OS INCIDÊNCIAS DE CASOS COM FIBROMIALGIA
Por: Priscila Martins • 6/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.609 Palavras (7 Páginas) • 245 Visualizações
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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEÃO SAMPAIO
INCIDÊNCIAS DE CASOS COM FIBROMIALGIA NA CIDADE DE CEDRO-PE
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2018
3.0 Referencial Teórico
3.1 Dor
A dor é um forte indicio de que algo no nosso sistema não está normal, além de ser uma experiência muito desagradável para maioria dos indivíduos que a vivencie. Portanto, evitar a dor é instintivo, tanto pelo estresse que dela sucede, quanto pelo caráter repulsivo (ANGELOTTI; FORTES ,2007)
É um dos motivos mais comuns de procura por atendimento médico, 75 % das pessoas que buscam atendimento médico estar com algum tipo de dor. Portanto a dor se faz presente de maneira frequente tanto em doenças crônicas, quanto em agudas (SARDÁ, 2007)
A dor é uma sensação desagradável que faz com que o individuo perca totalmente o controle sobre sua vida, caso se torne crônica. Consideravelmente ela afeta o indivíduo, de modo que impossibilita a pessoa de realizar tarefas básicas no seu dia-dia (ANGELOTTI, FORTES. 2007; PENIDO, RANGÉ, 2007)
3.2 Fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome crônica que apresenta dor difusa, com características de pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos em algumas regiões do corpo ,como: Trapézio, supra espinhal, occipital, cervical baixa ,glúteos, joelho, trocânter maior do fêmur, epicôndilo lateral ,segunda articulação costocondral, regiões essas chamado de tender point, em alguns casos associado a fadiga, rigidez, cefaleia, depressão, qualidade do sono, ansiedade, dispneia, dentre outros, a do difusa é o principal sintomas, presente em 97,5 do casos que são acompanhados, (WOLFE et al.,1990)
Figura 01: Representação dos pontos dolorosos na fibromialgia
[pic 1]
FONTE: Disponível em : http://www.novafisio.com.br/voce-sabe-o-que-e-a-fibromialgia-e-como-trata-la/9/.
A síndrome historicamente era apresentada por diversos nomes, sendo alguns deles: miofascite, reumatismo muscular, fibrose dentre outros. O termo fibromialgia distinguiu-se pelo fato de que nessa doença não ocorrer inflamação (CHARELLO,2005)
Segundo Proveza (2002) A patologia pode ser definida de caráter não inflamatório, sendo uma síndrome dolorosa e crônica, com sua causa desconhecida, podendo apresentar sintomas nos aparelhos e sistemas, onde a mesma se manifesta no sistema musculoesquelético.
Ha hipótese de aspectos etiológicos que se sobressaem, estes compreendem os seguintes aspectos: 1) fatores bioquímicos, podendo integrar deficiências nutricionais, características endócrinas, alérgicas, toxidade auto gênica ou adquirida, infecção e outros; 2) fatores psicossociais ( Depressão /ansiedade, medo, solidão, desanimo, dentre outros), 3) fatores biomecânicos, podendo ser de natureza estrutural, (Pernas curtas, traumas musculoesqueléticos, hipermobilidade e características posturais ) ( CHAITOW , 2002)
De acordo com Berber (2005) em seu estudo, onde indivíduos apresentam uma piora significativa em suas qualidades de vida, quando com prevalência de depressão e outras alterações psicológicas resulta em um grau elevado na fibromialgia, variando entre 49 % a 80 % dos indivíduos acometidos.
3.3 Epidemiologia
Segundo Milton Helfenstein Junior (2012) O diagnóstico pode ocorrer em qualquer idade e é diagnosticada muito mais frequentemente no sexo feminino, Os primeiros estudos dedicados à prevalência da doença foram publicados na década de 1980, Um estudo brasileiro determinou a prevalência de 2,5% na população, sendo a maioria do sexo feminino, das quais 40,8% entre 35 e 44 anos de idade. Já em alguns países da Europa os índices de FM encontrados chegam até 10,5% na população adulta. É uma condição comumente observada na prática clínica diária e uma das principais causas de consultas referentes ao sistema musculoesquelético, sendo ainda considerada o segundo distúrbio reumatológico mais encontrado, superada apenas pela osteoartrite.
