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A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS AO MEIO AMBIENTE

Por:   •  2/12/2016  •  Artigo  •  1.696 Palavras (7 Páginas)  •  730 Visualizações

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A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS AO MEIO AMBIENTE

Mattheus de Almeida Belan

Eloá Gonçalves

Resumo

Este artigo pretende demonstrar, através de uma pesquisa bibliográfica e pela compreensão das bases teóricas que a obsolescência programada é uma estratégia empresarial a estimular o consumismo desenfreado. Visando o estabelecimento de uma análise a respeito dessa estratégia, a análise comtempla assuntos como logística reversa, obsolescência programada na atualidade, produtividade e competividade, e seus impactos ambientais. As discussões finais alcançadas pelo estudo giram em torno de como a logística reversa pode minimizar os impactos ambientais consequentes à obsolescência programada, através do recolhimento do lixo eletrônico para ser incorporado novamente ao processo produtivo ou para seu descarte consciente.

Palavras-Chave: Obsolescência programada. Estratégia empresarial. Logística reversa. Impacto ambiental.

  1. Introdução

Conforme Foucher et al. (1998)  a indústria eletrônica é uma das mais dinâmicas dos setores da economia mundial. Nos Estados Unidos, esta indústria cresceu a uma taxa três vezes superior a economia global nos últimos dez anos. A Indústria de semicondutores é hoje a primeira para a economia dos Estados Unidos, ela esta associada diretamente a indústria de computadores e eletrônicos do mercado. Citando um exemplo, a capitalização de mercado da Intel é maior que as três montadoras norte-americanas somadas.

O rápido crescimento da indústria eletrônica provocou mudanças dramáticas nas peças eletrônicas que compõem os produtos e sistemas. Aumento da velocidade, redução do tamanho e de suas características, mudança na tensão de alimentação, alterações nas tecnologias de embalagem estão se tornando eventos que ocorrem quase mensalmente. Assim, muitos dos componentes eletrônicos que compõem um produto têm Ciclo de vida significativamente mais curto do que o ciclo do produto em que estão inseridos. Dessa maneira, uma parte torna-se obsoleto quando não é mais fabricado, ou porque a demanda caiu bruscamente e não é lucrativo para os fabricantes continuarem a produção. (Bumbalough, 1999)

Atualmente a tecnologia avança de uma maneira totalmente acelerada, desta forma muitos produtos deixam de ser utilizados, pois são substituídos, causando o aumento de lixo eletrônico no mundo. A grande questão levantada é: “É possível reduzir o impacto ambiental causado pelo grande volume de produtos eletrônicos ultrapassados que são gerados periodicamente?”.

O presente estudo visa identificar quais os principais problemas ambientais gerados através do comportamento das indústrias eletrônicas na adoção da obsolescência programada, além de propor uma solução para amenizar este fato.

  1. Logística reversa

Com advento de estudos ambientais mais aprofundados, de ciclo de vida de produtos, de todas as questões relacionadas à sustentabilidade na cadeia produtiva e dos potenciais competitivos que uma empresa que adota processos reversos sustentáveis possuem,  o estudo da logística hoje não aborda somente os mecanismos tradicionais diretos de produção (transporte, armazenagem, informação), mas sim algo mais abrangente dos fluxos produtivos, tanto físicos como de gestão, em ambos os sentidos da cadeia, direto e inverso (Chaves e Batalha, 2006).

Existem várias definições e citações sobre logística reversa, para Valle e Souza (2014), é um processo de planejamento, implantação e controle de fluxo de matérias, dos produtos em processo, de produtos acabados e das informações inerentes envolvidas, do consumidor até o ponto de origem da produção, por mecanismos de canais reversos. Tem como objetivo principal a garantia do descarte adequado dos resíduos, recuperando valor a cadeia produtiva, sendo esses produtos descartados no pós-venda ou para o pós-consumo.

Já para Donato (2008) é uma área dentro da logística que trata do retorno de produtos, embalagens ou materiais aos centros produtivos de forma sustentável, fazendo com que as empresas tenham uma série de atividades para atende-las, tais como: coletas, embalagens, reprocessamento, entre outros, de modo a agregar valor tanto para o ambiente como para a sociedade.

No esquema abaixo, podemos observar uma ilustração sobre o sistema reverso, onde o processo da logística reversa é similar ao da logística direta, mas de modo inverso.

[pic 1]

Figura 2: Logística reversa: Responsabilidade compartilhada

Fonte: Conselho em Revista (2011)

Podemos dizer assim que a logística reversa veio contribuir com a redução dos impactos ambientais causados pelo acumulo de resíduos e a utilização desregulada de recursos naturais onde a responsabilidade passou a não ser somente da esfera governamental, mas sim de uma participação compartilhada entre sociedade e empresas geradoras dos resíduos (LEITE, 2009).

  1. Obsolescência dos produtos frente ao mundo atual

Um fator importante para o entendimento da dinâmica entre produção e consumo é a forma como a inovação contínua é imposta estrategicamente de modo competitivo nas organizações.

Kotler (2003) expõe que nas atuais circunstâncias de concorrência, a inovação constante configura ser o caminho com maior potencial de evitar a obsolescência comercial de uma lista de produtos.

Em equivalência com Fernandes (2001), a definição de obsolescência vem para fundamentar a imposição de um produto novo e confrontar o mundo antigo e atrasado ao mundo recente, declarando que a obsolescência é uma condição natural do mundo atual que se desenvolve progressivamente.

O problema dos Resíduos de produtos eletrônicos é um assunto em desenvolvimento e tem aguçado a atenção das nações desenvolvidas pelos impactos ambientais ligados a seu descarte. Esses pontos de atenção devem-se, também, ao aumento e diversificação dos produtos disponíveis no mercado, originando um espalhado e ininterrupto crescimento do volume de lixo eletrônico e ampla utilização de materiais tóxicos que oferecem risco à saúde humana e ambiental. (WIDMER et al, 2005; HILTY, 2005).

  1. Impactos Ambientais

A não incorporação dos custos de gestão de seus resíduos ao preço final dos produtos, implica em que os mesmos se tornem cada vez mais acessíveis e descartáveis, em função de modismos ou de sua fragilidade material e da obsolescência planejada (LINDHQVIST, 2000 e COPPER, 2004 e 2005).

Com o aumento da produtividade e da lucratividade das empresas, devido ao crescente consumo de forma desenfreada, há também o aumento na produção de lixo gradativamente. O lixo eletrônico possui metais poluentes e se não descartados corretamente causam grande impacto ambiental.

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