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A Influencia da temperatura no substrato

Por:   •  14/12/2017  •  Monografia  •  4.083 Palavras (17 Páginas)  •  387 Visualizações

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LANA CRISTINA DOS SANTOS

A INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DO SUBSTRATO NA ADERÊNCIA DA ARGAMASSA

SÃO PAULO

2017

  1. RESUMO

Ao longo dessas décadas um número significativo de pesquisas surgiu expandindo ainda mais o escopo do conhecimento científico sobre o assunto aliada a necessidade de melhoria da tecnologia de argamassas com o objetivo de racionalização de recursos e redução de custos. Embora o conhecimento científico do assunto tenha se desenvolvido exponencialmente nas últimas décadas muitas dúvidas ainda pairam sobre o assunto de aderência especialmente sobre o comportamento físico, mecânico e químico desta em face aos fenômenos de origem térmica. Esse trabalho surge com o intuito de contribuir para o preenchimento de parte dessa lacuna do conhecimento cientifico e efetuar o estudo científico do efeito da temperatura do substrato na aderência. O estudo verificou o efeito da variação térmica do substrato em parâmetros determinantes para o desenvolvimento das características de interface que influenciam na aderência: ângulo de contato, fluxo capilar, adesão inicial e reologia. Os resultados indicam que as variações térmicas do substrato influenciaram em todos os parâmetros. Embora inicialmente proporcionando aumento de adesão inicial, foi observada redução da resistência de aderência e prejuízo reológico ao longo do tempo, indicações essas que direcionam ao cuidado e a devida observação de sua ocorrência na construção civil.

Palavras-Chaves: argamassa, ângulo de contato, adesão, reologia, aderência.

  1.   INTRODUÇÃO

Na indústria de construção civil as argamassas são utilizadas com diversas finalidades. Durante a execução da edificação estas são utilizadas desde a implantação do canteiro até a fase final de acabamento e conclusão da obra. Diversos conceitos e parâmetros podem ser atribuídos a esse elemento de interface a depender da finalidade de utilização. Segundo Oliveira (1959), a argamassa é definida como sendo “uma massa plástica, capaz de endurecimento posterior resultante de uma mistura de ligante, areia e água”. A norma NBR 13529/1995 define a argamassa para revestimento como “uma mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não adições, com propriedade de aderência e endurecimento”.

Alinhado com a definição supracitada, muitas pesquisas surgiram desde então ocasionando substancial aumento do conhecimento técnico na utilização de argamassas. Atualmente, muitos conceitos foram ampliados e particularizados proporcionando melhor compreensão dos fenômenos físico-químicos atuantes no processo.

Dentre os fatores que afetam o desempenho das argamassas, pode-se destacar a proporção dos materiais constituintes, suas características de origem mineralógica e os cuidados de armazenamento e utilização, o teor de materiais finos presentes na mistura e as características reológicas da pasta no estado fresco. Todos esses fatores são determinantes para o desempenho mecânico de aderência nas argamassas.

Uma das razões para que esse parâmetro seja tão avaliado é que a resistência de aderência traduz de maneira bastante objetiva a capacidade de a argamassa manter o desempenho requerido de projeto durante sua vida útil sem perder as características iniciais. O desempenho satisfatório na resistência de aderência significa uma argamassa durável, resistente, e com boa capacidade de resistir às solicitações estruturais de origem normal, tangencial e cisalhante a que os revestimentos estão sujeitos.

Podemos somar a isso o substancial número de desplacamentos, quedas de revestimentos e perda de qualidade estética que estimularam os investimentos em pesquisa tanto por parte do setor acadêmico como pela indústria de construção civil.

Para a melhor utilização das argamassas é necessária uma melhor compreensão dos fenômenos que governam a aderência.

  1. OBJETIVO

Estudar a influência da temperatura do substrato, no instante da aplicação da argamassa, na aderência desta após o endurecimento, contribuindo para o entendimento dos fenômenos envolvidos.

  1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  1.  Avaliar, conforme citado por Costa (2014), e verificar se há ocorrência do efeito de Leidenfrost nos níveis de temperatura estudados;
  2.  Analisar as alterações reológicas e a resistência de aderência da argamassa aplicada em substrato cimentício variando sua temperatura.

  1.   JUSTIFICATIVA

Os estudos que avaliam os efeitos da aderência em argamassas remetem à década de 1930, coincidindo com a discussão acadêmica que havia no meio cientifico daquela época (COSTA, 2014). Ao longo das últimas décadas, pesquisas acadêmicas surgiram com o objetivo de explanar com diversas abordagens os fenômenos atuantes nos mecanismos de aderência.

As variações térmicas acontecem com frequência no nosso meio ambiente e contribuem para um número substancial de manifestações patológicas que ocorrem na construção civil, principalmente àquelas oriundas das tensões internas ocasionadas pelos gradientes térmicos, que podem gerar fissuras e ocasionar quedas e desplacamentos nos revestimentos.

Da prática de engenharia, é bem sabido que as variações térmicas nos substratos ocorrem o tempo todo e não há nenhum tipo de controle atual em relação a isso. A aplicação de argamassa em obra ainda é caracterizada pelo alto empirismo e baixa qualidade tecnológica, sem nenhum tipo de avaliação técnica preliminar nos fatores térmicos atuantes no momento da aplicação.

Por se tratar de um tema pouco explorado pelo meio acadêmico, apesar das necessidades de controle técnico das variáveis térmicas apontadas, este visa contribuir com o preenchimento de uma importante lacuna do conhecimento científico atual e avaliar de maneira experimental o comportamento da aderência em bases porosas submetidas a variações térmicas.

Com a obtenção de mais resultados experimentais, espera-se contribuir para a melhora do controle tecnológico das obras de engenharia, principalmente aqueles relacionados às variações térmicas, com o intuito de utilização racionalizada dos materiais, aumento do desempenho mecânico e redução nos custos com manutenção devido a quedas, desplacamentos e perda de qualidade estética dos revestimentos.

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