MORMO: DOENÇA INFECTO-CONTAGIOSA DE EQUINOS
Por: luziane.rocha88 • 8/7/2019 • Trabalho acadêmico • 1.478 Palavras (6 Páginas) • 357 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
DISCIPLINA: CRIAÇÃO DE ANIMAIS DE GRANDE
PORTE
MORMO: DOENÇA INFECTO-CONTAGIOSA DE EQUINOS
SÃO LUIS- MA
2019
CLAUDENICE COSTA COELHO- 201407907
GIDEANE
LUZIANE
JEFERSON FONTINELE BORRALHO
MORMO: DOENÇA INFECTO-CONTAGIOSA DE EQUINOS
Trabalho apresentado à disciplina Criação de Animais de Grande porte para aquisição parcial de notas.
Profr: Itamara Gomes
SÃO LUIS- MA
2019
INTRODUÇÃO
O mormo é uma enfermidade infecto – contagiosa, de caráter agudo ou crônico que acomete principalmente os eqüídeos, podendo também acometer o homem, os carnívoros e eventualmente os pequenos ruminantes). É considerada uma das mais antigas doenças dos eqüídeos, descrita por Aristóteles e Hipócrates no séculos III e IV a.C (BLANCOU, 1994). O agente epidemiológico é a Burkholderia mallei, que ao longo dos anos recebeu diferentes denominações. Animais infectados e portadores assintomáticos são importantes fontes de infecção. A principal via de infecção é a digestiva, podendo ocorrer também pelas vias respiratórias, genital e cutânea (HIPOLITO & FREITAS, 1963; RADOSTITS et al., 2002). A disseminação do microorganismo no ambiente ocorre pelos alimentos (forragens e melaço), água e fômites, principalmente cochos e bebedouros. Raramente, a forma cutânea da infecção decorre do contato direto com ferimentos ou por utensílios usados na monta dos animais. Lesões pulmonares crônicas, que se rompem nos brônquios e infectam as vias aéreas superiores e secreções orais e nasais, representam a mais importante via de excreção da B. mallei (RADOSTITS et al., 2002) após vários relatos da ocorrência da enfermidade em humanos e equinos, com caracterização dos achados epidemiológicos, clínicos, microbiológicos e anatomo e histopatológicos, a doença parecia ter sido erradicada no Brasil; a última referência a um foco de mormo foi no município de Santo André, Estado de São Paulo, no mês de Setembro de 2008. De acordo com a Defesa Agropecuária, há 39 anos a doença não era registrada no estado.
REVISÃO DE LITERATURA
Mormo é uma doença infectocontagiosa, piogranulomatosa (inflamação de caráter purulento), caracterizada por lesões respiratórias, linfáticas e cutâneas em equídeos, causada pela bactéria Burkholderia mallei. A doença também é conhecida como catarro de burro, catarro de mormo, lamparão, garrotilho atípico e cancro nasal (MOTA, 2006; MOTA; RIBEIRO, 2016). Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2016), o Brasil possui o maior rebanho de equinos na América Latina e o terceiro mundial. Somados aos muares e asininos são 8 milhões de cabeças, movimentando R$7,3 bilhões, somente com a produção de cavalos. O rebanho envolve mais de 30 segmentos, distribuídos entre insumos, criação e destinação final e compõe a base do chamado Complexo do Agronegócio Cavalo, responsável pela geração de 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos. A equideocultura possui grande importância econômica e social no Brasil e algumas doenças causam prejuízos consideráveis aos proprietários, principalmente, aquelas onde é obrigatória a eutanásia dos animais positivos, como o mormo. No período entre 1968 e 1999, não houve registro oficial da doença e, por isto, o mormo foi considerado extinto no território brasileiro. Após uma notificação feita em dezembro de 1999, um levantamento sorológico revelou que o mormo não estava localizado apenas na Zona da Mata Nordestina, mas que havia se disseminado por quase todo o norte e nordeste do país. Após esta data, houve a notificação de casos nos principais estados produtores do sul e sudeste. O mormo é talvez a mais grave ameaça à equideocultura brasileira. A sua notificação submete o Brasil a uma série de restrições referentes à exportação de animais vivos ou de carne. No Brasil, o mormo pertence à lista de doenças passivas das ações de defesa sanitária, de sacrifício obrigatório, sem indenização e faz parte do Plano Nacional de Sanidade de Equídeos (PNSE) do MAPA (VARGAS et al., 2015; MOTA, 2006; MOTA; RIBEIRO, 2016). A bactéria Burkholderia mallei apresenta-se como cocobacilo gram-negativo, irregular, isolado ou em pequenas cadeias, com 2 a 5 µm de comprimento por 0,5 µm de espessura. Consiste em bactérias desprovidas de flagelos (imóveis), que não formam esporos. O microrganismo cora-se fracamente pela coloração de Gram (DITTMANN et al., 2015; MOTA; RIBEIRO, 2016). Segundo estes autores, o patógeno cresce bem em meios que contenham glicerol ou sangue pode ser isolado em meio de ágar sangue ovino (5%) desfibrinado, após 48 horas de incubação em aerobiose, a 37° C, mostrando colônias de 1 mm de diâmetro, irregulares, mucoides, brilhantes, não hemolíticas e de tonalidade brancoacinzentada. Burkholderia mallei são bactérias oxidase-positivas, indol-negativas e reduzem o nitrato a nitrito. É um patógeno intracelular obrigatório bem adaptado ao seu hospedeiro, porém apresenta baixa resistência ambiental. A bactéria Burkholderia mallei é sensível à açãoda luz solar, calor e desinfetantes comuns e pode sobreviver em ambientes úmidos por 3 a 5 semanas (DVORAK; SPICKLER, 2008).Dentre as doenças bacterianas do trato respiratório de equídeos, o mormo devido ao caráter crônico e debilitante provoca grandes prejuízos econômicos à criação de equídeos. Atualmente, o mormo é um sério problema sanitário para o rebanho de equídeos, podendo se estabelecer em todo o país, uma vez que as barreiras sanitárias estabelecidas nem sempre são eficazes na fiscalização do trânsito interestadual de animais (CORREA et al., 2015). Os animais infectados e portadores assintomáticos são as principais fontes de infecção. Os animais acometidos de forma aguda usualmente morrem em poucos dias ou em semanas.
A forma crônica desenvolve-se insidiosamente e resulta em enfraquecimento progressivo do animal. O mormo é doença de notificação compulsória ao serviço veterinário oficial, composto pelas unidades do MAPA e pelos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Animal. De acordo com a legislação, os animais infectados são eutanasiados (abate sanitário), pois é proibido o tratamento dos mesmos e não existe vacina. Em áreas endêmicas, os animais suscetíveis devem ser mantidos isolados e afastados de outros animais, evitando os comedouros e bebedouros de uso comunitário (CORREA et al., 2015; MOTA; RIBEIRO, 2016). De acordo com dados do MAPA, o Brasil registrou, até o mês de agosto de 2015, mais de 266 casos de mormo em 16 estados. Em 2014, foram registrados 202 casos (CANAL RURAL, 2015).
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