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Trombose Venosa Profunda

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Por:   •  18/10/2013  •  1.484 Palavras (6 Páginas)  •  5.056 Visualizações

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1- INTRODUÇÃO

A Trombose Venosa Profunda (TVP) é definida como a obstrução ao fluxo sanguíneo pela formação de um trombo nas veias do sistema profundo. A TVP é uma das principais causas de morte em pacientes hospitalizados devido à sua principal complicação o tromboembolismo pulmonar (TEP), mesmo assim esta enfermidade pode facilmente ser evitada quando é instituída a profilaxia adequada enquanto que o tromboembolismo pulmonar também pode ser prevenido quando é feito o diagnóstico precoce da TVP e estabelecido o tratamento efetivo. Este trabalho teve como objetivo discutir a definição, a fisiopatologia, o quadro clínico, a epidemiologia e os principais tratamento da TVP, assim como demonstrar a importância das medidas profiláticas para evitar a formação do trombo venoso nos pacientes que apresentem fatores de risco para a doença.

2- DESENVOLVIMENTO

2.1- DEFINIÇÃO

Trombose venosa profunda é uma doença potencialmente grave causada pela formação de coágulos (trombos) no interior das veias profundas. Na maior parte das vezes, o trombo se forma na panturrilha, ou batata da perna, mas pode também instalar-se nas coxas e, ocasionalmente, nos membros superiores.

O desprendimento do coágulo pode provocar complicações a curto ou longo prazo. A curto prazo, ele pode deslocar-se até o pulmão e obstruir uma artéria. Esse episódio é chamado de embolia pulmonar e, conforme o tamanho do coágulo e a extensão da área comprometida, pode ser mortal.

A longo prazo, o risco é a insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-flebítica, que ocorre em virtude da destruição das válvulas situadas no interior das veias encarregadas de levar o sangue venoso de volta para o coração.

2.2- FISIOPATOLOGIA

A principal causa da trombose venosa profunda é a imobilidade prolongada, comum não só nas viagens aéreas e terrestres que obrigam a pessoa a ficar sentada por horas na mesma posição (por isso, a doença ficou conhecida impropriamente como síndrome da classe econômica), mas também nos casos de permanência no leito em

repouso por doenças e depois de cirurgias. Lesões nos vasos e desequilíbrio nos fatores de coagulação do sangue também são responsáveis pela formação de trombos.

É uma patologia mais freqüente em pessoas portadoras de certas condições predisponentes - uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal, tabagismo, presença de varizes, pacientes com insuficiência cardíaca, tumores malignos, obesidade ou a história prévia de trombose venosa.

Outras situações são importantes no desencadeamento da trombose: cirurgias de médio e grande portes, infecções graves, traumatismo, a fase final da gestação e o puerpério (pós-parto) e qualquer outra situação que obrigue a uma imobilização prolongada (paralisias, infarto agudo do miocárdio, viagens aéreas longas, etc). Entre as condições predisponentes é importante citar ainda a idade avançada e os pacientes com anormalidade genética do sistema de coagulação.

2.3- QUADRO CLÍNICO

Os sintomas mais comuns da Trombose Venosa Profunda (TVP) ocorrem geralmente em uma das pernas, mais comumente nas panturrilhas (batatas das pernas), caracterizando-se freqüentemente pelo início recente dos seguintes sinais clínicos: dor, edema (inchaço) e rubor (vermelhidão) na área afetada (perna ou coxa). Outros sinais são o calor e o empastamento no membro acometido (rigidez da musculatura da panturrilha). Diante de tais manifestações o indivíduo deve ser encaminhado a um serviço médico de emergência, sobretudo pelo risco do quadro evoluir para uma embolia pulmonar.

A embolia pulmonar é o desprendimento do coágulo da veia comprometida, que sob a forma de êmbolo provocará a obstrução de vasos arteriais dos pulmões. É uma complicação da maior gravidade e a sua suspeita deve ser levada em consideração diante da falta de ar de início súbito, dor torácica, e, nos casos mais graves, arritmia, diminuição da pressão arterial e, com certa freqüência, morte súbita. Mesmo na ausência desses sintomas respiratórios não se pode descartar essa complicação. É importante pensar na possibilidade de TVP em todo indivíduo com queixas num membro inferior e que apresente um ou mais dos "fatores de risco".

2.4- EPIDEMIOLOGIA

Uma doença que se caracteriza por uma formação de coágulos (trombos) em veias profundas, levando a uma obstrução total ou parcial da veia afetada,

principalmente dos membros inferiores. Desenvolve-se a partir de um dos fatores da Tríade de Virchow, que são: Estase Venosa (diminuição do fluxo venoso), Lesão Endotelial (proporcionando diretamente a formação de trombos), Hipercoagulabilidade (sangue fica mais suscetível à formação de coágulos).

Há pessoas que possuem maiores possibilidades de apresentar essa patologia, os fatores de riscos já relatados são: tromboembolismo venoso prévio, história prévia de embolia pulmonar, varizes, pós-cirurgias, imobilização prolongada, obesidade, idade (superior aos 40 anos), uso de anticoncepcionais, gravidez e puerpério, insuficiência cardíaca, entre outros. Ressaltando que esses fatores estão diretamente relacionados com Tríade de Virchow.

