As Causas de Dores Persistentes
Por: gabrielamerico • 11/7/2022 • Seminário • 5.812 Palavras (24 Páginas) • 199 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO DE JUAZEIRO
UNIBRAS
Diego Castro Amorim Lins
Adenise Rosa da Silva Varjão
Eliza Vitória Carvalho dos Santos
Bruna Stefany Menezes da Silva
Administração local de medicamento para o tratamento da periodontite
&
Terapia periodontal de suporte
Juazeiro
2022
Diego Castro Amorim Lins
Adenise Rosa da Silva Varjão
Eliza Vitória Carvalho dos Santos
Bruna Stefany Menezes da Silva
Administração local de medicamento para o tratamento da periodontite
&
Terapia periodontal de suporte
Trabalho de Periodontia apresentado à Centro Universitário Brasileiro de Juazeiro –UNIBRAS, como requisito para a compor nota D2 do Seminário Aplicado a Periodontia D2.
Orientador(a): Prof. Dra.Erica Braga Castanha de Oliveira.
Juazeiro
2022
Sumário
- Introdução............................................................................................... 3
- Ponto de Partida................................................................................3
- Dor Fisiológica x Dor Fisiopatologica...................................................3
- Dor Somática em Endodontia..........................................................4
- Dor neuro terapêutica em endodontia............................................4
- Etiologia da dor.......................................................................................5
- Infecções persistentes.....................................................................5
- Infecções secundarias......................................................................6
- Sobreobturação.................................................................................7
- Ações preventivas..................................................................................7
- Tratamentos e condutas.........................................................................8
- Referências............................................................................................10
Introdução
O tratamento da periodontite é rotineiramente baseado na higiene oral, no desbridamento radicular e na modificação de fator de risco. Dada a etiologia bacteriana e a patogênese inflamatória da doença, foi proposto o uso adjuvante de antimicrobianos e/ou medicamentos moduladores da resposta do hospedeiro, aplicados localmente ou de administração sistêmica. A terapia localizada recebeu atenção significativa por causa do padrão de destruição das infecções periodontais específicas do local e dos potenciais efeitos colaterais dos antimicrobianos sistêmicos e dos agentes anti-inflamatórios. Outra razão importante para o desenvolvimento de modos efetivos de aplicação local dos medicamentos nas bolsas periodontais deriva da constatação de que a administração sistêmica de muitos medicamentos (e dos antibióticos, em particular) resulta em concentrações locais pouco efetivas de princípio ativo livre na bolsa periodontal e nos tecidos circundantes. Existem três vias básicas para a terapia periodontal farmacológica adjuvante localizada: os enxaguatórios orais (pasta dental ou vernizes), a irrigação subgengival e a aplicação periodontal de sistemas de administração local. Os enxaguatórios são úteis para controle do biofilme supragengival, modulação da inflamação e, potencialmente, para a recolonização do ambiente subgengival depois do tratamento periodontal. No contexto da terapia farmacológica da periodontite, a principal limitação desses produtos é que eles não têm acesso ao ambiente subgengival e, portanto, não alcançam o local de ação desejado (Pitcher et al., 1980). As soluções para irrigação inseridas diretamente nas bolsas periodontais alcançam, inicialmente, concentrações efetivas na área, mas o fluxo do líquido crevicular gengival (GCF; do inglês, gingival crevicular fluid) – que é substituído cerca de 40 vezes/hora – resulta em depuração rápida dos medicamentos inseridos subgengivalmente. A depuração de um medicamento inserido localmente, em uma bolsa periodontal, segue uma cinética exponencial, e calculou-se que a concentração de uma solução para irrigação altamente concentrada de um medicamento livre (não ligado) se torna ineficaz cerca de 15 minutos depois da inserção. Esse período pode ser prolongado pela inserção de medicamentos substanciais, como as tetraciclinas ou a clorexidina, as quais se unem à superfície radicular e/ou à parede de tecidos moles da bolsa periodontal e estabelecem um reservatório medicamentoso que pode ser