A Educação Ambiental no Nível Superior
Por: David Britto • 22/9/2019 • Artigo • 3.870 Palavras (16 Páginas) • 411 Visualizações
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As análises e discussão foram realizadas a partir dos questionários realizadas com os discentes de alguns dos cursos da Universidade do Estado da Bahia – UNEB II, onde esses questionários foram com enfoque nos cursos de Letras (Português, inglês e francês), Sistema de Informações, Matemática, Educação física, História e Pedagogia pelos mesmos não serem vistos como cursos que formam profissionais para o enfoque dos problemas ambientais, gerando talvez, uma não importância nessa conscientização e mudanças na concepção ao que tange a tratar a Educação ambiental como disciplina obrigatória no curso, visando à formação de um cidadão mais consciente e engajado nas problemáticas ambientais.
Foi aplicado esse questionário compostos de cinco perguntas fechadas (múltipla escolha), abrangendo desde o curso o qual o estudante cursava, passando por ter inclusa a Educação ambiental na sua grade curricular; se o mesmo acha importante aprender sobre a Educação ambienta no seu curso; e se é de caráter exclusivo, na visão desse discente, apenas profissionais da área ambiental tratar a temática da Educação ambienta; e ao se trabalhar com a Educação ambiental na educação básica, e/ou superior à mesma deve ser abordada de forma especifica ou na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade. Buscando com essa pesquisa entender se na visão desses discentes dos cursos superiores, que não se enquadrem na área ambiental se à importância em se trabalhar conceitos da Educação ambiental, onde a mesma iria possibilitar a mudança de percepções influenciando na sua formação.
5.1. Educação Ambiental e a inserção em diversas áreas da formação do conhecimento
No questionário, a primeira pergunta buscou responder se os estudantes possuíam essa noção se tinha como componente curricular a Educação ambiental em sua grande curricular, no que concerne a questão “A Educação ambiental está inclusa na sua grade curricular do seu curso?”, onde foram oferecidas as seguintes opções:
(A) Sim
(B) Não
(C) Não sei
Dos 52 entrevistados, as respostas obtidas à essa temática foram bem diversificadas. Partindo de um porcentual bem pequeno, em torno de 5,8%, que sabiam da existência da Educação Ambiental como componente curricular na sua grade curricular, isso demostra que essa parcela sabia da existência da mesma e já a reconheciam como um ponto de diferencial. No entanto, a grande maioria dos analisados reconheceram que não possuíam a Educação Ambiental presente em sua grade curricular, somando um total de 78,8% dos entrevistados. Isso demonstra que a maioria dos cursos superiores da Universidade do Estado da Bahia – campus II não está considerando alguns aspectos destacados na Política Nacional de Educação Ambiental, instituída pela Lei nª 9.795/99, que mesmo não sendo de ordem obrigatória a Educação Ambiental como componente curricular em cursos superiores em todos os cursos de graduação, destaca se em seu art. 2º, onde afirma que a EA deve ser tratada como um componente curricular de importância, devendo estar presente de forma permanente e articulada em todas as modalidades de ensino, sejam eles formais e não-formais. (BRASIL, 1999)
A lei supracitada ainda destaca em seu art. 9º, inciso II, a necessidade de incluir a Educação Ambiental também no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas de nível superior. Essa presença de forma permanente e articulada nada mais é, que o desenvolver trabalhos interdisciplinar visando aspectos da Educação ambiental em contraste aos atuais problemas sociais e ambientais.
Dentro dessa realidade, o ensino superior apresenta se como uma modalidade de ensino que tem como desígnios preparar os indivíduos para o exercício de uma profissão, impulsionar o exercício científico e, não menos importante, civilizar e preparar os indivíduos para a vida, desenvolvendo sua consciência político-social, para que exerçam a cidadania. Possibilitando a formação de cidadãos mais atuantes e menos complacentes e inertes. Onde a universidade deve contribuir para uma visão articulada e integrada, ou seja, a teoria educativa deve superar as práticas fragmentadas
Nessa perspectiva, Alencar et al., (2018) destaca que as universidades, como instituições que criam, apresentam e divulgam o conhecimento tem função essencial na reconstrução dos níveis dos saberes e, devendo ser trabalhadas não somente em ambiente forma, mas bem como no informal, possibilitando, portanto, uma maior integração nos processos de produção e incorporação da dimensão ambiental e da sua atual situação nos sistemas de educação, e culminando na visão ampliada na sua formação profissional.
Entretanto, se destaca o inverso dessa incorporação da dimensão ambiental. Onde se fundamenta um ambiente com uma explicita deficiências ao que se refere aos cursos de fora dessa temática. Essa deficiência apresentada pelo ensino superior em trabalhar a Educação Ambiental como componente já foi citada em estudos realizados por Dornfeld et al., (2012) onde o mesma cita que ao se trabalhar a EA nas Instituições, pode ser ter iniciativas valorosas de forma isolada, mas, como relances, acendem e apagam e têm vida curta ou, quando mais extensivas, não duram o suficiente para gerar resultados significantes, não propiciando a ampliação necessária da visão, que deveria ser fornecida e estar passando sempre por manutenções, buscando ampliar essa mentalidade antropocêntrica, outrora desenvolvida. Em afirmação a isso, uma parcela desconhecem se a mesma está ou não presente em sua grade curricular, cerca de 15,4%, a essa porcentagem desinformada responderam não saber a existência ou não da Educação ambiental como componente curricular em sua grade acadêmica.
A essa falta de consciência por parte dos entrevistados a presença ou não desse componente, pode ser explicado pela inexistência dessa componente em níveis mais básicos da modalidade de ensino atual. A essa inexistência gera uma população que não percebe o grau de importância da Educação ambiental para a conscientização e elevação do entrelaçamento dos meios físicos, bióticos e sociais.
5.2. Perceber a importância da Educação ambiental na percepção desses estudantes
Nessa etapa do questionário buscou se entender a percepção dos estudantes dos demais cursos analisados, se os mesmos achavam importante estudar a Educação ambiental na perspectiva do seu curso, considerando-o, um curso tão fora da área ambiental, onde concerne a questão “Você considera importante aprender sobre a Educação Ambiental no seu curso?”, onde foram oferecidas as seguintes opções como resposta:
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