Métodos de coloração em hematologia
Por: susiimachado • 1/7/2022 • Exam • 1.561 Palavras (7 Páginas) • 177 Visualizações
Laboratório de Ensino e Diagnóstico – Medicina Veterinária[pic 1]
Laboratório de Parasitologia
Protocolo
POP N° 18 MÉTODOS DE COLORAÇÃO EM HEMATOCITOPATOLOGIA
COLORAÇÃO DE WRIGHT
- Na preparação do corante, o azul de metileno é aquecido com bicarbonato de sódio, tornando-
o policromático. Pode ser adquirido em solução ou em pó. Pode-se dissolver, cuidadosamente, 1 grama em 600 mililitros de metanol.
- Outra fórmula: 0,3 grama do corante de Wright em pó + 3,0 mililitros de glicerina + 97, 0 mililitros de metanol puro.
PROCEDIMENTO:
1. Coloque as lâminas na posição horizontal com as distensões ou imprints voltados para cima.
2. Cubra as distensões ou os imprints com a solução corante não diluída e deixe por 1 minuto. O metanol irá
fixar a distensão ou o imprint.
3. Dilua com água destilada (aproximadamente com o mesmo volume) até que uma espuma metálica apareça. Deixe o corante diluído agir por 2 minutos e meio a 5 minutos.
4. Sem deslocar a lâmina, enxágue com água destilada e lave até que as partes mais finas da distensão (esfregaço) ou do imprintfiquem róseas-avermelhadas. Percebe-se, usualmente, que a água destilada não dá
diferenciação adequada. Neste caso, tampão fosfasto (pH 6,4 a 6,5) (veja ao final as tabelas de tampão) pode ser usado, pelo menos na lavagem, e, possivelmente, também na diluição do corante.
COLORAÇÃO DE LEISHMAN
- O corante é preparado pelo aquecimento de solução aquosa de azul de metileno a 1% com carbonato de sódio (Na2CO3) a 0,5%, à 65oC, por 12 horas (tornando o azul de metileno policromático), após as quais é deixado amadurecer por 10 dias, antes de ser misturado com igual volume de solução aquosa de eosina B a 0,1%. Após esta mistura ficar descansando por 10 horas ela é filtrada e o precipitado é coletado e lavado com água destilada até não mais liberar cor. O precipitado é, então, seco e triturado até virar pó fino. Para fazer a solução corante uma pequena porção do pó fino é coletada com ponta de faca, bem amassada em 10 a 20 mililitros de metanol absoluto, e deixada precipitar (1 minuto); sendo o sobrenadante da solução alcoólica do corante filtrada em uma garrafa para estoque. Esta etapa é repetida até que 0,15 grama tenha sido dissolvidos em 100 mililitros de metanol absoluto. Este corante melhora com a idade e não é satisfatório para o uso até que um mínimo de 3 semanas tenham passado, após a sua preparação. Adquirindo-se o corante em pó, pode-se prepará-lo no laboratório segundo a fórmula: 0,2 grama do corante de Leishmanem pó + 100 mililitros de metanol puro.
PROCEDIMENTO:
- É semelhante ao usado na coloração de Wright, exceto na etapa 3.
- Com o corante de Leishman a diluição é feita com, aproximadamente, 2 volumes de água destilada para 1 volume de corante (o melhor controle é o aparecimento da espuma metálica). Se o tampão fosfato for requerido para a lavagem, use o com pH 6,8 que é o melhor. Este pode ser substituído por água destilada, durante a diluição do corante.
RESULTADOS:
- Após a coloração, uma vez que as distensões (esfregaços), ou imprints, tenham atingido o grau de diferenciação desejável (usualmente em até 1 minuto), as lâminas são deixadas secarem.
- A aparência dos elementos celulares é muito semelhante em ambas as colorações.
- A coloração de Leishman pode dar mais contraste às estruturas nucleares.
- Em ambas, as hemácias ficam róseas; os grânulos eosinófilos róseos-avermelhados brilhantes; os núcleos em tons variáveis do lilás ao púrpura; os grânulos neutrófilos na cor lilás.
- Se as distensões, a olho nu, mostrarem-se róseas brilhantes, microscopicamente os eritrócitos devem estar vermelho-vívido, os grânulos eosinófilos róseos-pálidos brilhantes, e os núcleos fracamente azulados.
- Estes problemas na coloração podem ser devido à acidez do corante ou ao tampão ou lavagem excessiva.
- O corante de Leishman não amadurecido pode também dar núcleos pálidos. Por outro lado, se as distensões e imprints mostrarem-se, ao olho nu, azulados a violetas, microscopicamente os eritrócitos mostrarão uma tonalidade, variável, de marrom-acinzentada até púrpura; os grânulos eosinófilos serão cinza-metálicos e os núcleos e os grânulos dos neutrófilos mostrar-se-ão púrpura-escuros, sendo os detalhes obscurecidos.
- As causas destes problemas podem ser uma excessiva coloração, pouca lavagem, ou corante ou lavagem muito alcalinos.
- Lavar com solução tampão no pH 6,5 ou pH 6,8 pode melhorar a qualidade.
- As distensões ou imprints recentemente corados, especialmente os pouco corados ou pálidos por terem sido muito diferenciados, podem ser descorados com enxágues em etanol a 95%, lavagem em água destilada, e novamente corados.
- Deve-se ter em conta que os corantes de Wrighte de Leishman são misturas empíricas de corantes policromáticos, cujas bateladas podem variar. Também os processos de amadurecimento e policromização continuam na solução-estoque do corante. Se esta tornar-se contaminada com água, resultados ruins ocorrerão.
- Para que estes sejam evitados recomenda-se que todas as distensões ou imprints sejam fixados com metanol absoluto, antes da coloração.
COLORAÇÃO DE GIEMSA
- O corante de Giemsa na realidade é mistura de azur II (mistura equimolar de azur I e azul de metileno) e eosinato de azur II (corante formado pela combinação equimolar de azur I, azul de metileno e eosina amarelada). Pode ser adquirido em solução pronta, ou ser feito segundo a fórmula: 0,3 grama de Giemsa em pó + 25 mililitros de glicerina + 25 mililitros de metanol puro.
PROCEDIMENTO:
1. As distensões (esfregaços) ou imprints devem ser pré-fixados em metanol por 3 minutos.
2. Após secos, devem ser imersos na solução corante de Giemsadiluída (1 volume do corante em 9 a 15 volumes de água destilada ou de tampão fosfato no pH 6,8), em jarra de Coplin, e deixados por 15 minutos a 1 hora.
3. Após a coloração, devem ser lavados em água destilada e secas ao ar, sem montagem das lâminas.Este corante não é usado comumente sozinho, porém é excelente na coloração de corpos de inclusão (por exemplo, na conjuntivite por Chlamydia trachomatis), onde os esfregaços devem ser deixadoscorar na solução de Giemsa diluída por 12 a 18 horas.
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