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A Insegurança Alimentar

Por:   •  17/10/2024  •  Trabalho acadêmico  •  878 Palavras (4 Páginas)  •  32 Visualizações

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“SE A FOME FOSSE UM ROSTO SERIA DE UMA MULHER NEGRA”

“O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças.”. Citação retirada do livro “Quarto de despejo”, remete o diário de Carolina Maria de Jesus, mulher preta, sem escolaridade, mãe de 3 filhos, onde vivem em estado de pobreza em que é exposta a trabalhar um pouco mais de 14 horas por dia catando papel para levar alimentação para casa. O livro remete não somente sua condição precária de vida, mas também a realidade de outras pessoas que passam por situações semelhantes. Nessa citação, Carolina faz analogia de que aqueles que passaram pela experiência da fome têm uma compreensão individual das dificuldades enfrentadas pelos mais pobres. Em parceria com “Quem inventou a fome são os que comem”, transmissão de uma crítica social sobre como a fome não é um fenômeno natural ou inevitável, mas sim algo criado pelo injusta distribuição de recursos e poder na sociedade. Onde evidencia a desigualdade social e políticas que permitem que algumas pessoas tenham acesso elevado a alimentos enquanto outras passam necessidades. Portanto, os que "inventam a fome" são aqueles que têm o privilégio de comer em excesso, enquanto outros sofrem com a falta de comida. Essa frase destaca a responsabilidade social e política na resolução do problema da fome.

O racismo estrutural está enraizado desde o período colonial, onde o sistema econômico do Brasil era concentrado em acúmulo de riqueza e a estrutura agrária, essa priorização do mercado externo levou à concentração de terras nas mãos de poucos proprietários e à exploração intensiva do trabalho escravo, contribuíram para a escassez alimentar e as crises de subsistência, a princípio, se assemelha com o sistema atual, o capitalismo. As questões de fome, pobreza e desigualdade estão intrinsecamente ligadas às disparidades raciais presentes na sociedade brasileira atual.  Em razão disso, da história do Brasil, onde a população negra e Indígena, foram margilizados por anos de memória, isso evidencia apesar de tantos anos de luta e evolução, algumas coisas ainda se mantem, como o racismo impregnado na relação de Insegurança Alimentar.

O Código de Segurança Alimentar (Lei nº 11.346/2006) estabelece a realização do direito universal ao acesso permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer a sua aquiescência a outras necessidades que respeitem a diversidade étnica, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. Exercendo o direito à alimentação adequada intimamente ligado à dignidade da sociedade individualista e é essencial para que as pessoas possam desfrutar plenamente dos demais direitos garantidos pela Constituição Federal, onde o governo deve assumir a responsabilidade de implementar políticas públicas e ações para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional de toda a população. Em outras palavras, o Estado deve tomar medidas para garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos nutritivos e seguros, independentemente de sua situação socioeconômica. A insuficiência alimentar é consequência do processo da desigualdade social que impede o acesso funcional de alimentos. Em razão disso, a escassez e má qualificação alimentícia está diretamente ligada com a abordagem manipuladora do capitalismo, embora esse sistema proporcione uma relativa produção de alimentos, o consumo de alimentação adequada é desigualmente distribuída, onde por meio de estratégias, os mercados e fabricas  utilizam métodos de produção mais baratos, como o uso intensivo de agrotóxicos na agricultura, o multiprocessamento de alimentos altamente industrializado e a utilização de ingredientes de baixa qualidade. Esses métodos de produção mais baratos podem levar à disponibilidade de alimentos de má qualidade a preços mais baixos no mercado. Além disso, essa situação cria uma dinâmica onde alimentos pouco saudáveis e de baixa qualidade tornam-se mais acessíveis para as pessoas de baixa renda, que muitas vezes são mais vulneráveis às pressões econômicas e possuem poucas ou farta informações.

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