O Estágio Nutrição
Por: HD447780 • 21/10/2022 • Artigo • 1.705 Palavras (7 Páginas) • 112 Visualizações
ANEXO D. ARTIGO CIENTÍFICO DO TCE
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA
Curitiba – Paraná
2022
ESTÁGIO SUPERVISIONADO: Hospital Santa Madalena Sofia
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO – 2022/7° Semestre
NUTRIÇÃO E DIABETES MELLITUS
ALUNO(a): - Aline Alexandre Gonçalves
- Suzamar de Oliveira Pereira Leite
ORIENTADOR(a): Ana Margutti
RESUMO
O diabetes mellitus é uma das doenças mundialmente mais prevalentes em adultos e está entre as principais causas de perda de anos de vida saudável, o que se agrava com o acelerado envelhecimento populacional no Brasil. Este estudo visa dimensionar o problema do diabetes mellitus e suas complicações e caracterizar a atenção à saúde do diabético no Brasil, segundo regiões. As prevalências foram estimadas utilizando modelo de regressão multinomial, e a caracterização da atenção à saúde se deu a partir da triangulação entre a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e dados da Farmácia Popular. A prevalência de diabetes mellitus no Brasil foi de 9,2%, pelo modelo multinomial, e a prevalência da PNS corrigida (autorreferida + alterada na hemoglobina glicosilada - HbA1c ≥ 6,5) foi de 9,4%. A insuficiente realização de exame de fundo de olho (40%), com ampla variação regional (Norte 25% - Sudeste 52%), reflete-se na alta prevalência de retinopatia. O exame dos pés apresentou baixa realização (30%), podendo levar a mais amputações. Cerca de 80% dos diabéticos usavam medicamentos, o que indica uma alta parcela ainda sem tratamento. Deficiências na atenção à saúde do diabético levam a maior morbidade, internações (15%) e idas a emergências (27% - PMAQ). O cenário apresentado em 2012, apesar de não ser ideal, deu-se num contexto de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Curitiba – Paraná
2022
INTRODUÇÃO
O diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta cerca de 3% da população mundial, com prospecto de aumento até 2030, e tem sua prevalência aumentada dado o envelhecimento populacional. Em 2015, a Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês) estimou que um em cada 11 adultos entre 20 e 79 anos tinha diabetes tipo 2. O diabetes mellitus ocupa a nona posição entre as doenças que causam perda de anos de vida saudável .
No Brasil, o diabetes também é reconhecido como um importante problema de saúde pública, com prevalência autorreferida de 6,2%, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 (PNS 2013). Entre as suas principais complicações, ressaltam-se neuropatia, retinopatia, cegueira, pé diabético, amputações e nefropatia.
A alta prevalência de diabetes mellitus e suas complicações apontam a necessidade de investimentos na prevenção, no controle da doença e nos cuidados longitudinais. O diabetes mellitus é uma condição sensível à atenção primária (CSAP), ou seja, é uma enfermidade que poderia ser evitada e controlada a partir de um conjunto de ações oportunas e efetivas de profissionais e gestores no âmbito da atenção básica. Assim, devem ser ofertados serviços de saúde suficientes e adequados para atender a crescente demanda, buscando evitar complicações, hospitalizações, óbitos e elevados gastos do sistema de saúde.
No Brasil, há uma linha de cuidado para o paciente com diabetes mellitus, que visa fortalecer e qualificar a atenção à pessoa com essa doença. Considerando que quase 50% dos diabéticos desconhecem ter diabetes, o rastreamento de portadores e pessoas em risco, por meio da realização de exames, é uma das principais medidas para prevenção e tratamento.
O acesso a medicamentos é outro fator central para o controle do diabetes mellitus. Em 2011, 80% dos diabéticos faziam uso de medicamentos para seu controle, e, desses, mais da metade os obtinha em unidades de saúde ou no programa Farmácia Popular. Acompanhar esse acesso e formas de obtenção é essencial para a garantia da adequação da atenção.
A PNS 2013 e o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB)dispõem de informações fundamentais que devem ser usadas para o desenvolvimento de ações e estratégias de enfrentamento da doença.
Considerando a magnitude do diabetes mellitus no cenário brasileiro - que combina um acelerado processo de transições demográficas, transição epidemiológica com tripla carga de doenças, além dos recentes cortes nos investimentos em saúde pública , cabe refletir sobre a adequação da atenção ao diabético e suas repercussões. Assim, este estudo objetiva estimar a prevalência de diabetes mellitus e suas complicações e caracterizar a atenção à saúde ao paciente no Brasil, segundo regiões.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da mesma de exercer suas funções adequadamente, o que resulta em resistência insulínica. É caracterizada pela presença de hiperglicemia crônica, freqüentemente, acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2003; MCLELLAN et al, 2007). Os indivíduos com DM têm organismos que não produzem ou não respondem à insulina, que é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas que é necessário para o uso ou armazenamento de glicose. Sem insulina eficiente ocorre hiperglicemia (FRANZ, 2005). A hiperglicemia se manifesta por sintomas como poliúria, polidipsia, perda inexplicada de peso, polifagia e visão. A hiperglicemia crônica está associada a dano, disfunção e falência de vários órgãos, principalmente olhos, rins, sistema nervoso, coração e vasos sanguíneos (UKPDS, 1998). O DM é uma situação clínica freqüente, acomete cerca de 7,6% da população adulta entre 30 e 69 anos e 0,3% das gestantes. Alterações da tolerância à glicose são observadas em 12% da população adulta e em 7% das gestantes. Aproximadamente 50% dos portadores desta doença desconhecem o diagnóstico (GROSS et al, 2002; ADA, 2001).
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