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Imunidade Inata

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Por:   •  3/11/2014  •  1.143 Palavras (5 Páginas)  •  556 Visualizações

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Imunidade Inata

Imunidade é o termo que se refere à proteção contra enfermidades infecciosas. Didaticamente, é classificada em dois tipos: inata (ou natural) e adaptativa (ou adquirida). Em termos evolutivos, a imunidade inata foi a primeira a surgir, abrangendo desde plantas até mamíferos. É caracterizada pela rapidez na resposta (ocorre em poucas horas), devido ao fato de seus componentes já estarem preparados para combater a infecção, mesmo quando esta se encontra ausente. Além disso, alguns constituintes da imunidade inata estão situados em locais estratégicos de constante contato com agentes provenientes do meio externo, como a pele e superfície das mucosas do trato respiratório, gastrointestinal e geniturinário. Assim, a imunidade inata é composta por:

a) barreiras:

- pele: possui fortes junções entre as células que evitam a entrada de microrganismos. A presença de ácidos graxos presentes no sebo e substâncias microbicidas no suor (como a lisozima) impedem a sobrevivência de muitos microrganismos.

- superfície das mucosas: o muco secretado por células locais é importante no aprisionamento de microrganismos, além de possuir substâncias microbicidas. Cílios presentes em células da traquéia auxiliam na movimentação do muco, impedindo a adesão de agentes estranhos ao organismo. O baixo pH estomacal e a presença de enzimas antimicrobianas na saliva também são importantes fatores de defesa.

- microbiológicas: constituída pela microbiota normal presente no intestino, que compete por espaço e nutrientes com microrganismos patogênicos, além de produzir substâncias antibacterianas.

b) componentes celulares: as células efetoras da imunidade inata são representadas principalmente pelos fagócitos (neutrófilos, monócitos e macrófagos), células dendríticas e células NK (Natural Killer). Os neutrófilos têm meia-vida curta e possuem grânulos citoplasmáticos contendo enzimas microbicidas importantes no processo de eliminação dos agentes infecciosos. Os macrófagos possuem maior capacidade fagocítica e, ao contrário dos neutrófilos, multiplicam-se e sobrevivem por mais tempo no sítio de infecção nos tecidos. As células dendríticas, por sua vez, caracterizam-se por longas projeções de membrana e, uma vez estimuladas, executam tanto a pinocitose quanto a fagocitose de partículas. Também são importantes na integração da imunidade inata com a adaptativa. Já as células NK, são células circulantes originárias de progenitor linfóide que atuam de maneira diferente dos fagócitos, uma vez que possuem muitos grânulos contendo mediadores que, ao serem liberados, induzem a morte da célula-alvo por citotoxicidade.

c) componentes moleculares: compreendem as citocinas, quimiocinas e as proteínas do complemento e de fase aguda.

- citocinas: são proteínas que medeiam diversas respostas celulares, como ativação, inibição, diferenciação e crescimento. Existem em grande variedade e atuam no organismo de forma autócrina, parácrina ou endócrina, exercendo suas funções ligando-se a receptores específicos presentes na superfície das células.

- quimiocinas: são proteínas de baixo peso molecular com finalidade exclusiva de recrutar leucócitos para os locais de infecção e tecidos linfóides. Como as citocinas, também atuam via ligação a receptores específicos na superfície celular.

- proteínas do complemento: são plasmáticas e atuam na amplificação da fagocitose e da inflamação, além de eliminarem agentes infecciosos.

- proteínas de fase aguda: sintetizadas no fígado, auxiliam na fagocitose e na ativação do sistema do complemento.

1. Reconhecimento de patógenos

Quando agentes infecciosos ultrapassam as barreiras epiteliais alcançando os tecidos subjacentes, entram em contato com populações de células da imunidade inata, como macrófagos e células dendríticas residentes. A interação dessas células com os agentes infecciosos ocorre por intermédio dos Receptores de Reconhecimento de Padrão (PRR, do inglês Pattern Recognition Receptors) que, por sua vez, reconhecem os Padrões Moleculares Associados a Patógenos (PAMP, do inglês Pathogen-Associated Molecular Pattern). Os PAMP são estruturas comuns conservadas evolutivamente e essenciais para a sobrevivência dos microrganismos. Como exemplo, podemos citar a flagelina (componente do flagelo bacteriano), LPS (lipopolissacarídeo da parede de bactérias Gram-negativas), zimosan (componente da parede celular de fungos), dsRNA (RNA dupla fita, comum em alguns vírus), dentre outros. Os PRR podem ser encontrados em diferentes populações celulares e estar presentes tanto na membrana plasmática ou endossomal, como os receptores TLR (Toll-Like Receptors), quanto no citoplasma, como os receptores RLR (RIG-1-Like Receptors) e NLR (Nod-Like Receptors). Quando ocorre a interação PAMP-PRR, ocorre liberação de sinais intracelulares que

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