3.4 Diagnostico
O diagnóstico é clinico e executado pelo critério do colégio Americano de Reumatologia de 1990, obtido naquele ano por Wolfe e colaboradores de acordo com consenso (WOLFE et al., 1990) com seguintes itens:
1 – Histórico de dor musculoesqueléticas crônica por mais de 3 meses, por todo o corpo (bilateralmente), e atingindo a parte anterior e posterior.
2- Exame clinico: Dor em pelo menos 11 dos 18 pontos dolorosos, que quando realizada a digito pressão com algiômetro de Fischer considerados positivos apontando dor inferior a 4Kgf (FISCHER ,1988)
É de suma importância saber a diferença entre tender points na fibromialgia dos triggers points (pontos de gatilhos), esse último está presente em pessoas com a síndrome dolorosa miofascial enquanto o tender points estão presentes em pacientes com fibromialgia. No exame físico a palpação dos tender points produz uma dor local que não se irradia, não ocorre rigidez ou contratura dos pontos. Já os triggers points, ocorre uma dor referida, que se irradia provocando rigidez e contratura do musculo. (ANTONIO,2001).
Segundo Carville (2008) o diagnóstico da fibromialgia é definido principalmente pela clínica do indivíduo, ainda que outros métodos estejam para ser mostrado, na qual, tem que ser feito uma avaliação englobante da dor, da função e do contexto psicossocial e um completo entendimento da fibromialgia.
Wolfe (2010) relata em seu estudo que a principal característica da fibromialgia é a dor generalizada com localização abaixo e acima da cintura bilateralmente. O pescoço, coxas, ombros regiões essas proximais são as mais acometidas frequentemente, podendo também envolver mãos e pés. A fadiga é uns outros sintomas bastantes comuns nos indivíduos.
3.5 Sinais e sintomas
As principais sintomatologias são apresentadas com dores, distúrbios no sono, rigidez matinal, alterações psicológicas, isso acarreta para que ocorra um grau de sofrimento onde ocasiona uma má qualidade de vida, resultando em problemas psicológicos e sociais (ROBERTO 2002).
As principais queixas relatadas pelos indivíduos com FM são expressadas do tipo: queimação, pontada, sensação de peso. O local da dor é relatado discordante, na qual o individuo apresenta dificuldade no local dos pontos dolorosos. Os locais mais comuns são: cintura escapular, pelve, coluna vertebral, em alguns casos ocorrendo na parede anterior do tórax, além de apresentar incapacidade física (baixa tolerância aos exercícios físicos), fraqueza muscular, alteração na capacidade de produzir tarefas do dia-dia, redução do grau da qualidade de vida e prejuízos na vida profissional (FERNANDES,1998).
A taxa dos sinais e sintomas de depressão é crescente nos pacientes que convivem com a doença, alternando entre 40 % a 80%, em relação aos indivíduos saudáveis apresenta cinco vezes mais chances de desenvolver depressão. Na qual, o quadro depressivo pode se agravar. (LETIERI, 2013).
3.6 Tratamento
Atualmente o tratamento baseia-se em intervenções não farmacológicas e farmacológicas (MATSUTANI ,2017)
Para a fibromialgia ainda não se conhece uma cura, na qual busca-se uma melhora/redução da sintomatologia. Foi realizado 4 testes de ensaio clinico anti-inflamatório não-esteroides (AINE), naproxeno, ibuprofeno, versus placebo, não comprovaram efeitos analgésicos desejados (HOEFLER E DIAS ,2010)
Segundo Hoefler e Dias (2010), o único analgésico avaliado foi o tramadol, onde apresentou resultados eficazes como também efeitos adversos comuns dos fármacos opioides, como: vertigem, náuseas, vômitos e dependência, além disso o tramadol interagem com vários outros fármacos.
