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Plano de Boas Práticas Agrícolas - Plantas Medicinais

Por:   •  31/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.232 Palavras (9 Páginas)  •  429 Visualizações

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tecnologia de produtos agropecuários

Elaboração um plano de ação em BPA

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Londrina

2014

Introdução

As Boas Práticas Agropecuárias são um conjunto de medidas, princípios, práticas, tecnologias, métodos e recomendações técnicas apropriadas que devem ser adotadas e implementadas ao longo de todas as etapas na cadeia de produtos agropecuários, alcançando um nível de excelência que promova a qualidade e segurança aos consumidores, além do bem-estar humano e animal, desde a obtenção da matéria-prima, produção, processamento, armazenamento, transporte e distribuição, insumos e produtos agroalimentares nos elos primários de produção.

Dentro das Boas Práticas Agrícolas e Agropecuárias tem se procurado atender além das demandas técnicas e econômicas, exercer um papel social consciente e positivo junto a comunidade rural, preconizando medidas que geram menor impacto ambiental com um consumo racional de recursos naturais. Faz parte das BPA a conscientização da sociedade na adoção de um modelo agrícola sustentável através do entendimento do uso intensivo de máquinas e insumos químicos.

No meio rural o aumento dos custos de produção pode inviabilizar a atividade agrícola, sobretudo para as pequenas propriedades que não dispõem de grandes extensões de terra para plantio. Nesse contexto, o cultivo de plantas medicinais ganha relevância e importância, pois torna-se uma opção sustentável que confere integridade ambiental e social. O baixo custo de produção aliado aos rendimentos relativamente altos por área constitui, assim, uma boa alternativa aos produtores que dispõem de baixo poder de investimento e pouco maquinário, sendo um fator de fixação do homem no campo.

Objetivo

O presente trabalho visa oferecer ao produtor rural diretrizes simples e acessíveis para o cultivo de todas as plantas medicinais. As diretrizes de BPA não fornecem orientação técnica específica sobre o cultivo de uma determinada espécie, mas orientações gerais que visam limitar os efeitos negativos nas plantas durante o cultivo, processamento e armazenamento, bem como aspectos relacionados com a higiene, especialmente na produção para reduzir, ao mínimo, a carga microbiana.

Princípios e diretrizes para BPA na produção de Plantas Medicinais

  1. Sementes e Material de Propagação

As sementes devem ser certificadas, devendo sempre indicar a origem e sendo rastreáveis. O material de propagação (sementes, mudas, estacas, etc.) deve atender às exigências e/ou padrões estabelecidos relativos à pureza e germinação se estiverem estabelecidos nas Normas de Produção de Sementes e Mudas do Ministério da Agricultura. O material de propagação deve ser livre de pragas e doenças o mais possível para garantir o crescimento de plantas saudáveis. Se houver espécies ou variedades resistentes ou tolerantes, deve-se dar preferência a elas.

Quando não há material de propagação disponível no comércio, o próprio produtor terá de obtê-lo fazendo coletas. Esta situação é mais comum no caso de espécies nativas. Antes de iniciar a coleta, o produtor deve certificar-se da identidade botânica do material a ser coletado fazendo uma exsicata da planta, ou seja, deve coletar um ramo florido da planta e enviá-lo para análise por um profissional habilitado.

A ocorrência de plantas e partes de plantas que não são da espécie/variedade cultivada deve ser controlada durante todo o processo de produção, dessa forma, qualquer impureza deve ser prontamente eliminada.

  1. Cultivo

Os produtores devem seguir as recomendações técnicas previstas para cada espécie, para isso podem recorrer publicações técnicas emitidas por empresas estaduais de pesquisa agrícola, as Ematers e as escolas de agronomia. As recomendações visam sistemas produtivos, produtos de boa qualidade e baixo impacto ambiental.

Busca-se fazer consórcios entre espécies compatíveis de forma a reduzir a incidência de pragas e doenças, e aumento de produtividade. A compatibilidade das espécies deve ser pesquisada anteriormente.

O combate as pragas e doenças preconiza inicialmente as práticas culturais recomendadas. A fiscalização é necessária para que logo no início se identifique o surgimento de pragas e doenças, o que torna seu controle e erradicação muito mais fácil. A eliminação de plantas ou galhos atacados é uma medida bastante eficaz no início do surgimento de uma doença. O material podado deve ser retirado da lavoura e queimado.

A aplicação de agrotóxicos em lavouras de Plantas Medicinais não é recomendada, pois estes produtos podem alterar a composição química da planta e deixar resíduos. Além disso não há produtos registrados para estas culturas. Há uma crescente rejeição, pelos compradores, à aquisição de Plantas Medicinais originárias de lavouras onde foi feito uso de agrotóxicos.

  1. Solo e Adubação

O manejo correto do solo auxilia no controle de pragas, doenças e invasoras, na manutenção da fertilidade e, consequentemente, na produtividade. Fazendo uso sempre que possível de práticas de conservação de solos, como cobertura vegetal, preparo em nível, curvas de nível, cordão de contorno, com o mínimo revolvimento de solo.

Os cordões de contorno devem ser sempre vegetados com espécies medicinais como capim-limão e citronela e confrei, que atuam como repelentes naturais de insetos pragas. A rotação de culturas ajuda no combate das mesmas, recomenda-se fazer alternando culturas de diferentes tipos de produtos, como gengibre (raiz) e calêndula (folhas e flores)

As áreas devem ser isentas de contaminação por metais pesados, resíduos de agrotóxicos ou qualquer outra substância química não natural. Além disso, estas áreas devem estar situadas longe de rodovias de movimento intenso (pelo menos 2km) e áreas industriais, produtos químicos eventualmente utilizados devem ter o menor efeito negativo possível.

A aplicação de adubos deve ser feita com moderação, conforme a análise de solo e as necessidades específicas das espécies.

  1. Irrigação

A irrigação deve ser aplicada de acordo com as necessidades de cada espécie, podendo ser feita por pivô central, aspersores, por gravidade ou gotejamento. A água deve ser livre de qualquer tipo de contaminação, sendo necessária uma análise.

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