A PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM CRIANÇAS DE UMA ESCOLA
Por: yniliaht • 24/5/2018 • Trabalho acadêmico • 4.325 Palavras (18 Páginas) • 299 Visualizações
ASSOCIAÇÃO DE INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS COM A PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM CRIANÇAS DE UMA ESCOLA DE FORTALEZA-CE
Rebecca da Silveira Vieira¹
Resumo
Objetivo: Estudar a relação entre a autopercepção da imagem corporal associada aos índices antropométricos em crianças de uma escola de ensino fundamental. Métodos: trata-se de um estudo transversal, de caráter quantitativo, em uma instituição de ensino fundamental, localizada na cidade de Fortaleza - CE, durante o primeiro semestre de 2018. A pesquisa contará com alunos da graduação do curso de Nutrição e terá como critério de inclusão todos os 580 alunos da instituição, sendo estas, crianças de 5 a 12 anos, devidamente matriculadas no ano letivo. A avaliação se dará por meio de questionários avaliativos, que acontecerá em três encontros, em diferentes momentos. No primeiro momento, eles nos dirão, de acordo com a escala de Kakeshita que lhes será oferecido, a maneira como se veem. No segundo encontro, a mesma escala será oferecida e eles nos mostrarão como queriam que sua imagem realmente fosse. Por último, aplicaremos um questionário com perguntas diretas que serão capazes de nos mostrar a auto percepção da criança. Serão realizadas avaliações antropométricas, onde serão aferidos peso e altura de todas as crianças participantes da pesquisa, para que possamos obter a classificação nutricional de cada criança, individualmente.
Palavras-chave: autoimagem; imagem corporal; criança.
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¹Acadêmica de graduação em nutrição – Universidade de Fortaleza
Introdução
Os principais problemas envolvendo alimentação e nutrição, decorrem da carência ou do excesso de nutrientes em determinada pessoa. Segundo estudiosos, os problemas relacionados à carência de nutrientes, como a anemia, ou ao excesso destes, como a obesidade, são considerados como prioridades das ações atuais em saúde. Os sintomas e sinais deste quadro são levados em consideração após uma constante inadequação do consumo alimentar. Dessa forma, podemos considerar que o comportamento alimentar apresenta importante papel na prevenção e no tratamento de doenças. Contextualizando, a alimentação durante a infância tem um papel fundamental tanto no crescimento e desenvolvimento, como pode representar um dos principais fatores de prevenção de doenças na fase adulta (FRUTUOSO, 2003).
No Brasil e no mundo, nas últimas décadas, houve uma diminuição considerável na prevalência de crianças e adolescentes de baixo peso, entretanto, esses indicadores não representam melhorias absolutas. Ainda é frequente o consumo insuficiente de determinados nutrientes como ferro, cálcio e algumas vitaminas, e a “fome oculta” – deficiência de um ou mais micronutrientes sem sinais aparentes – ocorrem independentemente do peso da criança. Outro quadro atual é o aumento dos níveis de excesso de peso e obesidade e dos fatores de risco para transtornos alimentares. Discute-se muito o fato de que, desde o útero, bebês são expostos à diversos sabores através da alimentação materna, pelo líquido amniótico, podendo influenciar diretamente nas suas preferencias alimentares futuramente (ALVARENGA et al., 2015).
O início da relação com o alimento dá-se pelo aleitamento materno ou uso de fórmulas infantis. Uma das principais dificuldades encontradas ainda nessa fase em que a criança não é capaz de falar o motivo pelo qual está chorando, é que os pais pressupõem que o motivo daquele choro seja fome, sendo que nem sempre esse é o motivo. Os pais devem ser incentivados a conhecerem os diferentes motivos que levam uma criança a chorar, onde sejam capazes de reconhecer a real causa e solucionarem o problema, e não haja precocemente o hábito de sempre atendê-los com comida, como se aquilo fosse o remédio para todas as causas, físicas e emocionais (ALVARENGA et al., 2015).
Com a promoção de uma alimentação saudável, dois aspectos devem ser levados em consideração: os hábitos alimentares da vida adulta estão diretamente relacionados aos aprendidos e/ou vivenciados na infância e a mudança de um comportamento alimentar a longo prazo é um objetivo com elevadas taxas de insucesso. Esses dois pontos apontam para que as principais intervenções na promoção de saúde de comportamentos alimentares, ocorram com maior incidência na fase da infância para que eles perdurem ao longo da vida. O acesso ao alimento e a disponibilidade em casa, o modo de preparo, as práticas alimentares, influenciam no consumo alimentar da criança. Frequentemente, as atitudes das crianças são reflexos de um ambiente com ponto de vista psicológico, cultural e socioeconômico, influenciados por onde vivem, o que na maioria das vezes, é o ambiente familiar. E quando o meio ambiente é desfavorável, este pode propiciar condições que levam ao desenvolvimento de distúrbios alimentares que, uma vez instalados, podem permanecer ao longo da vida (ROSSI, 2008).
A percepção adequada da própria criança ou adolescente e da família em relação ao excesso de peso pode ser o requisito para a procura de um tratamento com o profissional especializado e a aderência ao tratamento proposto (BOA-SORTE, 2007)
Um dos principais fatores que apresentam um considerável grau de influência no modo de viver das crianças, é maneira como eles se percebem ou se veem, descrevendo um conceito que possuem de si mesmos. Trata-se de um fator interpessoal e de ordem interna, capaz de influenciar em diversos pontos de sua vida, sejam eles educativos, familiares ou no modo de se relacionar com outras pessoas. E é essa forma como os seres humanos se veem, que é capaz de influenciar diretamente sobre o próprio futuro (BATTISTI, 2016)
A imagem corporal tem um importante papel quando se refere a construção do perfil de identidade do ser humano, o modo como ele se vê diante da sociedade, na percepção que ele tem de si mesmo e sobre o que ele entende como saudável. A insatisfação de crianças e adolescentes com relação a sua imagem corporal, vai agravando com o passar do tempo, tornando-se mais intensa, de forma que tentam mudar sua aparência para que haja uma maior aceitação, na maioria das vezes, sobre si mesmo. Nesses casos, a baixa autoestima predomina, gerando grandes chances de um desenvolvimento de transtornos alimentes e/ou patologias como a obesidade, diabetes mellitus e a hipertensão arterial (BATTISTI, 2016)
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