Relação asmático-médico
Por: AA123bb • 13/6/2017 • Seminário • 642 Palavras (3 Páginas) • 230 Visualizações
Redirecionando a relação asmático-médico
A relação asmático-médico tem como objetivo reduzir a resistência ao tratamento, e isso pode ser visto de duas maneiras: não aderência à prescrição médica e abandono do tratamento.
A literatura não tem muitas análises do fenômeno da não aderência à prescrição médica em asma-brônquica, embora seja de observação universal. Alguns dos mecanismos mais frequentemente usados da não aderência são: a insuficiência de recursos materiais ou condições sociais para cumprir regimes terapêuticos constando de diversas tomadas de medicamentos ao longo do dia. No caso especifico dos nebulizadores, pode não haver condições psicomotoras suficientes para o uso adequado do instrumento. Porém, além dessas causas objetivas, pode ter também mudanças voluntárias da prescrição, por julgá-lá desnecessária frente à melhoria ou pela ausência da melhoria.
Já em relação ao abandono do tratamento, este mostra o grau externo de resistência à terapêutica, representando a ruptura da relação médico-paciente. Portanto, podemos dizer que a não aderência à prescrição e o abandono são expressões de uma má-relação entre medico-paciente.
Alguns dos confrontos dessa relação são explicados na literatura, como: bajulações do médico pelo asmático, pois o paciente pode se exceder em elogios ao médico frente à melhoria do tratamento, deixando um ambiente “chato”. Então cabe ao medico desenfatizar os elogios de maneira indireta, não participando do jubilo e não aceitando os elogios, e isso pode ser feito com a transmissão do mérito para o próprio paciente, mostrando-lhe a importância de colaborar na medicação. Outro problema seria o “regateio” sobre a prescrição, pois o paciente pode ter efeitos colaterais dos medicamentos e então tenta exagerar a intensidade e a importância desses efeitos, ou transtornos que a medicação repetida lhe traz, e isso poderá desencadear muitos aspectos da personalidade do asmático, principalmente o de testar o medico. Então o importante para o profissional é não entrar nesse “jogo”, e sim buscar mudanças no regime terapêutico, explicando os motivos e sem reagir as tentativas de manipulação.
Outro fenômeno que ocorre é “culpar o médico” por reativação dos sintomas. Pois com o tempo isso pode ocorrer devido às manifestações motivadas por intercorrências, reduções da medicação ou pela própria asma. E mesmo sabendo que isso é “normal” no tratamento, essas pioras poderão ser utilizadas pelo paciente para assumir uma atitude de culpar o médico.
E o médico não pode se deixar levar, ele deve demonstrar o maior interesse e criatividade no tratamento. Como se cada episodio de reativação fosse o primeiro (desde a anamnese, o exame físico e ate o espirografico se necessário), pois dessa forma o asmático não vai se sentir um caso de rotina.
O encaminhamento a especialistas é comparado a uma criança que se sente rejeitada porque chora e um asmático sentindo-se afastado porque sibila, então é um momento muito delicado, pois o paciente não pode achar que está sendo passado para outro, ele deve entender que o seu tratamento precisa de uma equipe (pneumologistas, imunologistas, fisiatras) e por isso ele irá para o cuidado de outros. Portanto essa necessidade de ouvir um especialista de outra área deve ser percebida com objetividade e precisão pelo asmático.
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