A Produção de Morangos Na Agronomia

1 INTRODUÇÃO

O morango (Fragaria Vesca) é uma fruta muito consumida entre a população e está entre as frutas mais nutritivas e atraentes, devido ao complexo de vitaminas e minerais que possui. Além da coloração atraente e o sabor agradável, esse fruto possui flavonoides que apresentam ação antioxidante no organismo humano (MOREIRA PINTO, 2019).

Tais características fazem com que este fruto seja um dos produtos que geram as maiores receitas com vendas nas Centrais de abastecimentos (CEASAS) (GERALDINI et al., 2017). Nestes locais, dentre as 21 culturas mais comercializadas entre os anos de 2014 a 2016, as quais apresentam um faturamento médio anual de R$ 20 bilhões, o morango ocupou a 18ª posição, contribuindo com um faturamento de R$ 423 milhões (GERALDINI et al., 2017).

O clima ideal para o plantio é seco e ameno, devendo apresentar grande amplitude térmica. A irrigação por gotejamento é obrigatória para que haja uma boa colheita, a qual ocorre entre 50 a 100 dias após o plantio (GERALDINI et al., 2017). O ponto de maturação ideal para a colheita do é quando 75% de sua superfície está vermelha, isso demora de sessenta até 80 dias após o plantio. Neste mesmo dia já deve ser comercializado devido sua alta perecibilidade (CANTILLANO, 2013).

Este fruto apresenta alta perecibilidade pós-colheita por possuir um pericarpo pouco espesso. Este fato aumenta sua taxa de respiração, perda de água e, nos casos em que não há um local ideal de armazenagem, possibilitando a presença de contaminantes como fungo, aumenta a deterioração do fruto, elevando os desperdícios (GALEGÁRIO et al., 2005).

Os frutos podem ser armazenados por um curto período. Por isso, a utilização de produtos pós-colheita visando o aumento da vida útil tem sido cada vez mais estudados e difundidos. Biofilmes, ceras e indutores de resistência são os mais propagados. Os mesmos não alteram o sabor e cor dos frutos, mas podem alterar as características químicas como acidez e sólidos solúveis (MURAKAMI, 2018).

A utilização de substâncias naturais tem se colocado como uma alternativa mais satisfatória em relação aos conservantes químicos, pois, além de conservarem, agregam qualidade e segurança aos alimentos. A escolha dos mesmos deve levar em consideração a compatibilidade sensorial e química com o alimento ao qual será empregado (MURAKAMI, 2018).

A quitosana é um exemplo de biofilme e indutor de resistência, cuja aplicação em alimentos se mostrou eficiente permitindo uma maior durabilidade no produto após a colheita e na prateleira. Frutos do morangueiro que receberam aplicação de quitosana e ASM durante a pré-colheita apresentaram maior resistência das plantas a patógenos (MAZARO, et al., 2008). A aplicação dos produtos indutores de resistência em plantas e frutos tem sido testados com sucesso nos últimos anos. Estes, além se serem um método alternativo no controle da deterioração, reduzem a contaminação por microrganismos, retardam o amadurecimento excessivo e evitam desperdícios (FAVARO, 2017).

Entre esses, a aplicação do acibenzolar-S-metil (ASM), tem se apresentado como método alternativo e promissor no controle de podridões pós-colheita, por manter maior firmeza de polpa e diminuir a perda de massa. Após sua aplicação, juntamente com as condições ideais de armazenamento, espera-se encontrar uma dose de máxima resposta que diminua a perda de água e massa, aumentando a vida útil do morango.

Considerando a importância da cultura do morango na cadeia olerícola e sua perecibilidade, se faz necessário a busca por alternativas que prolonguem sua vida pós-colheita. Produtos contendo ASM tem sido testados e recomendados em diversos frutos, com resultados positivos. Contudo, o presente trabalho tem por objetivo, avaliar se a aplicação de doses de ASM, modificam as principais características físicas e químicas de morangos visando aumento de vida pós colheita.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar se a aplicação de doses de acibenzolar-S-metil (ASM) modificam as principais características físicas e químicas de frutos de morangos, visando aumento de vida pós colheita.

2.2 Objetivos Específicos

Comparar características físicas e químicas, de morango que receberam aplicação de doses de ASM com os que não receberam.

Verificar se a aplicação de doses ASM, influenciam na deterioração de morangos pós colheita.

Encontrar uma dose de ASM de melhor resposta, a ser aplicada nos frutos de morangos, visando aumentar a vida pós colheita dos mesmos.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Importância da Fruticultura no Brasil

A fruticultura está presente em todos os estados brasileiros, como destaca Carvalho et. al. (2017), é a atividade econômica que envolve mais de cinco milhões de pessoas que trabalham de forma direta e indireta neste setor. De acordo com Kist et. al. (2018), esse setor no país possui atrativos e condições favoráveis para produção e exportação no longo de todo ano. Dados da Food And Agriculture Organization (FAO), apontam que em 2019 a produção estimada de frutas foi de 44,62 milhões de toneladas, as quais foram produzidas em uma área de cerca de 2,5 milhões de hectares (STARTSE, 2020).

O Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) informa que São Paulo lidera o setor de nacional de fruticultura com sua produção de laranja. Rio Grande do Sul está em segundo lugar com a produção de uva, em seguida Pernambuco e Bahia com frutas tropicais (CARVALHO, 2017). O Paraná ocupa a sexta posição, e tem condições de se tornar o maior produtor, pois, tem ótimas condições geográficas e é um privilegiado em termos edafoclimáticos (CARVALHO, 2017).

Em 2019 o Brasil foi o terceiro maior produtor de frutas no mundo, ficando atrás da China e da Índia. Isso justifica a elevada importância do setor no agronegócio brasileiro, pois, de acordo com o site Startse (2020), além da grande participação nos lucros. A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS, 2020), informa que em 2019, a exportação de frutas aumentou 8,5% no Brasil, saltando de US$ 790 milhões para US$ 858 milhões. Apesar da grande