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NUTRIGENÉTICA X NUTRIGENÔMA: PAPEL DOS NUTRIENTES E COMPOSTOS BIOATIVOS DOS ALIMENTOS NA EXPRESSÃO DO GENE. DOENÇAS RELACIONADAS À PREDISPOSIÇÃO .

Por:   •  23/10/2017  •  Projeto de pesquisa  •  1.379 Palavras (6 Páginas)  •  513 Visualizações

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NUTRIGENÉTICA X NUTRIGENÔMA: PAPEL DOS NUTRIENTES E COMPOSTOS BIOATIVOS DOS ALIMENTOS NA EXPRESSÃO DO GENE. DOENÇAS RELACIONADAS À PREDISPOSIÇÃO.

Letícia de Queiroz Freitas (aluna da Faculdade Maurício de Nassau – CG PB); Profa. Tayana Vago (Orientadora da disciplina Tópicos Integradores I Nutrição).

RESUMO: (Nutrigenética: papel dos nutrientes e compostos bioativos dos alimentos na expressão do gene). A vida agitada nos centros urbanos, da capital ao interior, a falta de exercícios físicos, o estresse, a alimentação rápida que se torna rica em gorduras e açúcares além do tabaco, estão causando diversos tipos de doenças no âmbito mundial. Advindo dessas circunstâncias, cada vez mais se encontram jovens com problemas de obesidade, diabetes, problemas cardíacos e cada vez mais pessoas com doenças graves e mortíferas como o câncer. O termo Nutrigenética se refere às interações entre os hábitos dietéticos e o perfil genético de cada indivíduo. É possível por meio deste campo de pesquisa fazer uma análise as respostas individuais frente às modificações na dieta e observar se estas diferenças são causadas pela presença ou ausência de polimorfismos genéticos que são alterações na sequência de DNA, também podendo ser chamado de mutações.

Palavras-chave: câncer, hábitos dietéticos, perfil genético, polimorfismos genéticos.

INTRODUÇÃO: O fornecimento de nutrientes proveniente dos alimentos e sua utilização pelo organismo foram discutidos antes da chamada Revolução Química, que foi baseada na Lei da Conservação das Massas e a teoria do Oxigênio e de Combustão, teorias essas produzidas por Antoine Lavoisier em 20 de fevereiro de 1773. Acredita-se que a nutrição surgiu nessa época visto que nenhuma pesquisa científica tenha sido realizada antes. No início do século XX, foram acontecendo alguns agravos nutricionais devido às duas grandes guerras que ocorreram nesse período. Os principais agravos estavam relacionados à deficiência de determinado nutriente que acabava causando anemia, beribéri, raquitismo, xeroftalmia e pelagra.

        

A descoberta da causa de tais doenças foi imprescindível para que se desse início a “era das vitaminas” ou idade de ouro da nutrição (CARPENTER, 2003a). Este foi um excelente período da História da Nutrição, quando as vitaminas dos alimentos foram isoladas e ligadas às deficiências e suas doenças. Mas ainda assim no período da segunda guerra mundial, as doenças crônicas não transmissíveis como doenças cardiovasculares e diabetes Mellitus se tornaram alvo de preocupação durante esse tempo. O excesso de peso acompanhado ao diabetes persistia e a ciência da nutrição não estava apta o suficiente para intervir de forma a solucionar ou prevenir tais doenças e ao estilo de vida sedentário das pessoas nessa época.

Mas, com o passar dos anos, a atual descoberta das vitaminas permite que os nutricionistas e médicos, utilizem esses componentes extensivamente na saúde pública para curar ou prevenir doenças em áreas empobrecidas através da simples e barata administração de preparações de vitaminas (CARPENTER, 2003b). Em 1950, todos os nutrientes essenciais conhecidos hoje tinham sido descobertos, mas cientistas de outras áreas, como bioquímicos e farmacologistas, descobriram outras substâncias que tinham uma atividade biológica muito potente. 

A revolução deste século chama-se Revolução Genômica e como todas as revoluções, estão sendo feitos estudos e descobertas com objetivo de se prevenir cada vez mais doenças causadas por fatores alimentícios. Quando foi realizado o mapeamento genético no projeto “genoma humano”, percebeu-se sua importância no fornecimento de ferramentas e informações acerca dos aspectos gênicos. O conhecimento entre os genes e os compostos dos alimentos, como os nutrientes e os compostos bioativos, possibilitou o descobrimento de duas ciências que hoje são muito importantes: a Nutrigenética e a Nutrigenômica.  Essas áreas da ciência tem tentado explicar qual o motivo da grande variação individual que existe na resposta a algumas intervenções dietéticas e hábitos alimentares como, por exemplo, a reeducação alimentar ou a mudança radical no estilo de vida de uma pessoa obesa. Essas duas ciências apresentam definições e objetivos distintos apesar de serem vistos como sendo um só (ORDOVAS; MOOSER, 2004).

 O termo Nutrigenética se refere às interações entre os hábitos alimentares de uma pessoa e o seu perfil genético individual. Ela pode ser baseada nas observações feitas das respostas individuais à determinada modificação na dieta. Também podem ser feitas hipóteses de que estas diferentes respostas estejam associadas à presença ou ausência de marcadores biológicos específicos (polimorfismos genéticos) que podem predizer a resposta individual à dieta (Ordovas 2004). Com isso, será possível realizar a prescrição de uma “dieta personalizada” de acordo com a constituição genética do paciente.

Já o termo Nutrigenômica se refere às influências de fatores dietéticos diante do genoma humano (ORDOVAS 2004). Faz-se necessário a investigação de como os nutrientes podem modificar a expressão gênica nas células e nos tecidos de interesse para que venha a haver uma melhor compreensão de como os componentes alimentares podem afetar as rotas metabólicas e o controle homeostático ou o equilíbrio corporal (MULLER & KERSTEN 2003). É focada nas diferentes condições e associações com fenótipos metabólicos de células e tecidos específicos.

A Nutrigenética aborda o estudo de um indivíduo em relação à resposta a algum nutriente ou dieta em particular, já a Nutrigenômica estuda as diferenças entre os nutrientes com relação à expressão gênica. Apesar de apresentarem objetivos distintos, a expectativa é que seja possível identificar uma grande variedade de genes cuja sua expressão possa ser modificada por componentes alimentares incorporados dentro de uma dieta a fim de que possam ser criadas estratégias nutricionais visando melhorar a qualidade de vida, a saúde e a realização da prevenção de doenças.

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