A Resenha Critica Rubem Alves

CHALMERS, A.F. “Indutivismo: ciência como conhecimento derivado dos dados da experiência”. In ____. (org.). O que é ciência, afinal? São Paulo, Brasiliense, 1993. (p.23-34).

Resumo: Ressalta o questionamento sobre o indutivismo ser uma ciência incompleta derivada da experiência e observação. Tendo em vista que os métodos utilizados para a comprovação cientifica reforçam ideias da ciência vista popular como algo objetivo, altamente confiável e sem espaço para pensamentos externos sobre tal assunto.

Citações: “O conhecimento científico é conhecimento confiável porque é conhecimento provado objetivamente”. (pág 23)

“A explicação indutivista ingênua da ciência, que delinearei nas seções seguintes, pode ser vista como uma tentativa de formalizar essa imagem popular da ciência. Chamei-a de indutivista porque ela é baseada no raciocínio indutivo”. (pág 24)

“Se a ciência é baseada na experiência, então por que meios é possível extrair das afirmações singulares, que resultam da observação, as afirmações universais, que constituem o conhecimento científico? Como podem as próprias afirmações gerais, irrestritas, que constituem nossas teorias, serem justificadas na base de evidência limitada, contendo um número limitado de proposições de observação?” (pág 26)

“A análise até aqui constitui apenas uma explicação parcial da ciência. Pois certamente uma característica importante da ciência é sua capacidade de explicar e prever”. (pág 28)

“A objetividade da ciência indutivista deriva do fato de que tanto a observação como o raciocínio indutivo são eles mesmos objetivos. Proposições de observação podem ser averiguadas por qualquer observador pelo uso normal dos sentidos. Não é permitida a intrusão de nenhum elemento pessoal, subjetivo.” (pág 34)

Comentários: O autor inicia o texto explicando as visões da ciência como ela é colocada na modernidade, fazendo crítica a tais pensamentos, abrindo espaço para desmistificar essas ideias sobre a ciência ser objetiva direta e sem opiniões pessoais.

Ao decorrer do texto a visão cientifica é retratada de duas maneiras: a indutivista, que é a maneira criticada pelo autor ao longo da escrita. E a “dedutivista”, ocasionada a partir do raciocínio lógico, uma forma de complemento e uso da ciência em seu potencial.

A visão indutivista é aquela vinda da indução, ou seja, observar algo de várias maneiras criando uma lista finita de proposições, coletar os dados e assim propor algo por meio dessa análise.

A maneira que o autor põe a forma indutivista estar incorreta e incompleta ela mostra exemplos claros de que observar algo de maneira limitada pode ocasionar em uma ciência fragilizada e com espaços abertos ao erro.

Diante disso há a exposição das técnicas utilizadas para que a visão indutivista permaneça mais concretizada, sendo assim necessário seguir 3 passos durante a coleta de dados, são eles: 1) ter um alto número de proposições levantados; 2) As proposições devem ser repetidas em diversos casos diferentes; 3) As proposições devem ter sentido com a lei universal imposta sobre tal assunto.

Além de tratar o indutivismo, o autor também propõe a ideia de indutivismo ingênuo, visto que para ele a ciência baseada nesse princípio de indução torna-se ingênua.