Relatório Final

Francielle Maria Moraes¹

Amanda Keller²

INTRODUÇÃO

Atualmente, ouve-se falar muito sobre uma condição clínica até então considerada rara na população em geral. Trata-se do Autismo, que vem sendo cada vez mais diagnosticado, em especial em crianças (primeiros anos de vida).O Autismo, também conhecido como Transtorno do Aspectro Autista, ou TEA, caracteriza-se por um complexo de anomalias de comportamento do neurodesenvolvimento, geralmente comprometendo a fala e o comportamento social em geral. Pessoas com TEA são geralmente vistas praticando ações motoras repetitivas, com severa introspecção, e sentem-se mais à vontade com objetos do que interagindo com seres humanos.

De acordo com o CDC (Center for Disease Control and Prevent), dos Estados Unidos da America, a ocorrência de TEA em crianças nascidas no ano de 2012 é de um caso para cada trinta e seis nascimentos. Já no ano de 1992, por exemplo, esse número era substancialmente menor: um caso para cada 150 nascimentos, o que corresponde a um aumento considerável.Uma das causas desse aumento significativo nos casos pode ter origem nas mudanças dos padrões de diagnóstico clínico, bem como do aumento do conhecimento de pais e profissionais da saúde, fazendo com que mais casos sejam avaliados e diagnosticados.A ciência ainda tenta entender os motivos, mas o fato é que a grande maioria das crianças diagnosticadas com TEA são do sexo masculino. A estimativa é que o número de casos aumente cerca de quinze por cento nos próximos anos.

Um fato interessante sobre o TEA deve ser alvo de pesquisas mais aprofundadas: apenas de dois a quatro por centos dos casos são causados pelo gene responsável por desencadear a doença, enquanto que fatores não genéticos representam o alarmante número de oitenta por cento de todos os casos. Ou seja, conclui-se que a esmagadora maioria destes casos poderiam ter sido evitados com a nutrição adequada na mulher no período gestacional, correta escolha do tipo de parto, e correto aleitamento e alimentação da criança em seus primeiros meses de vida.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sabe-se que a Nutrição tem papel mais que importante no desenvolvimento neuro motor do feto para isso é preciso que a gestante tenha alguns cuidados no pré e na fase da gestação. Segundo a Organização Mundial da Saúde ¨ Os primeiros mil dias vão da concepção até o fim do segundo ano de vida ¨. todo o processo interfere na qualidade de desenvolvimento da criança, desde a alimentação da mãe, para produzir um leite de qualidade até o processo de introdução alimentar da criança. Quando isso não é devidamente seguido ocorre vários processos maléficos formando uma cascata de sintomas.Acredita-se que a origem do autismo seja uma anormalidade em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva provavelmente de origem genética. Além disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto, as causas não são totalmente conhecidas (MELLO, 2000). No gráfico a seguir, disponibilizados no site da revista Autismo (2023), podemos visualizar o crescente número de casos diagnosticados em decorrer dos anos:

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Fonte: Revista Autismo (2023)

Segundo dra. Denise Carreiro (2021), nutricionista, destaca a importância de uma ingesta de alimentos ricos em nutrientes que vão contribuir para a formação do sistema neuro motor, mas destaca que a introdução alimentar precoce de alimentos inflamatórios pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, isso também vale para a mãe na fase da gestação. A introdução alimentar quando feita de forma errónea, principalmente quando há predisposição genética, poderá causar inflamação do intestino levando a uma má absorção dos nutrientes, causando então uma sobrecarga no sistema como um todo, fazendo com o que o sistema imune fique enfraquecido e a função de detoxificação seja também prejudicada. Em uma abordagem funcional integratival destaca-se alguns processos fisiopatológicos que podem estar relacionados com o desencadear dos transtornos do neurodesenvolvimento. Conforme esclarece a autora Denise Carreiro, em seu livro Abordagem Nutricional na Prevenção e Tratamento do Autismo.

Componentes do sistema nervoso cental (SNC), quais são, suas funções e interações;

Inflamação crônica e aguda e suas consequências no nosso organismo;

Mitocôndrias, funções e consequência de disfunções mitocôndriais;

A relação de desbiose intestinal com o aumento de bactérias gram-negativase fungos, aumento de LPS, ativação de NFK-B, aumento de substâncias pró-inflamatórias e o eixo ¨microbiota-intestino-cérebro¨ no desencadeamento dos sintomas do TEA;

Alergia tardia alimentar e o aumento de substâncias pró-inflamatóriase histamina;

Hipoglicemia:o que é e qual a relação com alterações neurocomportamentais;

Nervo trigêmeo;CGRP;

Óxido nitro (NO).

(CARREIRO, 2021)

A partir daí entende-se como a suscetibilidade genética se relaciona com os fatores que descreveu a autora, ela participa do processo mas não é o fator determinante para desencadear o TEA, inflamações neuronais, disfunções das mitocôndrias, sistema imunológico exacerbado e até mesmo desequilíbrios nutricionais.

O autismo não tem cura mas segundo pesquisas há várias maneira de contribuir para uma melhora na qualidade de vida, além de medicamentos podemos destacar a nutrição eficiente com suplementação adequada e dietas restritivas que ajudam a reduzir essa inflamação no organismo, melhorando os sintomas. Nesse processo é muito importante o papel do nutricionista para que haja além de uma qualidade na alimentação também uma absorção eficiente deste organismo tratando assim a desbiose intestinal.

Pesquisas recentes destacam que a restrição de glúten e leite trazem benefícios ao portador da síndrome, destacando que geralmente possuem transtornos gastrointestinais ocasionando inflamações no intestino que quebram a barreira de