Mycobacterium Tuberculosis
Trabalho acadêmico: Mycobacterium Tuberculosis. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Catarina9 • 4/4/2014 • Trabalho acadêmico • 1.619 Palavras (7 Páginas) • 373 Visualizações
Mycobacterium Tuberculosis
A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada por uma bactéria de crescimento lento, a Mycobacterium Tuberculosis no caso dos humanos. Relativamente à origem etimológica de Mycobacterium, Myco provém do grego mykes, como em Micologia, que significa “relacionado com fungos”, porque a micobactéria, em certas fases, parece ter uns filamentos (apesar de não estar minimamente relacionada com fungos); bacterium provém do grego bacterion, que significa “pequeno bastão” sendo que esta tem a forma de bacilos ligeiramente encurvados ou retos. São seres aeróbios obrigatórios, não móveis e não esporulados ou capsulados.
A 24 de Março de 1882, um alemão de nome Heinrich Hermann Robert Koch descobriu a bactéria responsável pela Tuberculose e deu-lhe o nome de “Bacilo da Tuberculose”. Este médico terá observado pessoas e animais infectados com Tuberculose e em todas terá encontrado o microorganismo que se diferenciava das bactérias conhecidas até à época através da análise microscópica e de testes a aninais. A doença, na altura também conhecida como tísica pulmonar, era fatal e podia evoluir com tal rapidez de modo mortal em poucas semanas. Na altura, um em cada sete europeus morria da doença, devido às condições de higiene, alimentação e à fácil propagação da bactéria. Na altura a cura era quase impossível, uma vez que nem a sua causa era conhecida.
Ao fim de várias tentativas, Koch conseguiu desenvolver uma cultura que lhe permitiu visualizar os bacilos em forma de bastão. Assim, começou um trabalho de investigação muito mais focado na bactéria de modo a encontrar antibióticos que permitissem a eliminação da mesma e, desse modo, diminuir a propagação da tão temida e mortal doença.
Devido ao importante trabalho de Robert Koch, durante muitos anos foi chamado Bacilo de Koch ao Mycobacterium Tuberculosis.
A M. tuberculosis é um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) intracelular, que se divide a cada 16-20 horas. Este é um tempo relativamente longo quando comparado com outras bactérias (por exemplo, a E. Coli pode divide-se a cada 20 minutos). Por ser BAAR, pode resistir a desinfectantes e ao ácido gástrico, podendo permanecer em estado latente por semanas. Contudo, apenas consegue desenvolver-se quando se hospeda num organismo.
Modo de Transmissão
A infecção é adquirida através da inalação de aerossóis infecciosos, que se propagam através das vias aérea.
Esta bactéria pode ser transmitida de diferentes maneiras, tais como por via digestiva, cutânea, placentária (da mãe para o feto), genital e aérea (inalando a bactéria). No entanto, é importante referir que o modo mais comum é pela via aérea e, consequentemente, a Tuberculose pulmonar é a mais habitual. Este contágio acontece, principalmente, quando uma pessoa já doente tosse ou espirra e liberta o bacilo que se propaga de pessoa para pessoa. É uma doença que pode afectar qualquer parte do corpo: os ossos (Tuberculose osteoarticular), os rins (Tuberculose renal) ou o Sistema Nervoso Central (Tuberculose meníngea).
O foco pulmonar inicial é a porção média ou inferior dos campos pulmonares (as bases dos pulmões), onde os bacilos se podem multiplicar livre e rapidamente. A imunidade do paciente é activada e na maior parte dos casos a infecção por micobactéria cessa ao fim de 3 a 6 semanas. Cerca de 5% dos indivíduos expostos a M. Tuberculosis desenvolvem a doença no espaço de 2 anos, por outro lado 5 a 10% desenvolvem a doença posteriormente.
Fisiopatologia
A TB pode surgir por dois mecanismos fisiopatológicos:
- Tuberculose primária - onde existe progressão do complexo primário;
- Tuberculose pós-primária - que resulta da reactivação de um foco primário onde existiam bacilos adormecidos ou da reinfecção exógena de um “novo” bacilo.
A Tuberculose primária surge, essencialmente, na infância através da progressão do complexo primário, quer por deficiências imunológicas/alimentares ou porque o bacilo é muito virulento ou foi inalado em grandes quantidades.
As manifestações clínicas dependem da extensão do processo, podendo originar:
- Febre;
- Astenia (fraqueza);
- Anorexia (perda de apetite);
- Perda de peso;
- Sudação nocturna;
- Eritema nodoso (inflamação dos adipócitos);
- Conjuntivite;
- Alterações do comportamento (irritabilidade, dificuldade de concentração).
A Tuberculose pós-primária surge nos adultos, através da reactivação do foco primário ou reinfecção, normalmente em situações em que há imunossupressão. Destas situações, as mais frequentes são: diabetes, infecção pelo VIH, alcoolismo e doentes transplantados ou oncológicos.
Existem ainda outros factores que podem condicionar o seu aparecimento, nomeadamente más condições socioeconómicas, residência em lares ou prisões, imigração de países de alta prevalência de tuberculose ou contacto com doentes bacilíferos.
Quando há condições para a reinfecção tuberculosa, como meios de alta probabilidade de exposição ao bacilo, dá-se a multiplicação do bacilo, sendo a lesão granulomatosa a mais importante. É na cavidade tuberculosa que existem grande número de bacilos viáveis, com boas condições de multiplicação, sendo esta a forma mais contagiosa da Tuberculose.
Em cerca de 45% dos casos, a infecção pós-primária resulta em doença extrapulmonar, sendo a TB miliar (em que existe uma disseminação por via hematogénea do bacilo) a sua forma mais grave. Contudo, a TB pode afectar praticamente todos os órgãos, desde o cérebro, o trato gastrointestinal, a pele ou o pericárdio, entre outros.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico é confirmado pela evidência radiológica de doença pulmonar, reactividade do teste cutâneo e detecção de micobactérias por exame microscópio ou cultura.
A radiografia do tórax permite:
-confirmação diagnóstica;
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