A ORIGEM DAS FÁBRICAS/MANUFATURA
Por: Igor Chieregato • 16/8/2018 • Relatório de pesquisa • 4.187 Palavras (17 Páginas) • 222 Visualizações
A ORIGEM DAS FÁBRICAS/MANUFATURA
INTRODUÇÃO Em meados do século XVIII, teve início na Inglaterra o que hoje denominamos Revolução Industrial. À época, foi um processo que substituiu, ainda que não completamente, o artesanato, dando lugar às primeiras fábricas. Tal processo reuniu em si transformações técnicas, econômicas e sociais que surtiram um impacto vigoroso no modo de vida da Europa e, posteriormente, de todo o mundo. Anterior à Revolução Industrial, ainda no século XV, houve a passagem do artesanato para a manufatura, ocorrência imprescindível para a futura mecanização e origem das primeiras fábricas. No cenário inglês, foi a produção dos tecidos de algodão e da indústria do ferro que iniciou o processo de mecanização, fomentado por um conjunto de fatores que favoreceram tanto o pioneirismo da Inglaterra a se tornar industrializada quanto o próprio processo em outros países, como França e Bélgica.
MANUFATURA O modo de produção conhecido como manufatura se diferencia do artesanato pois o primeiro conta com uma maior complexidade. Apesar da técnica ainda ser basicamente artesanal, o modo de organização mudou: a produção apresenta agora uma divisão do trabalho. Era o início do que hoje conhecemos como produção em série, em que o trabalho era realizado por etapas, e o trabalhador era especializado em uma delas - claro que em níveis diferentes do que conhecemos hoje. O objetivo inicial dos produtores nessa época era produzir mais e em menos tempo. É necessário analisar o sistema de produção manufatureiro sob dois aspectos: por um lado, introduz e intensifica a divisão do trabalho; por outro, necessita da cooperação de vários operários ou artesãos de mesma categoria.
FATORES O movimento iluminista foi um dos grandes aspectos que corroboraram para a origem do sistema fabril, uma vez que o Iluminismo pregava maior liberdade econômica e política, apoiada pela classe burguesa que se fortalecia e demandava um comércio mais dinâmico, que necessitava de uma produção em maior escala e de meios mais rápidos e práticos do que o artesanato. Para financiar essa mecanização, os países europeus contaram principalmente com o acúmulo primitivo de capital advindo da exploração das riquezas de suas colônias. A disponibilidade de matéria-prima e de mão de obra foram condições decisivas para o pioneirismo da Inglaterra, que se dispunha de reservas de ferro e carvão e contava com a recente apropriação dos “enclosures” (cercamentos) pelos grandes proprietários ingleses, acontecimento que expulsou os então camponeses para a cidade, criando, assim, uma classe operária assalariada na Grã-Bretanha. Além disso, os cercamentos geraram outras consequências importantes tais como a monetização da terra, que passava a ser uma mercadoria, passível de ser comercializada, e o uso desta para a produção de lã e outros produtos agrícolas.
Alguns fatores específicos também foram de suma importância para a implantação das máquinas no modo de produção, tais como o avanço da tecnologia de fios e das máquinas de tear; o fato de que os próprios operários, em contato com as máquinas à vapor e com os instrumentos de ferro e se aproveitando do carvão, também acabavam por aperfeiçoar as ferramentas, tornando a tecnologia acessível; e o uso já corrente de máquinas na mineração, para movimentar carrinhos de minérios. Além disso, o sistema doméstico de produção visava quase que completamente o mercado local, já a produção em máquinas visava o mercado externo, aspecto de interesse da classe comerciante burguesa que fazia uso e criava demanda de produtos, controlava o parlamento e se apoiava na poderosa Marinha mercante inglesa. Dessa forma, a passagem do artesanato à maquinofatura foi menos uma evolução direta e mais uma quebra, em um momento em que coexistiam ambos os modelos – manual e mecanizado - e, em razão da demanda comercial cada vez maior, as máquinas foram sendo adotadas na indústria têxtil e do ferro. Percebe-se, assim, que a concorrência entre a manufatura e a maquinofatura foi essencial para a adoção deste último meio, levando em conta seu custo-benefício, ou seja, a produção de quantidades maiores em menos tempo.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial significou um grande avanço no processo de produção de bens. Além das máquinas, a manufatura passou a caracterizar-se pela utilização do trabalho em série e especializado. Por conta desse progresso, as fábricas começaram a se espalhar pela Inglaterra, trazendo várias mudanças. Mas o início da Revolução contou também com o alto avanço tecnológico, que possibilitou a troca das ferramentas e da energia humana, pelas máquinas. Foi uma fase de encerramento da transição entre o feudalismo e o capitalismo, onde o capitalismo se tornou o sistema financeiro e econômico vigente, e novas relações entre capital e trabalho foram impostas. Os ingleses davam muita importância ao comércio, seguindo a linha lógica de que quando se existe comércio, existe concorrência e para acabar com ela, era preciso baixar os preços. Logo, a burguesia inglesa começou a aperfeiçoar suas máquinas e a investir nas indústrias. E em busca de emprego e melhores condições de vida, vários camponeses foram trabalhar nas fábricas e formaram uma nova classe social: o proletariado. O desenvolvimento industrial arruinou os artesãos, pois os produtos eram confeccionados com mais rapidez nas fábricas. A valorização da ciência, a liberdade individual e a crença no progresso incentivaram o homem a inventar máquinas. Essa revolução ficou caracterizada por duas importantes invenções que propunham uma reviravolta no setor produtivo e de transportes: a ciência descobriu a utilidade do carvão como meio de fonte de energia e a partir daí desenvolveram simultaneamente a máquina a vapor e a locomotiva. Ambos foram determinantes para dinamizar
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