ANÁLISE DA TAXA DE MORTALIDADE EM PACIENTES PORTADORES DE PÉ DIABÉTICO
Por: Lessa39 • 30/1/2017 • Projeto de pesquisa • 4.028 Palavras (17 Páginas) • 419 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE MEDICINA
SAMUEL LESSA ALVES DA SILVA
ANÁLISE DA TAXA DE MORTALIDADE EM PACIENTES
PORTADORES DE PÉ DIABÉTICO
PONTA GROSSA
2016
SAMUEL LESSA ALVES DA SILVA
ANÁLISE DA TAXA DE MORTALIDADE EM PACIENTES
PORTADORES DE PÉ DIABÉTICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para aprovação na Disciplina Integradora IV, do curso de Medicina na Universidade Estadual de Ponta Grossa, Área de Medicina.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Zanetti Gomes
PONTA GROSSA
2016
RESUMO
Fundamentos: As complicações crônicas do diabetes estão diretamente relacionadas a altas taxas de internamentos hospitalares. Objetivo: O objetivo do estudo foi descrever a relação entre as amputações menores e maiores, bem como a incidência de óbito nos pacientes hospitalizados por pé diabético na cidade de Ponta Grossa, Paraná, no período de 2012 a 2016. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, prospectivo com análise de dados de prontuários de 60 pacientes internados por pé diabético no período de janeiro de 2012 a maio de 2016, além de contato telefônico para confirmar a sobrevida ou o óbito. Resultados: 30% dos pacientes (n=18) foram a óbito, sendo 50% (n=9) do sexo masculino e 50% (n=9) do sexo feminino. A evolução para óbito conforme o tipo de procedimento foi de 72,2% (n=13) para aqueles que realizaram debridamento ou amputação menor e 27,8% (n=5) para aqueles com amputação maior. A média de sobrevida foi de 21,8 meses. Conclusão: Na população estudada o risco de mortalidade em portadores de pé diabético seguinte à amputação foi relativamente alto. As amputações maiores tiveram taxas mais elevadas de óbito em relação às menores, assim, como a sobrevida destas foi inferior às amputações maiores. A taxa de mortalidade encontrada foi de 30% e de sobrevivência, de 70%.
Palavras-chave: amputação, pé diabético, óbito.
ABSTRACT
Background: The chronic complications of diabetes are directly related to high rates of hospital admissions. Objective: The objective of the study was to determine the incidence of death in diabetic foot inpatients that underwent debridement procedures or lower limbs amputations. Methods: This is a descriptive, prospective study. Clinical data analysis of 60 diabetic foot inpatients from January 2012 to May 2016 was performed, besides telephone contact to confirm the survival or death. Results: 30.0% of patients (n = 18) died being 50.0% (n = 9) male and 50.0% (n = 9) female. The progression to death according to the type of procedure was 72.2% (n = 13) of those who underwent debridement procedure or minor amputation and 27.8% (n = 5) of those who have made major amputation. The mean survival was 21.8 months. Conclusion: In the studied population the mortality risk in diabetic foot patients following amputation was relatively high. The major amputations had higher rates of death in relation to minor amputations, as well as the survival of these was lower than major amputations. The mortality rate found was 30% and survival rate of 70%.
Key-words: amputation, diabetic foot, dea
INTRODUÇÃO
O diabetes mellitus (DM) representa um grande desafio para os sistemas de saúde. Atualmente, cerca de 12 milhões de pessoas têm diabetes no Brasil, colocando o país em quarto lugar no mundo em número de casos da doença (KLAFKE, 2014). Nas últimas décadas houve um crescimento significativo do DM em decorrência de vários fatores, como, sedentarismo, urbanização, industrialização e aumento da expectativa de vida. Nos países em desenvolvimento, como no Brasil, a doença adquiriu características epidêmicas, constituindo-se, assim, amiúdes e críticos problemas de saúde pública (PECORARO, 1990; FRANCO, 1998) .
Nos últimos anos, esperava-se um aumento de mortes por DM em relação às outras doenças, como doenças cerebrovasculares em não diabéticos, infarto agudo do miocárdio (IAM), pneumonia, entre outras, devido à assistência mais efetiva e ao aumento da esperança de vida. Contudo, o desfecho foi de óbitos cujas causas não se correlacionaram com a doença em si, mas sim às suas complicações crônicas (REZENDE, 2008).
Neste contexto, evidenciamos o pé diabético, conceituado pela presença de pelo menos uma das seguintes alterações: alteração neurológica, infecciosa, ortopédica ou vascular, que ocorre isoladamente ou em conjunto nos pacientes diabéticos (CAIAFA, 2011). A existência simultânea de isquemia, imunodeficiência e neuropatia, favorecem severas lesões em membros inferiores que, se não adequadamente tratadas, podem levar a amputações e ao óbito.
As úlceras podais acometem cerca de 15% dos diabéticos ao longo de sua vida, demandando tratamentos complexos, principalmente as infectadas e as que são profundas, pois aumentam significativamente a chance de amputações (REZENDE, 2008). Pecoraro et al (1990) demonstraram que pacientes diabéticos têm cerca de 40 vezes mais chance de amputações de membros inferiores quando comparados à população geral. O estudo de Rezende (2008) evidenciou que cerca de 66% das amputações em hospitais gerais são decorrentes de pacientes com DM.
As amputações são classificadas em menores, restritas aos pododáctilos ou ao antepé e em maiores que são as que ocorrem no retropé, perna, coxa ou na desarticulação do quadril (ASSUMPÇÃO, 2009).
Com relação aos óbitos ocorridos como consequência da doença, não há alusão ao diabetes como causa de morte na declaração de óbito, mas sim das complicações que a doença leva, como as cerebrovasculares e cardiovasculares. Estimou-se, no início do século XXI, que cerca de 5,2% de todas as mortes foram devido às consequências do diabetes, tornando a doença a quinta principal causa de morte no mundo (OLIVEIRA, 2015).
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