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Utilização de dessecantes em plantas daninhas

Por:   •  14/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  3.763 Palavras (16 Páginas)  •  233 Visualizações

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  1. Você foi chamado na propriedade do Sr. José para prestar consultoria sobre Controle de Plantas Daninhas. Ele informou que precisa fazer dessecação pré-plantio e quer fazer a mistura de glyphosate e paraquat. Qual deverá ser sua orientação a respeito disso? (Peso: 1) ( 16,67  pontos)

Não recomendaria a mistura, pois o que pode acontecer na prática com a mistura é que o paraquat vai agir e o glifosato não. O. O paraquat como é um herbicida de contato age de maneira muito rápida, em poucas horas. Ele destrói os tecidos (inclusive o vascular) e interrompe a fotossíntese. O glifosato que é um herbicida sistêmico, para ser translocado (pelo floema) precisaria da planta ativa por um bom tempo, com a planta produzindo fotoassimilidos para serem translocados pelo floema e ele ir junto, para chegar nos meristemas. Isso não acontece quando associado ao paraquat.

Recomendaria uma aplicação sequencial. Recomendaria primeiro, aplicação com o glyphosate como dessecante e fazer um sequencial com paraquat (em média 60 dias após aplicação do glyphosate) e em seguida plantar, Os dois herbicidas devem ser aplicados na presença da luz. A eficiência de ambos será melhor com plantas daninhas jovens (2 a 4 folha). uso de uma camada de solo com aproximadamente 0,5 cm fora suficiente para proteger as sementes e plântulas da ação destes herbicidas (dias, 1982).

Contudo, existem orientações técnicas para essa aplicação que o produtor poderá escolher analisando os pontos positivos e negativos. Por exemplo: se ele plantou milho, colheu em seguida haverá um período sem chuvas (pousio) e após esse período pretende plantar soja. Ele poderá iniciar o controle das plantas daninhas logo após a colheita do milho, no meio do período sem chuvas ou no final do pousio e em seguida plantar a soja.

  1. Bem no final do período de chuvas (após a colheita do milho por exemplo) em torno de dois meses antes do plantio – a vantagem é que as plantas daninhas estão menores e terá melhor condição de aplicação, pois terá ainda uma boa umidade e utilizará menores doses do dessecante, nesse caso. O glyphosate poderá ser misturado com 2,4 D ( 2,0/3,0 + 0,8/1,5) ou Glyphosate + Clorimuron.  A desvantagem é que vai haver reinfestação das plantas daninhas porque terá um longo período até o plantio da soja. Precisará de uma dose maior no sequencial com paraquat (1,5/2,0) e devido a palhada haverá palhada também o efeito guarda chuva. O parquat permite a lenta regeneração de muitas espécies, proporcionando uma cobertura não competitiva do solo. O solo desnudo deve ser evitado para que haja resistência contra a força erosiva da chuva, e os sistemas radiculares conferem estrutura e estabilidade aos solos.

2) a) Porque quando se pretende utilizar um herbicida Inibidor do FS II em pós-emergência é necessário cobertura de todas as folhas da planta a ser controlada pela calda do herbicida?

        Herbicidas inibidores do FS II são herbicidas de contato e não são translocados. Eles degradam a membrana celular e não se translocam na planta e são ativados pela luz. (Marchi et al, 2008). O sítio de ação desse herbicida fica nas folhas, nos cloroplastos. Os herbicidas Inibidores do FS II, são inibidores da fotossíntese, que precisam ser aplicados em condições de luminosidade. Seu sítio de ação fica nos cloroplastos, organelas distribuídas em todo o limbo foliar. Como cada organela é fotossintetizante, para sua eficiência, é preciso que o herbicida cubra toda a folha. Pois ele não desce (escorre), aonde o herbicida penetra é rapidamente absorvido.

Esses compostos rompem a membrana das células causando vazamento do fluido celular. Como não se translocam na planta, esses herbicidas são ineficazes para o controle de plantas daninhas perenes (Marchi et al, 2008., PETERSON et al., 2001; STEPHENSON et al., 2006)

b). Descreva os mecanismos de seletividade do atrazine (inibidor do FS II) para a cultura do milho. (Peso: 1) ( 16,67  pontos)

Mecanismo de seletividade do atrazine para a cultura do milho - O atrazine é um herbicida com ação residual pertencente ao grupo químico das clorotriazinas. Seu mecanismo de ação é a inibição da fotossíntese através do bloqueio de fluxo de elétrons no FSII entre Qa e Qb. Ele é indicado para aplicações em pré ou pós-emergência das plantas daninhas, principalmente para matar espécies dicotiledôneas. São seletivos para culturas mono e dicotiledôneas

O milho apresenta um metabolismo diferencial em suas raízes ou em outras partes da planta. Possui em suas células vegetais um complexo de enzimas que metabolizam a molécula do atrazine. A molécula absorvida é transformanda em hidroxitriazinas resultando em produtos não tóxicos para a planta.

Esse complexo de enzimas chamado benzoxazinona, é responsável pela rápida degradação da molécula do atrazine através de reações de hidroxilação, desalquilação e conjugação. Essas reações modificam a molécula do herbicida e faz com que ela não consiga bloquear o transporte de elétrons, nos cloropastos. Assim a planta continuará realizando a fotossíntese normalmente e produzindo ATP e NADPH.

A molécula do herbicida ao se translocar na planta sofre, inicialmente, uma reação de hidroxilação. Ela perde cloro que é substituído por uma hidroxila. A molécula hidroxilada chega aos cloroplastos, mas não consegue impedir o transporte de elétrons. Outro complexo de enzimas promove a desalquilação, perda de qualquer radical alquila. Essa reação também faz com que a molécula não consiga impedir o transporte de elétros nos cloroplastos. Finalmente, outro complexo de enzimas não irá quebrar a molécula, e sim fará com que ela se ligue a complexos naturalmente produzidos pela planta e formará uma conjugação com polipetídeos naturais (atrazine mais frutose/maltose). Essa macromolécula por sua vez, também não impedirá o transporte de elétrons nos cloroplastos. Todas essas reações são responsáveis por tornar a cultura do milho tolerante a esse herbicida.

O atrazine é absorvido pelas raízes e partes aéreas de plantas. É translocado via apoplasto quando absorvido pelas raízes e pouco translocado quando absorvido pelas folhas. Os sintomas que surgem primeiro e de forma mais evidente, nos tecidos mais velhos, são uma clorose internerval seguida de amarelecimento das bordas de folhas progridindo para necrose generalizada. Não são observados sintomas em raízes.

Vargas, L., Peixoto, C. M., & Roman, E. S. (2006). Manejo de plantas daninhas na cultura do milho. Embrapa Trigo-Documentos (INFOTECA-E)

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