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Doenças autoimunes: Diabetes Mellitus em Animais

Por:   •  31/3/2016  •  Monografia  •  6.962 Palavras (28 Páginas)  •  646 Visualizações

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE SAÚDE

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

HORTÊNCIA DE ANDRADE

LAURA DAVANÇO

MARCELA GOMES

PATRICIA COSTA

VIVIAN FURLAN

DOENÇAS AUTO-IMUNES

DIABETES MELLITUS

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2010

HORTÊNCIA DE ANDRADE

LAURA DAVANÇO

MARCELA GOMES

PATRICIA COSTA

VIVIAN FURLAN

DOENÇAS AUTO-IMUNES

DIABETES MELLITUS

Relatório apresentado ao módulo de Imunologia como quesito parcial para nota.

Data de entrega: 1 de junho de 2010

Orientadores

Prof°: José Guilherme Xavier

Prof°: Celso Martins Pinto

Prof°: Leandro Ribeiro


  1. Introdução

O sistema imune é responsável pela proteção dos organismos contra patógenos e corpos estranhos, tais como vírus e bactérias. Para tanto, é necessário o envolvimento de vários órgãos e células.

Em estudos realizados Ehrlich (cientista) observou que, em seus estudos sobre a imunidade, os mecanismos usados para a defesa do organismo podem atacá-lo levando a séria lesão tecidual. Ele denominou este fato como horror autotoxicus, hoje conhecido como doença auto-imune.

A Auto-imunidade ocorre quando há uma falha do sistema imunológico, que resulta numa destruição de células do próprio organismo, que as interpreta como corpos estranhos.

Doença Auto-Imune é a situação onde ocorre uma patogenia a partir de agressão do sistema imune contra elementos construtivos normais, através de anticorpos; por exemplo, um aminoácido normal do organismo, é reconhecido como um corpo estranho e contra esse “corpo estranho”, o sistema imunológico desencadeia uma inflamação, buscando eliminá-la, ou seja, são transtornos caracterizados pela produção de auto-anticorpos, reagindo contra os tecidos do hospedeiro, ou células efetoras imunes, que são auto-reativas aos peptídeos endógenos.

Quando a resposta imune é direcionada a um antígeno estranho esse antígeno é eliminado do corpo, no caso da auto-imunidade o auto-antígeno não consegue ser eliminado totalmente pelo organismo. Conseqüentemente há uma resposta inflamatória persistente causando lesões crônicas aos tecidos.

 As doenças auto-imunitárias são freqüentes, porém muitas vezes transitórias e reguladas, a auto-imunidade como causadora de doença não é freqüente, uma vez que existem mecanismos que mantém um estado de tolerância aos epítopos do próprio organismo.

Para se definir realmente uma doença auto-imune é necessário avaliar se a lesão causada é por uma resposta imune aos antígenos próprios, ou seja, o próprio organismo produz as lesões.


2. Auto-imunidade e Doenças Auto-imunes

O sistema imune possui auto-tolerância imunológica que se refere a um estado de não-reatividade a células do organismo pertencente. Portanto o organismo precisa desenvolver mecanismos de auto-tolerância para que não ocorra auto-reatividade contra suas próprias células constituintes. Mas quando isso não ocorre o corpo acaba produzindo auto anti-corpos e células T auto-reagentes que atacam o organismo do individuo.

As doenças auto-imunes parecem se desenvolver espontaneamente e aleatoriamente e os mecanismos de deterioração não são precisamente conhecidos. O que as causa também não é precisamente conhecido, mas existem fatores ambientais e genéticos que podem promover o desenvolvimento da doença, ou seja, contribuem para a falha de mecanismos que impedem o desenvolvimento de células T auto-reagentes.

O organismo produz grande diversidade de anticorpos e células T ao acaso, que possuem antígeno-especifico dos quais se tornam auto-reativos, ou seja, não conseguem diferenciar antígenos externos, de bactérias e vírus, das células do próprio organismo. Essas células ao entrarem em contato com auto-antígenos ocultos nas células e espalhados pelo organismo acabam produzindo uma reação exacerbada inflamatória ou até mesmo a destruição de células saudáveis.

As células T produzidas no Timo (órgão linfóide primário) passam por uma seleção: se reagirem à auto-antígenos no ambiente tímico sofrerão apoptose. Como nem todos os auto-antigenos se encontram no timo, as células auto-reagentes poderão passar pela seleção negativa sem problemas e colonizar os órgãos linfóides secundários. Contudo o corpo mantém mecanismos de controle para que essas células não se espalhem pelo resto do organismo esse controle é feito pela anergia (processo parecido com uma seleção negativa), mas se esse controle é interrompido por alguma razão essas células vão produzir linfócitos T auto-reativos e auto-anticorpos que passaram a provocar danos teciduais ou uma doença auto-imune.

Existe também a possibilidade de células T e anticorpos, ao lutarem contra patógenos, atacarem o próprio organismo (ocorre quando há uma singularidade entre o patógeno e o organismo atingido) e a possibilidade de haver uma falha no desenvolvimento de tolerância a um antígeno pelo mal processamento em uma célula T.

A lesão causada aos tecidos pode ser resultado do ataque direto das células portadoras de antígenos, da formação de complexos imunes ou da inflamação local isso vai depender exclusivamente do tipo de doença auto-imune que o animal apresenta.

Algumas doenças auto-imunes causam reação contra somente um tipo de célula ou órgão são as chamadas doenças órgão-específicas que acometem principalmente a tireóide, as células adrenais, o estômago e o pâncreas.  Também existem as doenças órgão-inespecíficas que atacam várias células ou tecidos, acomete principalmente a pele, os rins, as articulações e os músculos, incluem também distúrbios reumatológicos.

Um indivíduo pode apresentar mais de uma doença ato-imune, algumas doenças auto-imunes podem contribuir para o surgimento de outra doença auto-imune.

2.1 Doenças Auto-Imunes Órgão – Específicas

A maior tendência no desenvolvimento da doença auto-imune está relacionada com as doenças auto-imunes órgão-específicas. Esse tipo de doença auto-imune apresenta a tendência de atacar somente um tipo de célula ou órgão, principalmente a tireóide, as células adrenais, o estômago e o pâncreas como dito anteriormente.

Nessa doença o corpo do individuo não apresenta a perda do controle do sistema imune, mas sim a perda da tolerância a certas células do organismo. Há uma probabilidade de todos os órgãos do individuo estarem propensos a serem suscetíveis a estes ataques.

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