Histórico de usuários na REDE DE SAÚDE

NARRATIVA

TRAJETÓRIA DE UM USUÁRIO NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Em uma das reuniões de trabalho com sua equipe, Fernando conversava com Rute, secretária de saúde do município de Nova Esperança, o qual estava preocupado com a grande demanda de exames laboratoriais que estavam chegando a Central de Marcação e como os usuários estavam sendo encaminhados para o laboratório de referência, em outro município.

Fernando aponta a reclamação de seu João, 68 anos, que precisava realizar uma baciloscopia de escarro. O usuário afirma que procurou a Unidade Básica de Saúde de Cordel Encantado várias vezes para conseguir fazer uma consulta com o médico, pois há mais de quinze dias apresentava febre vespertina, tosse, fraqueza e perda de peso.

Seu João foi orientado na UBS que o mesmo deveria procurar a Central de Marcação para agendar seu exame. Ao se deslocar até a Central, seu João teve seu exame marcado para a semana seguinte, mesmo sendo solicitado com urgência. A preocupação de seu João era como o mesmo iria até o município vizinho para fazer seu exame, pois não tinha como se deslocar. Então resolveu procurar a secretária de saúde para conseguir um carro para levá-lo ao laboratório.

Ao chegar ao laboratório, no dia marcado do exame, a recepcionista afirma que a cota do município havia extrapolado e que não estavam mais coletando nenhuma amostra de exame para o município de Nova Esperança. Seu João retorna ao município e procura a Ouvidoria para fazer uma manifestação, quando fica sabendo que as amostras para baciloscopia são coletadas na própria UBS e que o mesmo não precisava se deslocar para outro município.

Após apresentar suas apreensões, Rute comentou:

- A raiz de todos esses problemas está no próprio modelo do sistema de saúde, pois a atenção era muito fragmentada e por isso, tal sistema não está cumprindo seus objetivos a contento.

Fernando, concordando com Rute, afirmou:

- Não vejo outra saída senão organizarmos nossos serviços de saúde em rede, de modo que os mesmos se comuniquem e interajam entre si. Devemos conhecer as condições de saúde da nossa população, o que podemos ofertar e qual a nossa demanda, para enfim organizarmos a rede e garantir o acesso dos usuários à saúde de forma mais simples e rápida.