A indústria insalubre do amianto no Brasil

O amianto

Atualmente, 69 países já baniram definitivamente o uso do amiant. No Brasil, por meio da lei 9.055 de 1 de junho de 1995, a extração, industrialização, utilização, comercialização e transporte do asbesto/amianto e suas formas foram vetados. Porém, segundo o artigo 2º dessa mesma lei, regulamenta a extração, industrialização e utilização do asbesto/amianto da variedade crisotila (asbesto branco). Hoje, em nosso país, sete estados e em dezenas de municípios brasileiros proibiram a crisotila por meio de leis estaduais, seguindo a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da IARC (International Agency for Research on Cancer).

A IARC, diz ter evidências suficientes da carcinogeidade em humanos de todas as formas de amianto, causando mesotelioma e câncer de pulmão, laringe e ovário em seres humanos. Os efeitos maléficos do amianto são conhecidos desde 1898 quando um inspetor de fábrica na Inglaterra alertou a todos sobre o “pó maligno”. O mesotelioma pode ser causado somente através do amianto, e pode ser originado pelo amianto ambiental (causalidade direta) ou do meio ambiente do trabalho (causalidade difusa).

        No ponto de vista do trabalho e previdenciário, embora as empresas afirmem ter de 15 a 20 mil pessoas expostas anualmente ao amianto, a rotatividade é muito grande, em geral 3 anos. Muitos desses trabalhadores se aposentam precocemente por tempo de serviço. Em geral, o trabalhador exposto ao amianto apresenta período de latência de 30 anos até a manifestação de doenças. Dessa forma, todos nós estamos colaborando para que mais pessoas se tornem incapacitadas, adoeçam mais, se aposentem de forma precoce. Muitos inclusive virão a falecer antes de se aposentarem. Precisamos banir também o uso da crisotila em nosso país.

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