a partir da 22ª semana completa de gestação (154 dias), correspondendo a morte de fetos com peso de 500 gramas ou mais e/ou estatura igual ou superior a 25 cm. Sua avaliação é feita através do cálculo do coeficiente de natimortalidade, feito com base no número de óbitos fetais divido pelo número de nascimentos totais (vivos e óbitos fetais) de mães que afluem no local e período considerados.

A morte fetal representa o insucesso do processo gestacional, seja para a mulher e sua família, seja para o profissional de saúde responsável por sua vigilância. Além do inevitável vínculo psicológico para a gestante, também pode se associar a incremento da morbidade e mortalidade materna, em decorrência de complicações como hemorragias, coagulopatia e infecções (VARDANEGA et al.,2002).

Apesar do coeficiente de natimortalidade desvelar dados valiosos sobre as condições de saúde e assistência durante o pré-natal e o parto, a mortalidade fetal como problema de saúde pública tem ganhado pouca atenção e pouco se tem estudado a seu respeito separadamente das mortalidades perinatal e infantil (CAMARGO, 2008).

A mortalidade fetal tem sido atribuída a problemas relacionados à atenção pré-natal, tais como deficiência de acesso do pré-natal, baixa cobertura e qualidade, captação tardia de gestantes e falhas na identificação precoce de risco gestacional (CESAR et al., 2011; FONSECA; COUTINHO, 2010; MALTA et al., 2010).

PROBLEMA

A mortalidadea fetal é definida, segundo a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial de Saúde (2008), como a “Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez”. Indica o óbito, o facto de que o feto, depois da separação do corpo materno, não respirar nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como: batimentos cardiáco, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efectivos dos músculos de contração voluntária. Factos que causam efeitos negativos na imagem do Hospital 1º de Maio perante os utentes dos serviços oferecidos pelo o referido hospital.

Nesse sentido, o problema a ser pesquisado é: Quais são as causas da mortalidade fetal no Hospital 1ºde Maio, segundo as causas declaradas e os factores de risco associados, que podem ser evidenciadas através das informações contidas nas declarações de Óbitos de natimortos de mães que afluiram, especificamente entre a área de maternidade e área de neonatologia no período de 2014 e acções de melhorias para o Hospital 1º Maio?

OBJE CTIVOS

1. Objectivo Geral

Identificar as causas de óbitos fetais.

2. Objectivos Específicos

a) Calcular e demonstrar a taxa de mortalidade fetal, do ano 2014 no Hospital do 1º de Maio;

b) Descrever a frequência e distribuição dos óbitos fetais, segundo fatores associados inerentes as circunstâncias do parto.

c) Fazer uma pesquisa de campo do Hospital 1º de Maio, visando verificar como são realizadas as consultas pré-natais e os partos.

d) Detectar os problemas encontrados e fazer sugestões sobre possíveis melhorias no processo.

HIPÓTESES

As características epidemiológicas das principais causas básicas de mortalidade fetal estão disponíveis nas declarações de Óbito, todavia, nem todos os factores de risco associados estarão.

Nesse sentido, as hipóteses que serão testadas são:

 As falhas existentes nas consultas pré-natais.

 Negligência no acompanhamento no seguimento pré-parto.

 As falhas decorrentes na reanimação e sala de parto.

VARIÁVEL DEPENDENTE

Mortalidade fetal.

VARIÁVEIS INDEPENDENTES

- Idade e nível de escolaridade;

- Condições socio-económicas;

- Educação para saúde materna;

-Novas Tecnologias de informação e comunicação;

ESCOLHA E INTERESSE DO TEMA

A mortalidade Fetal é a menos valorizada dos itens da mortalidade em geral, provavelmente devido às dificuldades em esclarecer suas causas, resultando em escassos relatórios sobre este tipo de morte e declarações de Óbito com causa não especificada. Sendo a mortalidade fetal um problema da saúde materno-infantil muito pouco estudado no país, surgiu o interesse em realizar esta investigação, a partir das declarações de Óbito, a fim de evidenciar os possíveis factores de risco relacionados, na população que frequenta o Hospital do 1º de Maio, com vistas a promover acções que visam reduzir a mortalidade fetal.

Avaliando-se a realização de estudos relativos ao perfil epidemiológico da mortalidade fetal no Hospital em causa, apenas foram identificados alguns estudos ponctuais sobre a mortalidade fetal em Recife. Assim, este estudo pretende caracterizar a evolução dos óbitos fetais no Hospital do 1º de Maio, a fim de identificar as causas e os factores de riscos associados à mortalidade fetal, e fornecer subsídios para a identificação e formulação das políticas

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