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Hipocrates E A Medicina Hipocratica

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Por:   •  2/1/2015  •  1.778 Palavras (8 Páginas)  •  623 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Todos conhecem Hipócrates, em especial por seu juramento. Este adverte os praticantes da medicina contra cobrar demais, vestir-se com elegância excessiva e usar perfume, ao mesmo tempo aconselhando um corte de cabelo decente e unhas aparadas, sugerindo um modo agradável de tratar os pacientes.

Segundo a tradição, Hipócrates é conhecido como o pai da medicina. Possivelmente foi o maior médico da Grécia Antiga e de toda medicina ocidental. Sua importância é tão grande que pode-se dividir a história da Medicina em duas partes, a pré-hipocrática e a hipocrática. Sendo assim, ainda vivemos na era hipocrática.

Hipócrates nasceu na ilha grega de Cós, por volta de 460 a.C. Consta que pertencia a uma família de prestígio dedicada a medicina. Seu pai, Heráclides, e seus filhos Tessalos e Drácon eram médicos. Provavelmente iniciou-se na medicina através do pai, e posteriormente clinicou em vários lugares e também lecionou medicina por muitos anos, há registros de seus ensinamentos em Cós, Atenas e outras cidades Gregas.

Hipócrates brilha elegantemente na galeria de estaturas do homem da medicina, com a barba crespa e a testa franzida para os males da humanidade. Frequentemente usa o cajado de Escapulário, o deus da cura, com a serpente enrolada. Porem a imagem de Hipócrates permanece desconhecida. As cabeças ditas de Hipócrates, do Louvre, do British Museum e do Vaticano, todas réplicas de um mesmo original do século III a. C., representam, na verdade, o filósofo estóico Crisipo.

Diz a tradição que Hipócrates descendia do Deus da medicina, Esculápio e que morreu na cidade grega de Larissa, na Tessália, por volta de 377 a.C.

Hipócrates nos deu as palavra “aforismo” e criou 412 aforismos, a exemplo:

“A vida é curta, a arte é longa”

“A oportunidade é passageira, a experiência perigosa, o julgamento difícil”.

“Casos desesperados precisam de remédios desesperados”.

“Os velhos suportam melhor o jejum, depois os de meia-idade; os jovens o suportam mal e as crianças, pior ainda”.

“Não julgue as fezes por sua quantidade, mas por sua qualidade.”

“Sono que põe fim ao delírio é bom, sono fora de hora e sonolência indicam doença, bem como cansaço sem motivo”.

“Os velhos ficam doentes com menor frequência que os jovens, mas levam suas doenças para o túmulo”.

“A morte súbita é mais comum no gordo que no magro”.

“Se uma mulher saudável para de menstruar e sente enjoo, está grávida.”

A MEDICINA HIPOCRÁTICA

A medicina hipocrática nasceu na Grécia em meados do século IV e V a.C. e teve como principal representante Hipócrates. Investigações científicas já provaram que Corpus Hippocraticum (“coleção hipocrática”) não pode ser atribuído a um único autor. Devido a lenda que cerca o seu nome e o anonimato dos escritos do Corpus Hippocraticum é impossível se saber quais são as ideias do próprio Hipócrates. Esta dificuldade advém do fato de que naquela época era comum o uso do anonimato em especial entre os médicos, pois existia entre a profissão uma forte solidariedade grupal desvalorizadora da paternidade das ideias das doutrinas.

Apesar dos problemas históricos que dificultam definir com rigor datas e nomes os textos que constituem o Corpus Hippocraticum foi de fundamental importância para a história da medicina, e em muitos aspectos é dotado de certa atualidade.

O Corpus Hippocraticum é uma coleção bastante heterogênea que contem escritos médicos em dialeto iônico abrangendo quase sete séculos. Esta possui cerca de sessenta tratados com diversas temáticas distribuídas em aproximadamente setenta livros.

Estes textos foram considerados básicos na medicina do Ocidente até fins do século XVIII e apenas foi ultrapassado após as modernas descobertas médicas. Porem o método de abordagem do doente e da doença, princípios de diagnóstico e tratamento, e bases filosóficas e éticas estabelecidas no tratado continuam atuais.

Além dos tratados médicos, há também, variados tipos de textos, como conferencias sobre medicina e filosofia, notas para orientação de alunos, textos para leigos, rascunhos e minutas de discursos.

Os estudos podem ser classificados da seguinte forma:

MEDICINA GERAL Da Arte, Da Medicina Antiga

COMPORTAMENTO PROFISSIONAL Juramento, Do Médico, Do Decoro

ANATOMIA E FISIOLOGIA Da Anatomia, Da Natureza do Homem, Do Coração

MEDICINA PREVENTIVA Da Dieta

PATOLOGIA GERAL Epidemias, Da Doença Sagrada, Das Doenças

PATOLOGIA ESPECIAL Da Visão, Das Enfermidades das Mulheres, Do Parto de Oito Meses

TERAPÊUTICA Da Dieta nas Enfermidades Agudas, Do Uso dos Líquidos

CIRURGIA Das Articulações, Dos Ferimentos na Cabeça, Das úlceras

TEMAS DIVERSOS Da Dentição, Aforismos

Hipócrates inventou a medicina clinica, sendo esta um mecanismo simples composta pela aplicação prática da observação inteligente. O que importa é o homem doente, e não as teorias do homem sobre a doença. Nela o paciente, bem como o ambiente que o cerca, merecem atenção (medicina holística).

Este comportamento perante a doença demonstra uma nova atitude face a doença, constituindo o primeiro esforço da medicina para se libertar do pensamento mágico constituir-se como racionalidade. Para Hipócrates, a atribuição de uma causalidade sagrada à doença não é mais do que uma forma de esconder a ignorância: “Aqueles (mágicos, purificadores, charlatões) que por não a conseguirem tratar remetem-se para a superstição e chamam-lhe sagrada, par que a sua ignorância não se manifeste”.

Como exemplo a epilepsia era explicada com causas sobrenaturais, já para medicina hipocrática esta passa a considerar a epilepsia como o resultado da paragem de “ar com vida” nas veias, pelo fleuma que desce da cabeça.

Na teoria hipocrática, o corpo é composto de quatro líquidos ou humores: o sangue, a fleuma, a bílis amarela e a bílis negra. Saúde dependia da harmonia disso tudo num

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