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Por:   •  9/3/2015  •  6.326 Palavras (26 Páginas)  •  340 Visualizações

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Produção científica brasileira sobre transtornos do espectro autista

Rev Assoc Med Bras 2010; 56(5): 607-14 607

Introdução

Em 2007, o Ministério da Saúde do Brasil estabeleceu um

grupo de trabalho para atenção aos autistas na rede do Sistema

Único de Saúde, mostrando a importância do tema. Um dos

pontos discutidos no GT foi o da necessidade de produção

de conhecimento baseado em evidências científicas para o

encaminhamento das propostas de atenção aos transtornos do

espectro autista (TEA)1, conjunto de manifestações da qual o

autismo faz parte.

Os critérios diagnósticos para os TEA têm se modificado nas

diferentes edições dos manuais de classificação dos transtornos

mentais, tanto da Organização Mundial da Saúde (CID, atualmente

na décima edição)2, quanto da Associação Americana de Psiquiatria,

o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais

(DSM, atualmente na quarta edição)3, migrando da condição de

psicose para o conceito de transtorno global do desenvolvimento.

Essa variação no conceito tem contribuído para as diferenças nos

resultados dos estudos publicados, como observado nas prevalências

apresentadas pelos diversos estudos epidemiológicos internacionais4-

7. Admite-se que o aumento observado na frequência

do TEA deva-se, também, a uma melhoria no reconhecimento e

detecção, principalmente dos casos sem deficiência mental.

*Correspondência:

Universidade Presbiteriana

Mackenzie - Programa

de Pós-Graduação

em Distúrbios do

Desenvolvimento

Rua da Consolação,

896 - Prédio 38 - Térreo

Consolação

São Paulo- SP

CEP. 01302-907

Tel: (11) 2114-8707

cris@teixeira.org.br

Resumo

Objetivos. O presente estudo refere-se a uma revisão sistemática, cujo objetivo foi conduzir uma

análise da produção científica de autores brasileiros sobre Transtornos do espectro autista (TEA), no

período de 2002 a 2009.

Métodos. A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados: PUBMED, SciELO, LILACS e portal

CAPES, incluindo diversos descritores, tais como autismo e transtorno invasivo do desenvolvimento.

Resultados. Um total de 93 artigos foi identificado, tendo sido publicados, sobretudo por autores da

região Sudeste e de universidades públicas. Aproximadamente um terço dos artigos foi publicado

em revistas com algum fator de impacto variando entre 0,441 e 3,211; sendo a maioria dos artigos

baseada em amostras pequenas. Foram identificadas 140 dissertações e teses; 82,1% eram dissertações

de mestrado. O principal tema de pesquisa abordado neste material relacionou-se a programas

de intervenção para TEA.

Conclusão. Esta revisão mostra o interesse de pesquisadores brasileiros na temática dos TEA, entretanto,

uma parte considerável dessa produção científica se concentra em dissertações/teses e a minoria em

artigos científicos publicados em revistas com elevado fator de impacto. Os resultados desta revisão

sistemática mostram a necessidade de novos estudos com amostras maiores que levariam a um maior

impacto e visibilidade da produção científica brasileira relativa aos TEA.

Unitermos: Transtorno autístico. Revisão. Fator de impacto. Bases de dados bibliográficas. Brasil.

literatura ci entífic a brasileira sobre transtornos do

espectro autista

Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira1*, Tatiana Pontrelli Mecc a2, Renata de Lim a Velloso3, Riviane Borghesi Bravo4, Sabrina Helena Bandini Ribeiro5, Marcos

Tomanik Mercadante6, Cristiane Silvestre de Paula7

Trabalho realizado no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP

1. Psicóloga - Doutora em Saúde - Professora Adjunta I do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento do Centro de Ciências Biológicas e da

Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP

2. Psicóloga - Curso de Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Mestranda em Distúrbios do Desenvolvimento. Programa de Pós-graduação em

Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP

3. Fonoaudióloga - Mestre e doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento Programa de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, são Paulo, SP

4. Psicóloga - Curso de Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; Mestranda em Ciências da Saúde da Criança e do Adolescente pela Faculdade de

Medicina Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

5. Psicóloga - Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento; Programa de Pós-Graduação em Distúrbios

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