Relato de experiencia
Por: esequielgaby36 • 27/11/2015 • Trabalho acadêmico • 898 Palavras (4 Páginas) • 365 Visualizações
Relato de Experiência
Luany Gabriely da Silva
Talita Georgia da Cunha
(Tecnólogo em Agroecologia)
Estivemos reunidos, no Assentamento Tabuleiro Alto, na Escola Municipal Adalberto Nobre de Siqueira, a instituição atualmente tem matriculados 329 discentes porém apenas 112 são assíduos no ensino fundamental ( creche a 9º ano) funcionando nos três turnos a mesma atende em média oito comunidades: Arapuá, Capivara, Língua de Vaca, Canto Claro, Angélica, Serra do Galo, Tira Fogo, Progresso etc., o quadro de docentes é composto 6 efetivos e 15 contratados, no turno noturno funciona os programas do governo como : o Mais Educação, Mova Brasil e Saberes da Terra além das aulas de zumba em dias alternados.
A partir dos relatos da diretora, de Bartira e dos olhares minuciosos a estrutura e aos discentes da escola podemos perceber como o ensino do campo ainda possui uma fragilidade imensa, todavia não se deixa abater pelas adversidades da educação pública. Como na maioria das escolas do campo a diretora exercia várias funções, observamos um total descaso dos órgãos públicos pois estavam em bom estado apenas 60 cadeiras para os alunos se acomodarem para assistirem aula (sabemos que eles têm uma parcela de culpa do atual estado das carteiras e da conservação da estrutura do patrimônio coletivo deles, mais isso não justificar discentes compartilharem cadeiras para aprenderem), falta lâmpadas, os banheiros estão em péssimo estado já que a escola está a 9 anos sem receber reforma.
Logo em seguida fomos conhecer a horta didática que os alunos ajudaram a implantar, chegando lá observamos a diversidades de cultivares de hortaliças, frutíferas até plantas medicinais: Cebolinha, coentro, cenoura, alface, quiabo, macaxeira, pimentão, pimenta, manga, caju, goiaba, hortelã, cocó, abacaxi entre outras. As hortaliças e as restantes das cultivares servem como geração de renda para suprir as necessidades básicas da escola, contudo através dessa renda extra foi possível reformas no dinheiro e em outras partes da escola.
Segunda parada foi na unidade familiar produtiva de Sonia, que por sinal não estava lá, mas como já conhecíamos a sua história iremos relatar aqui um pouco da trajetória das margaridas, onde ela relata que, antes ela participava de um grupo de três mulheres que tinha como codinome as três margaridas que teve como inspiração Margarida Maria Alves líder sindicalista que fez história liderando as lutas por progresso dos direitos trabalhistas para as mulheres. Influenciando assim a ser protagonista de uma trajetória linda e ao mesmo tempo conturbada, ao se divorciar de seu marido, ficando com 5 (cinco) filhos para criar e sem ter o que comer e aonde morar, começou a luta para ter seu próprio pedaço de terra, daí começou a participar dos movimentos sociais, e de encontros com órgãos públicos e das marchas de mulheres, foi através das marcha das margaridas em 2000 em Brasília, que Sonia com todo esforço acabou conseguindo seu lote, que antes seu ex-marido era o titular.
Atualmente a incerteza deu lugar à esperança. Através do conhecimento e da tecnologia, para desenvolver uma agricultura sustentável e de preservação ao meio ambiente, com agroecologia a família das margaridas auto sustentam-se, assim como outras famílias que compram os seus produtos.
Experiências como essas são ricas pois deixam em nós marcas que jamais serão esquecidas, pois aprendemos que é possível cultivar e produzir com poucos recursos, além de servir de inspiração para outras pessoas.
Enfim essa vivência nos proporcionou a uma reflexão minuciosa quão importante essa integração entre nós acadêmicos, agricultores e adeptos das práticas agroecológicas/educação do campo no processo de reconstrução de vida. Nessa perspertitiva é preciso analisar como a valorização da educação e a coletividade nas atividades agrícolas e na sociedade constitui significativo aporte para debates sobre a inclusão feminina no meio rural como participação ativa e não diferenciada da atuação masculina.
Fazendo uma relação da visita com a nossa vida acadêmica, podemos constata que a educação está diretamente implicada com as formas de produção, num diálogo constante entre as condições objetivas destas formas e as condições subjetivas que lhes dão base e que também se originam delas. A real idade é complexa e indica uma retroalimentação entre o “objetivo” e o “ subjetivo”. E, neste diálogo, a universidade no caso o IFRN – com a formação de seus profissionais e enquanto saber “legitimado-cumpre ”um papel primordial de questionar o estabelecido, de mediar condições de superação para os problemas concretos da realidade. Pensar sobre o papel que ela mesma desempenha na manutenção da ‘’dominação entre os saberes ‘’seria uma tarefa primordial em um momento de repensar o modelo de desenvolvimento vigente.
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