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Medicina Humanizada

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Por:   •  8/2/2014  •  933 Palavras (4 Páginas)  •  269 Visualizações

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Resumo

Os grandes avanços científicos e técnicos no campo das ciências experimentais aplicadas à medicina e às ciências da saúde em geral vêm trazendo uma série de transformações nesses campos. O processo de desumanização é uma das conseqüências do divórcio entre a medicina e as humanidades que ocorreu principalmente a partir de fins do século XIX. Entender o desenvolvimento histórico e recolocar o papel das ciências humanísticas no contexto da formação parece ser o caminho necessário para a (re)humanização da medicina.

Descritores

Ciências Humanas. Ciências da Saúde. História. Humanidades. Humanismo. Humanização da Medicina. História da Medicina.

Em sua origem, a medicina ocidental era uma ciência essencialmente humanística. Segundo Werner Jaeger, uma das maiores autoridades em história da Grécia Clássica, “de todas as ciências humanas então conhecidas, incluindo a Matemática e a Física, é a Medicina a mais afim da ciência ética de Sócrates”.1

Suas raízes se assentavam no solo da filosofia da natureza e seu sistema teórico partia de uma visão holística que entendia o homem como ser dotado de corpo e espírito. Nesse sentido, para médicos como Hipócrates (nascido em Cós, aproximadamente no ano 460 a.C.) “as doenças não são consideradas isoladamente e como um problema especial, mas é no homem vítima da enfermidade, com toda a natureza que o rodeia, com todas as leis universais que a regem e com a qualidade individual dele, que [o médico] se fixa com segura visão”.1

As causas das doenças, portanto, deveriam ser buscadas não apenas no órgão ou mesmo no organismo enfermo mas também e principalmente no que há de essencialmente humano no homem: a alma; esse componente espiritual que distingue o homem dos outros organismos vivos do planeta.

Mais do que um biólogo, mais do que um naturalista, o médico deveria ser, fundamentalmente, um humanista. Um sábio que, na formulação do seu diagnóstico, leva em conta não apenas os dados biológicos mas também os ambientais, culturais, sociológicos, familiares, psicológicos e espirituais – pois não podemos nos esquecer que, para o homem grego, os deuses não deixam de ser sujeitos ativos na História e na vida das pessoas.

O médico clássico portanto é, antes de tudo, um filósofo; um conhecedor das leis da natureza e da alma humana.

Esse foi o modelo, a concepção de médico e de medicina, que se perpetuou historicamente – obviamente não sem mudanças, rupturas e transformações – no Ocidente até bem pouco tempo atrás.

A Antiguidade Latina herdaria a medicina hipocrática e pouco lhe acrescentaria – assim como ocorreu com boa parte do patrimônio cultural helenístico absorvido pelos romanos.

Na Idade Média, apesar das grandes transformações causadas pelas invasões bárbaras e pela difusão do Cristianismo e do Islamismo, todo o pensamento filosófico e científico ocidental e oriental continuou, essencialmente, fundamentado no patrimônio clássico. Avicena, Averrois, Isidoro de Sevilha e tantos outros que escreveram ou praticaram a medicina nesses tempos, tinham Hipócrates e Galeno como paradigmas incontestáveis.

É certo que no Renascimento, no alvorecer da Modernidade, muitos dos postulados clássicos começaram a ser revistos, graças ao espírito investigativo que caracterizou o período. Veremos então Michelangelo revolucionando a anatomia ou, um pouco mais adiante, Vessálio contestando a Hipócrates.2 Isso, entretanto, não afetou a concepção filosófica da medicina, que, muito mais agora do que na Idade Média, se afirmava como uma ciência essencialmente humanística.

Mesmo a “Nova Ciência” do século XVII, que concluiu a obra de desconstrução do conhecimento médico clássico-escolástico2,

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