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OBESIDADE

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Por:   •  9/6/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.483 Palavras (18 Páginas)  •  342 Visualizações

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INTRODUÇAO

A obesidade é provavelmente o mais antigo distúrbio metabólico, havendo relatos da ocorrência desta desordem em múmias egípcias e em esculturas gregas (Blumenkrantz, 1997). Recentemente, a obesidade pôde ser considerada a mais importante desordem nutricional nos países desenvolvidos, tendo em vista o aumento de sua incidência: acredita-se que atinja 10% da população desses países (Dyer, 1994). É considerada uma doença integrante do grupo de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) e uma definição simplificada da mesma pode ser dita da seguinte forma: é o acumulo excessivo de gordura corporal em extensão tal, acarretando prejuízos à saúde dos indivíduos favorecendo o surgimento de enfermidades que podem ser letais. Ela se apresenta não apenas como problema científico e de saúde pública, porém como grande indústria que envolve o desenvolvimento de fármacos, de alimentos modificados e estratégias governamentais estimulando a prática regular de atividade física e a orientação alimentar a fim de promover melhores hábitos. Assim, o conhecimento das causas e estratégias preventivas da obesidade é o objeto de estudo de pesquisadores de diferentes centros. Dados do Ministério da Saúde – Brasil informam que a população adulta vem apresentando prevalência de excesso de peso. De acordo com os dados do inquérito nacional mais recente (Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, 1989), cerca de 32% dos adultos brasileiros têm algum grau de excesso de peso. Destes, 6,8 milhões de indivíduos (8%) apresentam obesidade, com predomínio entre as mulheres (70%). A prevalência ainda se acentua com a idade, atingindo um valor maior na faixa etária de 45—54 anos (37% entre homens e 55% entre mulheres). Atualmente, a obesidade vem atingindo todos os níveis socioeconômicos e aumentando sua incidência. Afeta ricos e pobres que sejam geneticamente predispostos a apresentar excesso de tecido adiposo, e é derivado de ações de fatores ambientais como hábitos alimentares e atividade física. Além disso, vem sendo associado a um menor esforço físico e na redução da atividade física associada ao lazer. A diminuição do consumo de fibras e o aumento do consumo de gorduras e açúcares são preocupantes, assim, as melhorias nas condições de vida seriam a causa principal do aumento da obesidade.

DESENVOLVIMENTO

A Obesidade, também conhecida popularmente como excesso de peso corporal, aumento do peso corporal, aumento de gordura ou apenas gordura, é uma enfermidade que se caracteriza principalmente pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, em uma extensão que liga este fator a problemas de saúde. Sempre que houver maior ingestão de calorias alimentares do que gasto energético do corpo, haverá acúmulo de calorias na forma de gordura. A gordura se distribui pelo corpo atribuindo formas ao corpo, as quais são: Ginóide, quando a gordura está localizada na metade inferior do corpo; Andróide, quando o tecido adiposo localiza-se na metade superior do corpo; ou Mista, que é quando há uma distribuição uniforme de gordura por todo o corpo.

O Tecido Adiposo

Existem dois tipos de tecido adiposo, que apresentam distribuição, fisiologia, estrutura e patologia diferentes. O primeiro é o tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular, também chamado de gordura branca. Neste, as células completamente desenvolvidas apresentam uma única gotícula de gordura que ocupa quase todo o citoplasma. A gordura branca acumula energia no corpo. Após períodos de alimentação bem deficiente em calorias, o tecido adiposo unilocular perde quase toda a sua gordura e se transforma em um tecido com células poligonais ou fusiformes e com pouquíssimas gotículas lipídicas. Esse tecido também é um órgão secretor. Sintetiza várias moléculas como adiponectina e leptina, transportadas pelo sangue, e a lipase lipoprotéica, que fica ligada à superfície das células endoteliais dos capilares sangüíneos situados em volta dos adipócitos. O outro tipo é o tecido adiposo pardo, ou multilocular, também chamado de gordura marrom. As células da gordura marrom contêm numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias. O tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor. Nos seres humanos, esse tipo de tecido só apresenta quantidades expressivas em recém-nascidos, com função de auxiliar na termoregulação corporal. Durante esse tempo, o tecido adiposo multilocular produz calor, protegendo o recém-nascido contra o frio. Ao ser estimulado pela liberação da noradrenalina nas terminações nervosas abundantes em torno de suas células, o tecido adiposo multilocular acelera a lipólise e a oxidação de ácidos graxos. A oxidação dos ácidos graxos não vai produzir ATP, como acontece em outros tecidos. Neste caso, a produção será de calor, já que suas mitocôndrias apresentam, em suas membranas internas, uma proteína transmembranar chamada termogenina, que vai permitir o retorno dos prótons transportados até o espaço transmembranoso para a matriz mitocondrial, sem que passem pelo sistema de ATP sintetase existentes nos corpúsculos elementares de mitocôndrias. A conseqüência é que a energia gerada pelo fluxo de prótons não será utilizada para a síntese de ATP, sendo dissipada como calor. O tecido adiposo pode crescer de duas maneiras: com o aumento do número de células (hiperplasia), ou com o aumento do tamanho das células já presentes (hipertrofia). O ganho de peso pode ser por hipertrofia, hiperplasia, ou pela combinação dos dois. A obesidade é quase sempre caracterizada pela hipertrofia, sendo algumas formas de obesidade uma combinação dos dois.

A hiperplasia ocorre principalmente como parte do processo de crescimento durante a infância e a adolescência; mas pode ocorrer também na maturidade, quando a quantidade de gordura nas células existentes alcança o limite de sua capacidade. Os depósitos de gordura podem aumentar em até 1000 vezes só por hipertrofia, independente da época de vida, desde que haja espaço disponível nos adipócitos. Quando há redução de peso devido a traumas, doenças, fome, ou mudanças na dieta e exercícios, o tamanho das células adiposas diminui. Para entender o processo de engordamento excessivo, pode se utilizar o exemplo das células do fígado (hepatócitos), já que muitas das reações metabólicas envolvidas nesse processo são realizadas neste local.

O excesso de glicose é perigoso para a saúde, mesmo sendo essa forma muito simples de açúcar também fundamental para que as células realizem todas as atividades metabólicas indispensáveis à vida. Isso porque a glicose é uma peça

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