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Nutrição de equinos: o que há de novo para o cavalo atleta

Por:   •  16/3/2021  •  Resenha  •  3.682 Palavras (15 Páginas)  •  365 Visualizações

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Nutrição de equinos: o que há de novo para o cavalo atleta

  • Para se falar da nutrição esportiva do equino, é importante SEMPRE conhecer muito bem sua base anatômica e fisiológica, e entender o efeito de determinados suplementos no mesmo.
  • É preciso respeitar a fisiologia, para que haja um funcionamento adequado do sistema digestório e, consequentemente, um desempenho adequado, que atenda a expectativa.
  • Cavalos na natureza: vivem em espaço aberto, se alimentam em pequenas quantidades várias vezes ao dia, mais ou menos em torno de 16hrs/dia.
  • A alteração do manejo nutricional desses animais de vida livre para confinamento podem causar problemas gastrointestinais caso sejam muito radicais.
  • É preciso encontrar um equilíbrio entre o oferecimento de grande quantidade de energia para esses animais para conseguirem desenvolver adequadamente uma atividade esportiva e também o oferecimento de uma alimentação que não traga esses prejuízos gastrointestinais.
  • A grande quantidade de ração com energia proveniente do carboidrato pode fazer com que o animal desenvolva alterações graves no sistema gastrointestinal, apresentando principalmente a síndrome cólica.
  • Em manejos que oferecem condição nutricional adequada aos animais, os custos com alimentação podem ser de 20 a 30% em média, sendo a maior parte dos custos totais na criação, mas que trará um grande retorno devido a performance do animal.
  • O requerimento nutricional de um atleta pode chegar a ser 5x maior do que a de um cavalo não atleta.
  • O animal pode consumir uma grande quantidade de energia, porém, sem ganhar peso com isso, pois essa energia será transformada em movimento.
  • Objetivo: prover/oferecer um alimento no qual o indivíduo transforme, por algumas vias, em movimento.

  • Parâmetros importantes na criação: treinamento, genética, emocional, sanidade e nutrição.
  • Treinamento e genética tendem a ser o maior foco do proprietário, que muitas vezes subestima a sanidade, nutrição e o emocional.
  • Muitas vezes a alimentação do animal em dias de provas, tem muito mais haver com o emocional do cavalo, do que com o oferecimento de substrato para que ele consiga realizar tal atividade física.
  • É de suma importância que os animais tenham esses cinco parâmetros muito bem avaliados e trabalhados.
  • Não adianta alimentar o cavalo bem, apenas horas antes da prova, deve haver todo um manejo correto dos cinco parâmetros previamente.

  • Como pensar na suplementação desses animais? Basicamente baseado em testes físicos.
  • É feita uma avaliação física do indivíduo, submete-se o mesmo a um período de suplementação, e depois desse período de suplementação, repete-se o mesmo teste.
  • Importante fazer uma avaliação/teste físico adequado, para conseguir avaliar a efetividade do suplemento.
  • Há uma variedade muito grande de atividades esportivas para equinos. Sendo assim, o que faz com que seja necessário mudar a nutrição do animal? Qual a diferença da utilização de substrato energético para esses animais? A via metabólica utilizada por esses animais é muito diferente.

[pic 1]
Gordura: baseada nos triglicerídeos
Carboidratos: baseados no glicogênio e glicose
Proteínas: podem participar do ciclo de Krebs, entrando numa produção de energia

  • Carboidratos:
    CH2O - O cavalo pode consumir carboidratos, sendo divididos em estruturais (que vão ser convertidos dentro do organismo em glicose e glicogênio por meio da amilase) e também em não estruturais (convertidos em ácidos graxos voláteis por meio da digestão bacteriana). Todos eles, podendo ser utilizados na manutenção de energia.
  • Gordura:
    Também é uma boa fonte energética, tem boa absorção pelo trato gastrointestinal do intestino delgado (TGI) do equino, e geralmente estão presentes em quantidades maiores nas rações para animais atletas (maior quantidade de estrateter). É uma fonte energética que oferece uma quantidade de Kcal maior por grama de alimento.
  • Proteínas:
    Aminoácidos juntos por ligações peptídicas. Componentes que também podem servir como substrato energético mas é utilizada dessa forma apenas em último caso, se o indivíduo não conseguir comer os carboidratos (que são a via principal de obtenção de energia) e gordura (que vem na sequência ou dependendo do tipo de exercício).

Porque numa ração para cavalo atleta há uma porcentagem maior de proteína então? Para um animal em manutenção aproximadamente 8% da ração é composta por proteína, e para cavalos atletas que realizam trabalho intenso a composição é de 11%. A exigência proteica aumenta quando há uma necessidade maior de produção de massa muscular, essa porcentagem maior serve como uma reconstituição da massa muscular, e também se da por conta de perda de nitrogênio no suor (1 a 1,5g/Kg), mas basicamente por composição de tecido muscular.

  • Fisiologia do trato digestório
  • Vias metabólicas (aeróbicas e anaeróbicas)
  • Requerimento energético
  • Suplementos

Fisiologia do trato digestório

Os cavalos possuem sua fisiologia do trato gastrointestinal voltada para a alimentação a pasto, em vida livre, portanto possuem uma cavidade oral com características que favorecem justamente a apreensão e o corte da gramínea e sua trituração de forma efetiva. Os dentes caninos não participam tanto do processo de mastigação, mas tanto os dentes incisivos que servem para apreensão e corte, quanto os pré-molares e os molares servem justamente para que seja realizado o processo de trituração adequado do alimento, e fazem com que esse alimento possa chegar no restante do sistema digestório pronto para ser digerido e absorvido.

Além da dentição, tem a produção de saliva, que facilita a lubrificação dentária, além de auxiliar no tamponamento do alimento que chega até o estômago. É por conta de algumas características da cavidade oral, que dá-se a importância do tipo de alimentação oferecida aos animais.

É de suma importância que a oferta de volumoso a esses animais seja grande. Os cavalos devem passar cerca de 15 a 16 horas por dia mastigando, provocando assim, o desgaste natural dos dentes. Se o animal ingere apenas certa quantidade de concentrado cerca de 2, 3 vezes ao dia, seu tempo de mastigação diário será muito pequeno, causando um desgaste irregular da dentição. É recomendado que pelo menos 50% da alimentação dos equinos seja de volumoso, justamente para atender a fisiologia do trato digestório (1kg de concentrado x 1kg de feno).

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