Em outro teste, na qual foi avaliado a eficácia de antidepressivos, onde os autores concluíram que o uso de duloxetina e amitripina pode ser útil para o tratamento de distúrbio no sono e dor, segundo outra analise independente, a eficácia da duloxetina foi baixa e os dados foram inclusivos (HOEFLER E DIAS ,2010)
De acordo com Matsutani (2017), os exercícios de flexibilidade reduzem encurtamentos e retrações das estruturas musculares e recupera a flexibilidade corporal, exercícios esse que são indicados para o tratamento de disfunções osteomioarticulares e dor crônica, proporcionando assim um relaxamento e consequentemente diminuição da dor. Inúmeros tipos de tratamento estão sendo sugerido como proposta de tratamento, com finalidade do alivio dos sintomas achados no quadro clinico. O objetivo desses tratamentos é promover a restauração da força muscular e amplitude de movimento, eliminar a dor referida nos “TENDER POINTS”, como também melhorar a reintegração psicossocial e função do organismo, controlar os desequilíbrios do humor (SOUZA, FORGIONE e ALVES, 2000).
Para Wolfe (1990), indivíduos com fibromialgia estão indicadas as modalidades de exercícios como, natação, hidroginástica, caminhada, ciclismo (bicicleta ergométrica). No tratamento da FM são de essenciais importância os exercícios cardiorrespiratórios. As diretrizes fornecidas englobam em pelo menos três/quatro vezes por semana a realização de exercícios aeróbicos, por pelo menos de 15 a 20 minutos pelo dia que for executar tal exercício, onde é exigido o alcance da sua capacidade cardíaca máxima de 60 e 85 % (MCARDE; KATCH;1998)
REFERENCIA
ANGELOTTI, G .;FORTES, M. ANGELOTTI, G. A terapia cognitiva e comportamental no tratamento da Dor Crônica.Terapia cognitivo-comportamental no tratamento da dor. São Paulo: casa do psicólogo,2007
ANTONIO, S. F. Fibromialgia. Rev. Bras. Med. v. 58, p. 215-224, 2001.
BERBER, J. S. S.; KUPEK, E.; BERBER, S. C. Prevalência de depressão e sua relação com a qualidade de vida em pacientes com síndrome da fibromialgia. Florianópolis, SC, Brasil. 2005
CHAITOW, L. – Síndrome da Fibromialgia: Um guia para o tratamento. Ed. Manole: São Paulo, 2002.
CHIARELLO; BERENICE; DRIUSSO, PATRICIA; RADL; ANDRE L. M. Fisioterapia Reumatológica. Ed. 1. São Paulo: Manole, 2005.
CARVILLE SF, ARENDT-NIELSEN S.; BLIDDAL H.; BLOTMAN F.; BRANCO J. C.; BUSKILA D. EULAR Evidence-based Recommendations for the Management of Fibromyalgia Syndrome. Ann Rheum Dis. 2008
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HOEFLER, Rogério e DIAS, D. Camila. Fibromialgia: doença obscura e tratamento indefinidos. Rio De Janeiro, n. 1, p. 2-3, Jan/fev. 2010.
LETIERI,R. V.; FURTADO, G. E.; LETIERI, M.; GÓES, S. M.;PINHEIRO, C. J. B.; VERONEZ, S. O.;MAGRI,A.M.;DANTAS,E.M .Dor, qualidade de vida, autopercepção de saúde e depressão de pacientes com fibromialgia, tratados com hidro cinesioterapia. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v.53, p.494-500, 2013.
Matsutani, A, L, Efeito de dois tratamentos de fisioterapia na fibromialgia: ensaio paralelo randomizado [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo;2017
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SARDÀ J. R. Aceitação da dor crônica: novidade conceitual ou resgate de um principio fundamental no tratamento de doenças crônicas: Terapia cognitivo-comportamental no tratamento da dor. São Paulo: casa do psicólogo ,2007.
JUNIOR, M. HELFENSTEIN Fibromialgia: Aspectos clínicos e ocupacionais. Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP. Brasil. 2012.
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