A CINOMOSE CANINA EM UMA VISÃO PANORÂMICA DE VÁRIOS ESTUDOS RELATADOS

                                                   FACULDADE ANÍSIO TEIXEIRA – FAT

Danilo Souza Rusu.

Simone Santos de Jesus.

João Victor Almeida.

Laize Ferraz Bitencourt.

Rebeca das Neves dos Santos.

Gabriel Ferreira Lima.

Marilia Lhais Costa.

A CINOMOSE CANINA EM UMA VISÃO PANORÂMICA DE VÁRIOS ESTUDOS RELATADOS

A CANINE DISTEMPER IN A PANORAMIC VIEW OF SEVERAL STUDIES.

Feira de Santana

2018

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A cinomose canina em uma visão panorâmica de vários estudos relatados.

A canine distemper in a panoramic view of several studies.

Danilo Souza Rusu, Simone Santos de Jesus, João Victor Almeida, Laize Ferraz Bitencourt, Rebeca das Neves dos Santos, Gabriel Ferreira Lima, Marilia Lhais Costa.

Graduandos em Medicina Veterinária pela Faculdade Anísio Teixeira, 2018, Feira de Santana.

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RESUMO:

A cinomose é uma doença altamente contagiosa e grave, causada por um RNA vírus do gênero Morbillivirus, com elevado índice de mortalidade em animais não vacinados ou com falhas vacinais. É sistêmica, podendo atuar em todo o organismo. A sua transmissão ocorre através do contato direto com secreções de outros animais infectados ou pelas vias aéreas. O diagnóstico do vírus da cinomose canina geralmente é realizado por meio de avaliação clinica, histórico animal e em alguns casos podem ser utilizados exames confirmatórios. O uso de antivirais no tratamento da cinomose tem sido discutido recentemente, mas não tem demonstrado resultados promissores, levando em consideração que possui diversos efeitos colaterais. Atualmente o mercado disponibiliza vacinas como forma de prevenção, porém possuem eficácia limitada. Levando-se em consideração esses aspectos, este estudo teve como objetivo realizar uma análise compreensiva de diversos estudos da literatura relacionados ao vírus da cinomose canina.

Termos de indexação: Cinomose, cão.

Canine distemper in a panoramic view of several reported studies

ABSTRACT:        

Distemper is a highly contagious and serious disease caused by an RNA virus of the genus Morbillivirus, with a high mortality rate in unvaccinated animals or with vaccine failures. It is systemic and can act throughout the body. Its transmission occurs through direct contact with secretions from other infected animals or through the airways. The diagnosis of canine distemper virus is usually performed by means of clinical evaluation, animal history and in some cases confirmatory tests may be used. The use of antivirals in the treatment of distemper has been discussed recently, but has not shown promising results, taking into account that it has several side effects. Currently the market offers vaccines as a form of prevention, but have limited effectiveness. Taking these aspects into account, this study aimed to perform a comprehensive analysis of several studies in the literature related to canine distemper virus.

Index terms: Distemper, dog.

                             

INTRODUÇÃO                                                                                                                                                                    

A cinomose canina causada pelo vírus CDV (Canine Distemper Vírus), que faz parte da família Paramyxoviridae, é uma doença extremamente contagiosa e com grande índice de letalidade nos cães (KOUTINAS et al. 2002).

O vírus CDV ataca cães independente de idade, raça e sexo, mas com maior propensão em cães filhotes, idosos e não vacinados (MARTELLA et al. 2008). Estes cães são infectados por aspiração ou ingestão de secreções infectantes. Após a infecção, os cães manifestam danos no sistema respiratório, digestório e neurológico, além de danos dermatológicos e oftálmicos (GREENE et al. 2015).

Diversas doenças causadas em cães apresentam sintomas neurológicos, como por exemplo, a raiva, ehrlichiose canina, meningoencefalocele congênita e a própria cinomose canina. Quando o cão apresenta sintomas neurológicos da doença e sobrevive à ela, dependendo do desenvolvimento da doença, irá apresentar sequelas e comprometendo órgãos, levando-o a morte (AGUIAR et al. 2015).

Diversos métodos vêm sendo usados para diagnosticar a cinomose canina, como o isolamento viral, PCR, hibridização in situ e imuno-histoquímica. Para diagnostico pós-morte, são utilizados órgãos como pulmão, estomago, bexiga, baço, linfonodos, rim, intestino, dentre outros (MASUDA et al. 2006, DUCATELLE et al. 1980, KOUTINAS et al. 2004, LIANG et al. 2007).

Essa doença acomete principalmente os cães, é uma doença altamente contagiosa, viral, infecciosa (Silva et al. 2007).  Os sintomas são gerados por transtornos respiratórios, oculares, gastrintestinais e neurológicos (Greene. 1984). Segundo Wheeler (1995), é mais comum na espécie canina, é uma doença infecciosa do sistema nervoso. Se o cão não for corretemente vacinado, deve-se suspeitar desta doença (Braund. 1994).

A cinomose possui um alto índice de morbidade e mortalidade, inferior apenas ao da raiva canina, sendo tambem uma doença imunossupressora multissistêmica grave mundialmente importante (Gebara et al. 2004; Silva et al. 2005; Ettinger 2005). Mesmo tendo sido reconhecido um único sorotipo do virús, surtos nos Estados Unidos e estudos de filogenía molecular em outros países têm apontado que há um afastamento genético entre as amostras do vírus utilizadas como cepas vacinais e presente na população canina. (PARDO et al. 2005).

No Brasil também foram realizado estudos utilizando analise filogenética do vírus e foi apontado diferença entre amostras presentes em algumas cidades do estado de São Paulo (anos 2000 a 2004) e as cepas utilizadas para a produção de vacinas comercializada no país (CASTILHO et al. 2007).

Existe relato de cinomose canina em outra espécie, o Lobo Guará. O primeiro registro foi feito no San Diego Zoological Gardens na California, no ano de 1956, onde uma cadela lactante criava artificialmente dois filhotes de Lobos Guará, filhotes estes que morreram com sinais clinicos voltados para a cinomose (CABASSO et al. 1956)