liberado lentamente a fim de neutralizar a depuração pelo fluxo do GCF. Entretanto, as limitações do volume do reservatório restringem a duração do possível efeito farmacológico. Portanto, a administração eficiente dos agentes farmacológicos dentro do microambiente periodontal é difícil de ser alcançada com o uso de enxaguatórios e soluções irrigadoras. Goodson – um farmacologista que, no início da década de 1970, foi pioneiro no campo da administração local para tratar a periodontite – salientou que o controle farmacológico eficaz da microbiota periodontal requer (1) a administração de um medicamento intrinsecamente eficaz para o local de ação (bolsa periodontal e tecidos circundantes); (2) uma concentração do medicamento mais alta do que a concentração eficaz mínima; e (3) a manutenção dessa concentração por tempo suficiente para que ocorra o efeito. Esses três princípios – o local, a concentração e o tempo – são os parâmetros fundamentais na otimização do tratamento farmacológico local (Goodson, 1989, 1996)
Farmacocinética periodontal
A ação de um medicamento intrinsecamente eficaz em um local do corpo depende da biodisponibilidade do princípio ativo livre na localização desejada; nesse caso, especificamente a bolsa periodontal e os tecidos mole e duro adjacentes. Do ponto de vista farmacológico, a bolsa periodontal é um microambiente desafiador: é caracterizada pelo rápido fluxo de GCF, tem volume de repouso pequeno e a topografia irregular. As bolsas periodontais são irregulares, em termos de profundidade, largura, envolvimento de furca, composição e volume do biofilme subgengival e depósitos de cálculo. Essas características traduzem-se em dificuldades específicas para o modelo de dispositivos periodontais de administração local. Volume e depuração da bolsa A depuração de um medicamento inserido na bolsa periodontal segue a função exponencial: em que C(t) é a concentração do medicamento em função do tempo (t), C(0) é a concentração inicial obtida no FCG, F é a velocidade do fluxo do FCG e V é o volume de repouso do líquido da bolsa. Usando um volume estimado da bolsa periodontal de 0,5 µl (Binder et al., 1987) e uma velocidade do fluxo do GCF de 20 µl/h (Goodson, 1989), a meia-vida (o tempo que é levado para alcançar metade da concentração inicial) para um medicamento não ligado inserido na bolsa periodontal será 0,017 hora (ou cerca de 1 minuto). A partir desses cálculos, Goodson (1989) concluiu que a via de irrigação subgengival é teoricamente viável somente para os medicamentos muito potentes (ou seja, os antimicrobianos que agem em concentrações muito baixas). No caso de um composto não ligado, a função exponencial pode ser reescrita introduzindo-se uma constante multiplicadora K no denominador do termo exponencial para responder pela união do medicamento à superfície radicular (e/ou parede da bolsa periodontal) em que K é a constante de afinidade, que é estimada experimentalmente a partir da meia-vida de depuração determinada. Essa equação pode ser convenientemente rearranjada para estimar o efeito de vários parâmetros sobre a duração do efeito terapêutico desejado: em que C(CIM) é a concentração inibidora mínima (CIM) e t(CIM) é o tempo para alcançar a CIM ou o tempo esperado da ação antibacteriana. A partir dessa relação, é aparente que o tempo durante o qual o efeito terapêutico é observado (t(CIM)) será maior quando: O volume da bolsa for grande A velocidade do fluxo do GCF for baixa A constante de afinidade para o medicamento for mais alta, ou seja, são usados medicamentos muito ativos A concentração inicial for muito alta, ou seja, o medicamento tem boa solubilidade no veículo aplicado A CIM for baixa, ou seja, um agente muito potente é usado. Enquanto os dois primeiros parâmetros dizem respeito ao acometimento específico de cada dente e, portanto, não podem ser modificados facilmente sem intervenção, os três parâmetros restantes estão relacionados com a escolha do medicamento. Os dados pré-clínicos relacionados ao perfil de suscetibilidade antimicrobiana in vitro e os dados farmacocinéticos estão na base da razão da escolha do agente ativo. Desenvolvimento dos dispositivos de administração periodontal local Para superar os desafios representados pelos parâmetros farmacocinéticos do microambiente local, Goodson concebeu a primeira geração de dispositivos de administração local de medicamento para aplicação nas bolsas periodontais. O conceito foi constantemente reabastecer o medicamento livre na bolsa periodontal, depurado pelo fluxo do GCF com a liberação do
...