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A Patologia Oncológica

Por:   •  30/11/2017  •  Seminário  •  1.795 Palavras (8 Páginas)  •  351 Visualizações

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TEXTO – O QUE É ETNOCENTRISMO?

DEFINIÇÃO

→ visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo, e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência.

→ julgamento da cultura do outro com base nos termos da cultura do próprio “eu”.

O etnocentrismo pode se expressar de várias formas dentre elas:

→Etnocentrismo cordial – quando há a visão etnocêntrica, porém sem maiores consequências. Exemplo: homem branco que dá ao índio um relógio e este índio o põe na parede como objeto de decoração, ou seja, ocorreria apenas um estranhamento por parte do homem branco ao ver aquilo.

     Por que então a visão etnocêntrica seria errada?

Porque quando fazemos isso negamos ao outro aquele mínimo de autonomia necessária para falar de si mesmo. Ou seja, utilizamos nossa própria visão das coisas para classificar algo. Exemplo matador: alguns livros de história diziam que os índios eram incapazes de trabalhar nos engenhos porque eram preguiçosos e indolentes. Ora, como aplicar tais adjetivos como indolente ou preguiçoso a um povo que se recusa a trabalhar como escravo, numa lavoura que não é a sua, para a riqueza de um colonizador que sequer é seu amigo: antes, muito pelo contrário, esta recusa é no mínimo sinal de saúde mental.

      Em contrapartida, há várias ideias que se opõem ao etnocentrismo. Uma das mais importantes é a relativização.

RELATIVIZAR: É não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores (ou seja, ao analisar cultura indígena x cultura do homem branco, não falar que a do homem branco é mais desenvolvida e melhor, mas sim analisar cada uma de acordo com sua própria óptica), ou bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença.

       O estudo dessas tais diferenças entre os seres humanos e os grupos sociais deram origem a uma ciência que atualmente denominamos Antropologia Social.

  A antropologia social, dessa forma, teve uma gama de pensamentos que procuraram explicar as tais diferenças. Dentre eles podemos citar: evolucionismo e difusionismo.

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     Através desse novo pensamento, as tais diferenças entre os seres humanos seriam explicadas pelo grau de evolução, ou seja, algumas sociedades se diferenciariam das outras por estarem em uma escala maior ou menor de evolução.  Com esse pressuposto, todos os povos passariam unilinearmente por estágios de desenvolvimento sociocultural semelhantes, do mais primitivo modo de vida ao mais complexo. Desse modo, seria possível conhecer o passado da humanidade bastando investigar os povos mais “primitivos”.

Bases para esse pensamento→ principalmente teoria da seleção natural – Darwin - A Origem das Espécies, 1859.

Exemplo para entendimento:[pic 4]

           Sociedade inglesa. SÉC XIX[pic 5][pic 6]

Aborígenes australianos. SÉC XIX[pic 7]

Daí restava um problema. Quais métodos ou parâmetros utilizar para comparar qual sociedade seria mais evoluída? Era necessário um instrumento comparativo tipo um “medidor” de progresso. Sim, porque se compararmos Brasil, Estados Unidos e Uruguai e o “medidor” for “futebol”, por exemplo, teríamos o Brasil como o mais “civilizado”, o Uruguai como intermediário e os Estados Unidos no estádio “primitivo”. Se o “medidor” for o número de grupos de rock a ordem já é outra e assim tantas ordenações da hierarquia das culturas quanto os “medidores” escolhidos.

   Nesse contexto, o “item escolhido”, obviamente, foi principalmente o critério de desenvolvimento científico. Assim a sociedade inglesa do sec XIX, toda trabalhada na sua revolução industrial, seria anos luz mais desenvolvida do que os piegas aborígenes.

   Decidido o critério a ser utilizado, faltava agora as classes a serem criadas. Sim, porque necessitaríamos rotular cada sociedade segundo seu grau de evolução. Assim Lewis Morgan, um importante antropólogo da época, avaliando itens culturais tais como: “governo”, “meios de subsistência”, “arquitetura”, “religião”, “propriedade”, “família”, etc., divide os cem mil anos de história humana em três períodos básicos – selvageria, barbárie e civilização. Não é preciso dizer que a sociedade dele mesmo ocupava exemplarmente o lugar destinado à mais alta civilização.

       Dessa forma, aqui no evolucionismo, encontramos ainda, fortemente entrincheirada, a visão etnocêntrica. Mas, paradoxalmente, neste mesmo evolucionismo se armam as bases que virão, pouco a pouco, minando o etnocentrismo dentro da Antropologia. Como pode ser isto? Como um dos movimentos teóricos mais marcados pela ideologia da superioridade pode trazer dentro de si mesmo os germes da superação desta ideologia?

         Acredito que a resposta é simples. Ou, pelo menos, a hipótese que coloco aqui é simples. A ausência de um pensamento sistemático sobre o “outro”, a visão caótica do “outro”; o medo oculto, o espanto, a falta ou excesso de significações do “outro”, podem ser mais etnocêntricos do que a reflexão sobre o “outro”. Se o “eu” negava, num primeiro momento, participar da mesma “natureza” humana do “outro”, vê-lo como atrasado e primitivo, mas dotado de uma “natureza” humana da qual também participo, já apresenta alguma diferença. Menos evoluído mas, nem “deus” nem “diabo”, um “outro” tão humano quanto o “eu”.

(Esse trecho é confuso, mas, enfim, ele só diz que a “melhora” se deu porque é bem melhor eu pensar algo a respeito do outro, do que não pensar.)

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     Preocupado com o estudo da história concreta, particular de cada cultura ao invés de, como o evolucionismo, ter uma história única, geral, onde teriam de caber todas as culturas, voltou-se, definitivamente, para o mundo do “outro”. A categoria de história perdia, com ele, o seu “H” maiúsculo tão fundamental aos evolucionistas. O “h”, agora, era minúsculo. Não havia uma única história que se acumulava, inapelavelmente, em direção à sociedade do “eu”. O “outro” também passa a poder contar sua história que não iria desembocar, necessariamente, na “avançada” sociedade do “eu”.

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