Trabalho medicina veterinaria

Tecnologia de gestão e agricultura familiar

Resumo

Uma das mais importantes entraves a competitividade dos agricultores é a utilização de tecnologias inadequadas. Apesar do esforço para desenvolver tecnologias para a agricultura familiar não existe sucesso. Grande parte desse esforço é dedicado para desenvolver tecnologias de processo, de materiais, produtos e serviços porém pouco dedicada a tecnologia de informação.

Introdução

O baixo nível tecnológico da agricultura familiar brasileira não pode ser explicada apenas pela falta de tecnologia  em muitos casos também é dividida pela falta de capacitação e condições de inovação.

A tecnologia pode ser visualizada em três níveis de analise 1-nivel macro que analisa sistemas nacionais e internacionais; 2-meso analítico que estuda a tecnologia nos setores industriais e 3- nível micro analitco que estuda a tecnologia no contexto das firmas e arranjos empresariais. Podendo ainda ser classificada em cinco categorias:

1-Tecnologia de processo

2-Tecnologia de precesso

3- Tecnologia de produtos e serviços

4-Tecnologia de informação

5- Tecnologia de gestão

Todas elas interagem entre si e têm efeitos nos fatores macro, meso  e micro.

A identificação das tecnologias é fundamental para os conhecimentos e técnicas que uma empresa rural ou não deve dominar para obter sucesso no seu negocio.

A maioria das atividades de pesquisa e desenvolvimento realizadas no Brasil tanto para a agropecuária em geral quanto para a agricultura  familiar são ligadas ao processo de produção e de maneira secundaria ao desenvolvimento de novos produtos. Já a tecnologia de gestão que deveria caminhar junto com as outras normalmente é negligenciada e até mesmo mal compreendida. É necessário entender que independente do mercado ao qual o produto e destinado os produtores devem contar com ferramentas de apoio que são cada vez mais indispensáveis para seus empreendimentos.

Gestão agroindustrial: características gerais

A cada ano torna-se mais claro que a agricultura deve ser construida em bases sustentáveis e que também estimule a cooperação. Expor resultados expressivos de forma isolada pode ser inútil é necessário que todos trabalhem juntos; agricultura e governo. É muito difícil considerar ações individuais para obter resultados consistentes. O grande problema é encontrar mecanismos públicos e privados que auxiliem na coordenação agroindustrial e que ainda permita a inclusão da agricultura familiar.

Especialistas admitem que uma das maneiras de fortalecer a agricultura familiar é agregar valos aos seus produtos. Isso pode acontecer de varias formas por exemplo desenvolvendo e comercializando produtos que destaquem as características da agricultura familiar como o sabor artesanal e a cultura porém isso é difícil de acontecer , pois isso requer a superação de varias restrições impostas ao pequeno produtor. Porém se estes mesmos produtores se reunissem criando mecanismos de certificação , rastreabilidade, monitoramento e até mesmo de punição pelo descumprimento de regras isso se torna possível.

O lançamento do PRONAF que estimula esse tipo de produção mostra que a agricultura familiar pode se fortalecer visando que para comprar bem e vender bem é necessário produzir bem . E isso vale para todas as esferas da agricultura.

Podemos dizer que os maiores desafios da agricultura familiar são gestão de sistema e gestão da propriedade o primeiro diz respeito a elaborar sistemas que desenvolvam esse tipo de agricultura capacitando todos os envolvidos nos processos . O segundo diz respeito direto a gestão individual das propriedades , as maiores dificuldades são inadequação de ferramentas , baixo nível de investimento , descapitalização dos pequenos agricultores dificultando o acesso a novas tecnologias e finalmente a capacitação inadequada dos técnicos responsáveis pela assitencias aos produtores.

De fato a aplicação de novas ferramentas pode permitir a agricultura familiar o acesso a canais importantes de distribuição de produtos , quebrando cadeias e impulsionando a criação e produção de novas técnicas e consequentemente criando novos e melhores produtos.

PARTICULARIDADES DA GESTÃO AGROINDUSTRIAL E DA AGRICULTURA FAMILIAR

O Texto trata sobre tópicos dispostos abaixo:

- A participação efetiva das famílias agricultoras.
- Uma análise profunda do agro ecossistema.
- O planejamento e avaliação constantes de inovações agro ecológicas realizadas.
- A co-responsabilidade e a solidariedade entre as famílias de agricultores.
- Espaço de aprendizagem coletiva sobre produção de base ecológica.
- Os espaços de mobilização regional são fundamentais para que os novos conhecimentos sejam socializados e somem força a outros processos de transição agro ecológica.
Planejamento agro ecológico das atividades produtivas e tecnologia de
gestão na agricultura familiar.
-Planejamento agro ecológico
- Como otimizar as condições ambientais
- Como minimizar gastos energéticos desnecessários
Exemplos de algumas medidas:
Utilização de sistemas de fácil manejo (hortas circulares, espiral de ervas, etc)
Proximidade entre zonas de plantio, produção de adubo no local (compostagem e adubação verde)
Alguns aspectos devem ser levados em conta no planejamento:

- Características ecológicas das espécies e local adequado para plantio.
- Locais de manejo constante como hortas e espirais de ervas devem permanecer em zonas de acesso constante.
- Como otimizar aspectos do terreno: incidência de luz solar, declividade, aporte de água, espaço, fertilidade do solo, etc.
- Observar ciclos de vida e tempo de colheita das espécies, de forma a prever a produção escalonada no tempo.
-Observar estratos e interações entre espécies.

