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Controle de plantas daninhas - Citros

Por:   •  5/8/2019  •  Seminário  •  2.753 Palavras (12 Páginas)  •  410 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO” – UNESP

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO CITROS

Botucatu

Outubro de 2017


  1. INTRODUÇÃO

A cadeia produtiva citrícola ocupa posição de destaque no cenário do agronegócio brasileiro por apresentar quantidades expressivas na produção e exportação de suco concentrado e congelado e também pelo aspecto social, com a geração de um grande número de empregos.

A partir da década de 1980, o Brasil superou os Estados Unidos e se tornou o maior produtor de laranja do mundo, mantendo-se no topo do ranking dos maiores países produtores até hoje. A safra brasileira em 2016/2017 foi de 245 milhões de caixas, a estimativa para a safra seguinte do parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais, maior centro produtor do país, é ainda maior, de 364 milhões de caixas, a maior dos últimos cinco anos.

A principal região produtora de laranja do Brasil é o cinturão citrícola de São Paulo e a região que compreende ao Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais, composto por 349 municípios. Anualmente, são mais de 14 bilhões de dólares movimentados, gerando mais de US$ 6 bilhões do PIB e arrecadando 180 milhões em impostos. O setor também mostra grande relevância não apenas no aspecto econômico, mas também social, gerando 200 mil empregos diretos e indiretos. Nenhum outro segmento do agronegócio empregou mais do a laranja no estado de São Paulo no ano de 2016, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão ligado ao Ministério do Trabalho. Em comparação a outro importante ramo da agricultura paulista, a cana-de-açúcar, a citricultura gera um emprego a cada nove hectares, enquanto que o setor canavieiro precisa de oitenta hectares para gerar o mesmo número de empregos.

Um dos motivos do crescimento da citricultura brasileira é a fundamentação na capacidade de trabalho e articulação de toda a cadeia produtiva, reunindo produtores, indústria, pesquisadores, técnicos, cooperativas, revendedores e transportadores. Além de apresentar outras vantagens competitivas em relação aos concorrentes internacionais, como a ausência da necessidade de irrigação e fatores edafoclimáticos favoráveis. Entretanto, mesmo com condições propicias para o desenvolvimento da cultura, as produtividades obtidas são muito baixas, próxima de uma média de 2 caixas/planta.

Dentre os fatores responsáveis pela baixa produtividade destaca-se o ataque de pragas, doenças e a interferência das plantas daninhas. O manejo das plantas daninhas no pomar além de proporcionar maiores produtividades, é de extrema importância para manter a sustentabilidade do agroecossitema de produção, pois auxilia na melhoria das condições físicas e químicas do solo através da incorporação de matéria orgânica na superfície.  Quando não são manejadas corretamente, as plantas daninhas causam prejuízos à cultura através da competição por água, luz e nutrientes. Além disso, podem liberar no ambiente compostos químicos por exsudação radicular, lixiviação, volatilização, ou decomposição de resíduos do solo. A interação desses compostos com outras plantas é denominada alelopatia, que somada à competição constitui a interferência. Outras causas de redução na produtividade atribuídas as plantas daninhas, é poderem hospedar pragas e doenças, dificultar os tratos culturais e a colheita, e depreciar o valor da terra na ocorrência de plantas daninhas perenes.

Embora, as plantas daninhas são responsáveis por inúmeros prejuízos à citricultura, por outro lado podem contribuir para benefícios ao sistema de produção, como evitar a erosão, incorporar matéria orgânica, aumentar a infiltração de agua no solo, hospedar inimigos naturais de pragas e auxiliar na proteção ao vento.

Historicamente, o manejo de plantas daninhas nos pomares cítricos era realizado basicamente com capina manual na linha de plantio pelos produtores, e grade de disco nas entrelinhas. Havia pouco conhecimento sobre a biologia dessas plantas e escassas noções sobre a utilização de herbicidas no controle. A partir de estudos mais aprofundados das principais espécies interferentes nos pomares e a criação de novas moléculas para auxiliarem no controle químico, a interferência causada pelas plantas daninhas pôde ser reduzida. Entretanto, é importante salientar que para a manutenção da sustentabilidade do ambiente produtivo, é imprescindível a integração dos métodos de controle. Com tudo, o cenário predominante observado nos pomares citrícolas é a expansão do no uso de herbicidas, sobretudo aqueles com ação em pós-emergência, por exigirem técnicas simples de emprego e pelo amplo espectro de controle das espécies que proporcionam. O uso indiscriminado desses produtos, resultado de aplicações em condições inadequadas associado ao aumento no volume e dosagens utilizadas pelos produtores, leva a maior deposição desses compostos químicos ao ambiente e a elevação dos custos de produção.

Com isto, o presente trabalho tem por objetivo destacar as espécies de plantas daninhas predominantes de ocorrência nos pomares cítricos brasileiros, bem como suas características e grau de interferência sobre a cultura para que possa ser realizado o manejo racional dessas plantas a fim de reduzir os custos de produção e aumentar a produtividade, visando sempre a sustentabilidade do ecossistema de cultivo.

  1. PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS

O conhecimento das espécies infestantes do pomar é de extrema importância para a escolha do método de controle mais eficaz e a época mais adequada. As características que devem ser levadas em consideração para a escolha do método mais eficaz incluem conhecimentos sobre o ciclo, exigências e as formas de reprodução dessas plantas.

Sabe-se que as principais plantas daninhas verificadas em citros no Estado de São Paulo englobam Brachiaria decumbens (capim-braquiária), Brachiaria plantaginea (capim-marmela), Cenchrus echinatus (capim-carrapicho) , Cynodon dactylon (grama-seda), Digitaria horizontalis (capim-colchão), Digitaia insularis (capim-amargoso), Eleusine indica (capim-pé-de-galinha), Panicum maximum (capim-colonião), Paspalum notatum (grama-batatais), Rhynchelitrum repens (capim-favorito), Commelina spp. (trapoeraba) e Cyperus rotundus (tiririca), e as dicotiledôneas: Acanthospermum hispidum (carrapicho-de-carneiro), Ageratum conyzoides (mentrasto), Amaranthus spp. (caruru), Bidens pilosa (picão-preto), Emilia sonchifolia (falsa-serralha), Galinsoga parviflora (picão-branco), Ipomoea spp. (corda-de-viola), Portoluca oleraceae (beldroega), Richardia brasiliensis (poaia-branca), Sida spp. (guanxuma) e Sonchus oleracus (serralha). (FILHO et al., 1991). Outras espécies que se mostraram problemáticas foram Conyza canadenses e Conyza bonariensis, visto que apresentam alta habilidade de autopolinização e grande produção de sementes que são facilmente dispersadas. (BHOWIK; BEKECH, 1993)

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