A TVP se manifesta de formas variadas, sendo as alterações baseadas na obstrução venosa, reação inflamatória do vaso e dos tecidos vizinhos e pelo deslocamento total ou parcial do trombo. Variando da forma assintomática à sintomática, sendo os sinais e sintomas encontrados: sinais flogístico (dor, rubor, calor e edema) no local, rigidez da musculatura da panturrilha, dor à palpação muscular, sinal de Homans (desconforto na panturrilha após dorsoflexão passiva do pé). Sendo a embolia pulmonar, uma complicação mais grave, e pode surgir como consequência da movimentação do trombo.

2.5- PRINCIPAIS TRATAMENTOS

Nessa situação o paciente precisa ser internado com o objetivo de inibir o processo de coagulação do sangue o mais rápido possível. Para isso, usa-se as heparinas, injetadas na veia ou através de injeções subcutâneas (em baixo da pele). Concomitantemente ao uso das heparinas, inicia-se os anticoagulantes orais (como a varfarina ou femcoprumona). Estes últimos medicamentos, demoram alguns dias para deixar o sangue fino e serão usados por meses após a alta hospitalar (geralmente por 3 a 6 meses). A heparinas e os anticoagulantes ajudam a dissolver o trombo venoso, o qual vai progressivamente aderindo-se na parede da veia afetada.

Com os exames de TAP (tempo de ativação da protrombina) e RNI (relação normalizada internacional), é que dá pra saber se os anticoagulantes orais estão fazendo o seu efeito desejado. Os valores do RNI (o ideal é que fique entre 2,0 e 3,0) é que determinarão a dose a ser utilizada do anticoagulante oral. Concomitante com esta medicação, o paciente deve fazer repouso com as pernas elevadas e fazer uso de meia elástica adequada a sua perna.

Alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios, potencializam a ação dos anticoagulantes, devendo ser evitados. Um médico deverá ser consultado sempre que for necessário o uso de um novo medicamento. A ingestão de alimentos rico em vitamina K deverá ser estável, já que os anticoagulantes atuam inibindo a síntese dessa vitamina, ligada à formação de alguns fatores de coagulação. Alimentos muito ricos em vitamina K , em grande quantidade, podem neutralizar a ação dos anticoagulantes orais.

O filtro de veia cava, um dispositivo colocado nessa veia (próxima do lado direito do coração), interrompe a passagem dos coágulos (trombos) da circulação das pernas em direção à circulação pulmonar. Essa modalidade de tratamento poderá ser necessária em alguns pacientes.

2.6- PROFILAXIA

A principal ação preventiva é combater a estase venosa, ou seja, fazer com que o sangue das veias circule, facilitando seu retorno ao lado direito do coração. Recomendações: fazer caminhadas regulares; em situações de doença, em que seja necessário permanecer sentado por muito tempo, procure movimentar os pés como se estivesse pedalando uma máquina de costura; quando estiver em pé parado, mova-se discretamente como se estivesse andando sem sair do lugar; antes das viagens de longa distância, fale com seu médico sobre a possibilidade de usar alguma medicação preventiva; quando permanecer acamado, faça movimentos com os pés e as pernas.

As meias elásticas são úteis para melhorar a circulação venosa. A compressão pneumática (aparelho que comprime a musculatura da panturrilha) realizada com equipamento específico, em pacientes hospitalizados e de alto risco para trombose venosa, também é eficaz para a prevenção da doença. Pacientes com tendência genética para uma coagulação acentuada (hipercoagulabilidade) poderão necessitar do uso indefinido dos anticoagulantes orais.

3- CONCLUSÃO

Apesar da trombose venosa profunda possa ser uma patologia muito complexa, a qual é necessário um grande entendimento médico para poder identificar a TVP de maneira mais precoce e com eficiência. A profilaxia da trombose venosa é muito mais barata de ser realizada do que o tratamento das suas complicações. Visto que algumas das suas complicações geram um custo social muito grande, comparado o gasto na tentativa de evitá-lo. Uma complicação muito perigosa, que dependendo do grau e da

intensidade que surge, a Embolia Pulmonar, pode levar ao óbito do paciente independente do diagnóstico bem feito e do tratamento adequado. Portanto, deve-se seguir rigorosamente as orientações médicas sobre a prevenção e o tratamento, e principalmente aderir à prática de atividades físicas para a prevenção desta doença.

4- REFERÊNCIAS

- GUYTON & HALL. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. São Paulo: Editora Saunders Elsevier, 2006. cap. 25, p. 302-305.

- Maffei FHA, Rollo HA. Trombose Venosa Profunda dos Membros Inferiores: Tratamento Clínico. In: Mafei FHA. Doenças Vasculares Periféricas. 3 ed. MEDSI: Rio Janeiro. 2002. p. 1407-26.

- Yoshida WB. Trombose Venosa Profunda dos Membros Superiores. In Mafei FHA. Doenças Vasculares Periféricas. 3 ed. MEDSI: Rio Janeiro. 2002. p. 1433-41.

- Dr. Drauzio Varella. Clínica Geral. http://drauziovarella.com.br/letras/t/trombose-venosa-profunda/. Acessado: 14/10/2013.

- Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. http://www.sbacv.com.br/index.php/publico/trombose-venosa-profunda.html. Acessado: 14/10/2013.

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