A Produção de Leite Orgânico

Produção de Leite Orgânico

Introdução: A produção de leite orgânico atualmente é uma exploração economicamente viável, correta e socialmente justa, pois neste método os animais são de criados de forma saudável sem a utilização de antibióticos, hormônios, vermífugos, promotores de crescimento, estimulantes de apetite, uréia entre outros.

Para está produção é necessário que o produtor esteja atento a preservação ambiental proporcionando adequadas condições de trabalho aos seus funcionários sempre visando a qualidade no seu produto final.

O leite orgânico é diferenciado do leite convencional pois para a sua produção não é utilizado produtos de natureza química, assim não apresenta resíduos químicos de qualquer espécie no leite, e não deixando de ter o mesmo valor nutritivo que o leite convencional, podendo ser consumido puro ou derivados.

Apesar da produção de leite orgânico não ser direcionada a algum publico especifico, pessoas que consomem este produto são no geral bem informadas e possuem consciência ecológica buscando qualidade dos alimentos. Este leite possui um valor diferenciado, um preço superior em relação ao leite convencional, o que conseqüentemente implica o seu consumo diário de uma parcela da população.

Diante disto pode existir uma mudança deste cenário a partir da disponibilização de tecnologias contribuindo para redução no custo de produção e aumentando a oferta do produto no mercado com um preço mais acessível a população.

A produção de leite orgânico se enquadra dentro da Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a agricultura orgânica. De acordo com a lei, considera-se um sistema de produção orgânico  aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos. A lei recomenda que sejam empregados métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, e que seja feita a proteção do ambiente. Desta maneira, o leite orgânico deve ser uma alternativa positiva para a saúde da população, para o meio ambiente e para a economia.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estabelece uma série de procedimentos para que o leite de uma propriedade seja considerado orgânico.  Tais procedimentos regulamentam a alimentação do rebanho, instalações e manejo, escolha de animais, sanidade e até o processamento e empacotamento do leite. 

Há necessidade de certificação desses produtos por meio de empresas específicas, de reputação ilibada, que conferem um selo ao produto, atestando-o como sendo orgânico.  A Instrução Normativa 007/1999, de 17/05/1999, dispõe detalhadamente sobre as normas de produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação da qualidade para os produtos orgânicos de origem vegetal e animal, na qual são detalhadas as etapas de conversão e transição das propriedades rurais que os produzem. 

 O selo de certificação de um alimento orgânico fornece ao consumidor muito mais do que a certeza de estar adquirindo um produto isento de contaminação química, garantindo, também, que esse é resultante de uma atividade agropecuária capaz de assegurar a manutenção e sustentabilidade do ambiente natural, proporcionando qualidade de vida para quem vive no campo e nas cidades.  Assim, o selo que certifica um produto como sendo “orgânico” é o símbolo não apenas de produtos isolados, mas também de processos mais ecológicos para se produzir alimentos.

Como mudar uma propriedade para produzir leite orgânico?

O primeiro passo para esta mudança é o planejamento da propriedade e o estabelecimento de objetivos a serem seguidos, assim os custos serão menores com a diminuição dos erros, tendo como perspectiva que a médio prazo a produção de leite orgânico terá um custo menor do que a produção de leite convencional devido a baixa utilização de produtos e insumos externos.

Escolha dos animais: Tudo depende do seu sistema de produção e região, a melhor estratégia é escolher animais que se adaptam bem ao clima ou seja uma vaca holandesa para baixas temperaturas e uma gir para altas temperaturas, sempre visando deixar os animais em conforto térmico independente da sua raça.

Para adaptação de animais de origem Européia que são os maiores produtores de leite é necessário grandes investimentos na construção de instalações, equipamentos e uma boa alimentação balanceada, tornando uma produção com um custo elevado e pode provocar grandes alterações no meio ambiente.

Assim o critério de escolha da raça precisa ser técnico e econômico, sendo necessário tomar cuidado com propagandas enganosas e paixões por raças. Os aspectos técnicos são aqueles que estão relacionados a produção, reprodução  e adaptação ao meio ambiente e ao sistema de produção.

Os animais podem ser adquiridos de criatórios orgânicos e também de criatórios convencionais, porém devem passar por uma quarentena.

Ambiente: Recomenda-se que o ambiente seja rodeado de mata ciliares conservadas ou até mesmo reconstituídas, pois a arborização na pastagem é necessária para o bem estar dos animais. Podendo ser utilizada arvores frutíferas e plantas ornamentais como alternativa de renda.

Através desta praticas pode se obter benefícios para a propriedade como aumento da biomassa que servira como fonte de alimentação para microorganismos, insetos e pássaros, aumentando a fertilidade do solo e resistência das plantas mantendo um equilíbrio ecológico, deixando também o solo sempre recoberto por umidade evitando lixiviação, erosão e mínima efeitos de longa estiagem.

É necessário que as construções da propriedade sejam planejadas e em locais adequados visando um manejo correto. O piquete dos bezerros deve ficar em local mais alto e drenado de preferência acima das áreas de manejo dos animais adultos pois animais jovens são mais susceptíveis a doenças e verminoses.

Controle Zootécnico: É recomendado o controle zootécnico pois para uma produção orgânica a propriedade deve ser totalmente rastreada. A base do controle começa na identificação individual dos animais através de brincos, tatuagens, marcas. Etc.

A coleta de dados pode ser simples e objetiva, anotando apenas o necessário, para isto é preciso um computador com um programa ou cadernos para anotações.

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Manejo: Principalmente os animais devem ser submetidos a um manejo que lhes proporcione bem estar animal. Os animais de cria e recria devem ser separados em lotes, ou tamanho para diminuir a competição minimizando que animais jovens sejam prejudicados pelos mais velhos.

Alimentação: A pastagem é a maior fonte de alimentação barata e disponível para este sistema de criação, porem devem ser bem manejas proporcionando um ótimo aproveitamento e nutritiva para os animais, o capim escolhido deve ser adaptado a região e ao clima e ter boa resistência a pragas e doenças.