É interessante para o planejamento que se anote as características ecológicas do agro ecossistema, os problemas e soluções.
Tecnologia de Gestão e Agricultura Familiar: A Situação Brasileira
Após isto, fazer um desenho esquemático da área a ser trabalhada, apontando todas as características observadas, quais serão os locais de plantio e as espécies utilizadas nestes locais.
O desenho tem que ser condizente com a situação apresentada e que sejam apontados aspectos como: 
trajeto do sol na área de trabalho; declividade; presença de córregos, rios ou nascentes; presença de espécies arbóreas; presença de rede elétrica ou de esgoto; presença e local de determinados recursos.
Particularidades da Gestão na Agricultura Familiar
- Sazonalidade da produção agropecuária.
- Variações de qualidade do produto agropecuário.
- Perecibilidade da matéria-prima.
- Sazonalidade de consumo.
- Perecibilidade do produto final.
- Qualidade e Vigilância.
Aspectos culturais ligados especialmente à noção de que ‘nós somos o que comemos’ faz que esta produção esteja sempre sujeita à realidade cultural da sociedade. Assim, as rápidas mudanças sociais e culturais que a sociedade brasileira vem atravessando tendem a influenciar fortemente a produção de alimentos no Brasil.
Outras particularidades e considerações
Aspectos socioeconômicos ligados à produção agropecuária familiar têm levado o Estado a utilizar instrumentos de política pública que viabilizem a competitividade sustentada destes empreendimentos. Entre estas ações encontra-se, principalmente, a concessão de crédito em condições facilitadas.
É interessante destacar o impacto que algumas tecnologias ditas transversais podem ter no gerenciamento dos sistemas agroindustriais em agricultura familiar. Entre estas tecnologias pode se destacar a biotecnologia e a chamada tecnologia da informação.
Um dos problemas observados na curta experiência de aplicação de modernos instrumentos de gestão no agronegócio brasileiro, e que em muitos casos explica resultados abaixo dos prometidos ou esperados pelo usuário é a falta de aderência do instrumento à realidade brasileira.
No caso da agricultura familiar é fundamental levar em conta a heterogeneidade que os caracteriza, tornando ainda mais necessária – e complexa – a adequação dos instrumentos às características do setor e dos produtores.
A aplicação das tecnologias de gestão no âmbito da agricultura familiar pode se dar, principalmente, em duas esferas. A primeira está relacionada às organizações associativas das quais grande parte dos agricultores familiares participa (cooperativas e associações) e a segunda está associada à própria gestão da propriedade rural familiar.
A gestão do empreendimento rural, que compreende a coleta de dados, geração de informações, tomada de decisões e ações que derivam destas decisões, não é tratada de forma satisfatória.
Gestão da propriedade rural
Os modelos disponíveis são, por exemplo, para controle de custos na produção leiteira ou para programação da produção pecuária bovina.
Os mecanismos de difusão tecnológica não são suficientes e adequados para capacitar o produtor na implementação e utilização das técnicas disponíveis.
Duas iniciativas de transferência de tecnologias de gestão a agricultores familiares, entre outras, merecem ser apresentadas. A primeira delas esta relacionada ao trabalho de transferência de tecnologia de gestão por uma cooperativa aos seus cooperados.
A segunda iniciativa está ligada ao Programa de Gestão Agrícola implantado pelas empresas oficiais de extensão rural de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Consiste numa estratégia de trabalho na área de administração e
gerenciamento por meio da contabilidade agrícola das propriedades rurais.

No contexto atual, a sobrevivência sustentável da agricultura familiar brasileira, assentada em imóveis de pequeno e médio, depende da capacidade de intensificar a geração/agregação de valor. A maior parte das estratégias de agregação de valor passa, necessariamente, pela criação e gestão de formas associativas que congreguem um conjunto de agricultores familiares.
Gestão de formas associativas de produtores agrícolas familiares
Antes de qualquer planejamento devemos analisar as condições do local de plantio.
Análise do meio
Características ecológicas:
Devemos levar em conta todas as características ambientais que compõem o agro ecossistema que será trabalhado. Inicialmente devemos saber em que ecossistema ele está localizado. 
Ex: mata atlântica, pantanal, cerrado, caatinga, floresta amazônica, restinga, mangue, campos rupestres.
a) Fatores abióticos (ambientais): Vento, umidade, temperatura média, altitude, incidência de luz solar, declividade, incidência de chuva, trajeto do sol na área de trabalho.
b) Fatores bióticos (seres vivos): Espécies nativas e/ou exóticas de produtores (plantas), consumidores (herbívoros e carnívoros) e decompositores (fungos e bactérias).
Ciência que surgiu na década de 1970, como forma de estabelecer uma base teórica para esses diferentes movimentos de agricultura não-convencional. É uma ciência que busca o entendimento do funcionamento de agro ecossistemas complexos, bem como das diferentes interações presentes nestes, tendo como princípio a conservação e a ampliação da biodiversidade dos sistemas agrícolas como base para produzir auto-regulação e, conseqüentemente, sustentabilidade (Assis 2006).