A Pecuária brasileira é uma das maiores do mundo, graças as extensas áreas de pastagens presentes no país

RESUMO: A pecuária brasileira é uma das maiores do mundo, graças as extensas áreas de pastagens presentes no país. Por consequência de um manejo inadequado boa parte dessas áreas atualmente se encontra em algum estádio de degradação. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a influência de níveis de degradação visual da pastagem em um Argissolo, sobre a qualidade química do solo, visando subsidiar o estabelecimento de níveis de degradação de pastagem com base no cálcio como indicador de qualidade de solo. Foram selecionadas um total de 7 áreas, sendo os pesos de qualidade do solo atribuídos do mais degradado, para o menos degradado, sendo: quatro níveis de pastagens degradadas (1, 2, 3 e 4), duas capoeiras (5 e 6) e uma área de mata (7) utilizada como referência. As coletas foram realizadas no município de Governador Valadares, MG em quatro profundidades (0,0-0,05; 0,05-0,10; 0,10-0,20; 0,200,40m) em dois períodos do ano (chuvoso e seco). As diferenças entre as áreas foram avaliadas através do software SISVAR. Houve redução nos teores de cálcio em relação ao aumento de degradação observado visualmente nas áreas em ambos os períodos. O que indica que os teores de cálcio podem ser utilizados como parâmetro para avaliação da qualidade química do solo.

Termos de indexação: Qualidade do solo, manejo de pastagens, analise química do solo.

INTRODUÇÃO

O solo desempenha papel relevante nas mudanças climáticas, por isso, as preocupações com a manutenção e preservação deste recurso vêm crescendo nas últimas décadas. Estima-se que 33% dos solos do mundo estejam degradados,

apresentando problemas de erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação (FAO, 2015). No Brasil, grande parte dos solos é ocupado por pastagens extensivas, que devido as características territoriais e climáticas favorecem o desenvolvimento do setor pecuário, sendo responsáveis pela criação da maior parte do rebanho brasileiro (Ferraz & Felicio, 2010). Historicamente a pecuária brasileira foi empregada como forma de ocupar e assegurar a pose de grandes extensões de terra no Brasil, por isso, muitos sistemas naturais foram convertidos em sistemas de pastagem (Dias-filho, 2014). Entretanto, as falhas nos estabelecimentos das pastagens e as práticas inadequadas de manejo levaram à redução da qualidade do solo nestas áreas, e atualmente grande parte destas áreas se encontram em algum estágio de degradação ou degradada. Apesar de ser uma antiga preocupação por parte dos pesquisadores, o conceito de qualidade do solo só começou a ser elaborado no início dos anos 90, sendo definida, de forma simplificada, como a aptidão para o uso do solo (Larson & Pierce, 1991). No entanto o conceito mais aceito atualmente é aquele proposto por Karlen et al. (1997), no qual definiu a qualidade do solo como sendo a capacidade de dado solo funcionar em um ambiente natural ou manejado de forma manter a produtividade vegetal e animal. Nos estudos que envolvem a qualidade dos solos sob pastagem torna-se cada vez mais necessário à adoção de critérios com a finalidade de avaliar de forma precisa e com baixo custo o comportamento dos solos. Nesse sentido, a qualidade química se coloca como uma importante ferramenta, devido seu baixo custo e seu emprego ser amplamente difundido entre agricultores e profissionais da área agronômica. Dentre os indicadores a química do solo pode ser uma ferramenta barata, com boa precisão e acessível. Como a diminuição da fertilidade é uma das principais responsáveis pelo início do processo de degradação do solo nas áreas de pastagens, utilizar valores de bases trocáveis como cálcio pode ser uma alternativa. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de níveis de degradação visual da pastagem em um Argissolo Vermelho textura argilosa de Governador Valadares-MG, sobre a qualidade química do solo, visando subsidiar o estabelecimento de níveis de degradação de pastagem com base no cálcio como indicador de qualidade de solo.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

O estudo foi conduzido na Fazenda Guzerá Duas Meninas, localizada no município de Governador Valadares, MG, delimitado com coordenadas geográficas 18° 47’ 30” Sul e 41° 59’ 80” Oeste. A fazenda está situada entre os km 401 e 402 na rodovia BR-16. A altitude média é de 245 m e o clima da região, segundo a classificação de Koppen, é AW – Clima tropical com estação seca no inverno e precipitação média anual de 1133 mm, o maior volume de chuvas ocorre entre os meses de novembro e janeiro. A região apresenta temperaturas máximas de 28,7 ºC e mínimas de 18,3 ºC. Conforme metodologia da EMBRAPA (2014) o solo da área foi classificado como um Argissolo Vermelho com textura argilosa. Sete áreas com dimensões de 10 x 50 m foram separadas visualmente com base na exposição do solo, onde foram atribuídos peso de 1 a 7, sendo 1 mais degradado e 7 menos degradado. Todas as áreas avaliadas estão situadas no terço médio da paisagem em uma pedoforma convexa. Foram separadas quatro áreas de pastagem progressivamente degradadas (1, 2, 3 e 4), duas áreas de capoeira (5 e 6) em estágios de regeneração natural e uma área de mata (7) como referência, estas compuseram as sete áreas estudadas.

Amostragens e analise química

A coleta das amostras para a avaliação da qualidade química do solo foi realizada em dois períodos, chuvoso e seco, em diferentes profundidades, 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm. Posteriormente as amostras foram secas e passadas em peneiras de 2 mm de malha para a obtenção da terra fina seca ao ar (TFSA). O cálcio

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