Filho Et Al

Já no Meio ambiente a quantidade de fármacos ativos e os produtos de uso pessoal, como fragrâncias, xampus, cosméticos tem uma contínua entrada no ambiente em cada ano, é estimulada como sendo similar ao total de pesticidas. Em termos de periculosidade, esses fármacos possuem uma série de agravantes, muitos são persistentes, mesmo aqueles que possuem meia vida curta podem causar impactos crônicos ao ambiente devido sua introdução contínua (FILHO et al. 2007).

Falqueto, Kligerman e Cohen (2009) afirmam que existem dois problemas associados, diretamente, com a geração de resíduos. O primeiro diz respeito à propagação de problemas ambientais, favorecendo a incorporação de substâncias com atividade farmacológica na cadeia trófica. As características físico-químicas dessas substâncias favorecem sua dispersão na natureza facilitando sua contaminação. O segundo problema associado a esses resíduos vem dos depósitos nos aterros, ou até mesmo quando despachados pela rede de esgotos ocasionando assim a contaminação do solo, lençóis freáticos, lagos, rios atingindo também a fauna e a flora. Os aterros podem causar poluição do ar; pela inalação de odores, fumaça, gases tóxicos ou materiais particulados; poluição das águas superficiais; pelo escoamento de líquidos percolados (MAZZER; CAVALCANTI, 2004).

Isso infere em sabermos quais são as causas para a sobra de medicamentos, uma delas é a interrupção do tratamento por parte dos pacientes, no mundo inteiro mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos inadequadamente e 50% dos pacientes não fazem o uso correto ou deixam de tomá-los (WHO, 2006); já a prescrição de medicamentos em quantidades superiores por parte dos médicos ocorre devido à falta de conferência da prescrição incompleta ou incorreta, erro por parte do dispensador ou apresentação não condizente com a duração do tratamento; também podemos citar a distribuição aleatória de amostra–grátis essas são distribuídas pelos laboratórios farmacêuticos como forma de divulgação de seus produtos, os profissionais de saúde são foco desse tipo de propaganda, esses transferem a responsabilidade do destino para seus pacientes que em muitos casos não usam as amostras que acabam tornando-se medicamentos em desuso e consequentemente perdendo a validade (EICKHOFF; HEINECK; SEIXAS, 2009);