O conceito moderno de morte cerebral
Pesquisas Acadêmicas: O conceito moderno de morte cerebral. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: FlavinhaRamos201 • 14/5/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 1.657 Palavras (7 Páginas) • 529 Visualizações
Morte cerebral
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Designa-se por morte encefálica ou morte cerebral a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais.
O termo morte encefálica aplica-se a condição final, irreversível, definitiva de cessação das atividades do tronco cerebral. O tronco cerebral é constituído pelo mesencéfalo, ponte e bulbo. É a porção mais nobre e antiga do encéfalo (formado pelo tronco encefálico mais cérebro e cerebelo). Portanto, este termo é muito mais adequado que "morte cerebral".
No tronco cerebral há diversas estruturas responsáveis pelas nossas funções vitais (controle de pressão arterial, atividade cardíaca, respiratória e nível de consciência) em resumo, é o que nos mantém vivos. A lesão do mesmo é a via final de qualquer agressão ao encéfalo (isquêmica, anóxica, metabólica). A lesão não necessariamente é causada por um problema primário do encéfalo, pode ser consequência de uma enfermidade sistêmica.
A morte encefálica foi um avanço no conceito de morte. Para entender, de forma prática, basta termos em mente que uma parada cardíaca, nas condições adequadas, pode ser revertida; já o mesmo não acontece com a atividade do tronco cerebral.
O conceito moderno de morte cerebral foi cientificamente definido como cessação da vida. Começou a ser moldado em 1959, pelos franceses Mollaret e Goulon, que descreveram uma série de casos de pacientes em coma irreversível (Mollaret P e Goulon M. Le coma dépassé. Rev Neurol (Paris). 1959; 101: 3-15.). Em 1968 na Universidade de Harvard, uma comissão de juristas, médicos e religiosos definiu os primeiros critérios do coma irreversível, como um novo conceito de morte1 . Os critérios definidos para morte encefálica variam o redor do mundo, devido muito mais a questões culturais e jurídicas2 . Cientificamente, todas as sociedades fundamentam o diagnóstico no exame clinico neurológico que confirme a irreversibilidade do coma e a falência do tronco cerebral. Em relação a exames específicos, estes devem ser complementares, muitos países os dispensam como necessários ao diagnóstico, uma vez que não existe “exame confirmatório” de morte. Todos os exames utilizados hoje (eletroencefalograma, arteriografia, doppler, SPECT, cintilografia...) isoladamente, sem a história e exame neurológico adequado, de forma alguma auxiliam ou mesmo confirmam o diagnóstico. Recentemente a Sociedade Americana de Neurologia definiu algumas orientações para o diagnóstico de morte encefálica3 .
No Brasil o diagnóstico de morte encefálica é realizado seguindo o “Termo de Declaração de Morte Encefálica”, onde o exame clinico é feito por dois diferentes médicos em diferentes intervalos de tempo, sendo obrigatória a utilização de exame complementar4 .
Vale ressaltar que o diagnóstico de morte encefálica é tão definitivo como o de “morte cardíaca”, portanto, ninguém morre duas vezes; Uma vez em morte encefálica o paciente está definitivamente morto. O paciente em morte encefálica pode, eventualmente, realizar movimentos involuntários, conhecidos como Lazaróides. A maioria deve-se a atividade reflexa medular. São há muito conhecidos, filósofos como Descartes já mencionavam movimentos em animais decapitados; durante a revolução francesa muitos foram os relatos de executados que realizavam movimentos pós-decapitação, portanto, a observação de tais movimentos é plenamente compatível com a confirmação de morte encefálica e de maneira alguma invalida o seu diagnóstico5 .
No Japão, nos E.U.A. e no Brasil, há experiências com o método de hipotermia cerebral ou com o método de administração intra-arterial de um agente trombolítico (uroquinase - em uma situação de prolongada disfunção do tronco encefálico secundária à oclusão da artéria basilar), que salvaria vidas de pessoas, evitando-se a morte encefálica ou cerebral, se aplicados antes do diagnóstico de morte encefálica, ou mesmo revertendo o diagnóstico em pessoas que já haviam sido declaradas com morte encefálica, pelo protocolo de Harvard.6 7 8
Índice [esconder]
1 Detectando Morte encefálica ou cerebral
2 Referências
3 Bibliografia
4 Ligações externas
Detectando Morte encefálica ou cerebral[editar | editar código-fonte]
Antes de tudo, o paciente deve ter a causa do coma conhecida (trauma, AVC, hipoxemia...), não deve estar em condição que mascare ou interfira no exame clínico, como uso de drogas sedativas, disturbios metabólicos ou hipotermia.
O paciente não deve ter resposta ao comando verbal, visual ou estímulo doloroso; o que tecnicamente corresponde ao nível 3 da Escala de Coma de Glasgow.
Os testes clínicos são hierarquizados, de forma que conforme eles avançam checa-se um determinado nivel do tronco encefálico, do mesencéfalo (reflexo pupilar) ao bulbo (apnéia). Deve-se interromper a sequência se alguma resposta neurológica for identificada.
As pupilas não são reativas (fixas). Os olhos do paciente são abertos e uma luz é incidida em direção a pupila. A luz ativará o nervo ótico e enviará uma mensagem ao cérebro. No cérebro normal, será mandado de volta um impulso ao olho para constringir a pupila. No cérebro possivelmente morto não será gerado nenhum impulso. Isto é executado em ambos os olhos, uma vez constatada a ausência de reflexo segue-se adiante. Do contrário, interrompe-se o exame
O paciente não deve ter reflexo oculocefálico. Os olhos do paciente são abertos e a cabeça virada de lado a lado. O cérebro ativo permitirá um movimento dos olhos; no cérebro possivelmente morto, os olhos ficam fixos. Uma vez constatada a ausência de reflexo segue-se adiante. Do contrário, interrompe-se o exame
O paciente não deve ter reflexo córneo. Um cotonete de algodão é arrastado pela córnea enquanto o olho é segurado aberto. O cérebro funcional mandará o olho piscar. O cérebro possivelmente morto não vai. Isto é executado em ambos os olhos. Uma vez constatada a ausência de reflexo segue-se adiante. Do contrário, interrompe-se o exame
O paciente não deve ter reflexo óculo-vestibular. O canal auditivo do paciente é inspecionado para certificar-se que seu tímpano está intacto e que não há obstrução por cerume. Enquanto mantém-se os olhos do paciente abertos, água gelada é injetada dentro do canal
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