AS CONTRIBUIÇÕES DE FERRAMENTAS DA GESTÃO DA QUALIDADE EM HOSPITAIS
Por: Flávia Guilherme • 6/9/2021 • Artigo • 2.855 Palavras (12 Páginas) • 114 Visualizações
CENTRO PAULA SOUZA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE FRANCA
“Dr. THOMAZ NOVELINO”
TECNOLOGIA EM GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
CONTRIBUIÇÕES DE FERRAMENTAS DA GESTÃO DA QUALIDADE EM HOSPITAIS
FRANCA/SP
2019
CONTRIBUIÇÕES DE FERRAMENTAS DA GESTÃO DA QUALIDADE EM HOSPITAIS
Projeto de pesquisa em iniciação científica apresentado à Faculdade de Tecnologia de Franca - “Dr. Thomaz Novelino”.
Orientador: Prof. Dra. Érica Aparecida Araújo
FRANCA/SP
2019
1 INTRODUÇÃO
O setor de saúde tem sua eficiência muito questionada nos dias de hoje, pode ser colocar em boa parte o ônus disso a escasses de recursos destinados a este serviço, associada as despesas crescentes, à grande desigualdade de distribuição de assistencia médica e ainda desperdícios.
Os hospitais são priordiais para a sociedade, não por acaso está assegurado em nossa constituição federal, em seu título II, os Direitos e Garantais Fundamentais, o direito a saúde a todo cidadão, por conseguinte, os hospitais estão presentes em nossa vida desde o nascimento, até o óbito.
Esse tipo de organização envolve uma grande complexidade, abrangendo fluxos de materiais, medicamentos, pacientes, familiares, funcionários.
Apesar da relevância que tem para sociedade e para vida das pessoas, os hospitais são carentes de estudos que visem a minimizar e eliminar desperdícios, agregar valor ao serviço prestado.
Barbieri e Machline (2009), Barbuscia, (2009), afirmam que as carências mais preocupantes são as que ocorrem no fluxo de materiais médicos e medicamentos, por terem faltas recorrentes, altos custos logísticos e riscos de perdas, caso não sejam armazenados e manuseados adequadamente, o que pode desencadear danos irreparáveis a saúde e bem-estar do paciente, e até levar a óbito. Dentre as despesas hospitalares, Pontes (2008) assevera que, entre 30% a 46% são investidas em diversas atividades logísticas e na gestão de materiais e medicamentos, sendo que quase a metade pode ser eliminada por meio do uso de melhores práticas de gestão da logística.
A gestão de qualidade assumiu um papel decisivo em face do processo de globalização, abertura dos mercados e da consequente competição entre organizações, na busca de competitividade.
Segundo Marshall, Cierco, Rocha, Mota e Leusin (2003), os processos e modelos que fazem parte do universo da gestão da qualidade possibilitam o incessante aprimoramento das empresas, que a todo instante são impelidas a alterar suas sistemáticas e procedimentos na tentativa de obter maiores níveis de competitividade.
Atualmente, a gestão da qualidade abrange uma visão macro da existência humana, influenciando modos de pensar e de agir. Qualidade não significa apenas o controle da produção, a qualidade intrínseca de bens e serviços, o uso de ferramentas e métodos de gestão, ou a assistência técnica adequada. Num sentido mais amplo, o conceito de qualidade total ou de gestão da qualidade passou a significar modelo de gerenciamento que busca a eficiência organizacional.
Ao falar em implementação de uma gestão da qualidade na área hospital gera-se alguns questionamentos, sendo o primeiro deles:
Como padronizar uma área em que cada paciente é único e na qual cada quadro clínico é absolutamente peculiar?
Já o segundo: Se essa padronização não representaria uma forma massificante de nivelar as pessoas, engessá-las e tolhê-las na forma de trabalhar?
Em reposta a esses posicionamentos, explica-se que na realidade o que se padroniza são os processos que serão utilizados ou não, em função da peculiaridade de cada paciente. A padronização, da forma como preconizada na gestão pela qualidade, estimula a criatividade e a participação de todos, trazendo no seu bojo o conceito de melhoria contínua: um bom padrão é aquele que sofre melhorias constantes, a partir da experiência daqueles que o utilizam (Nogueira, 2003).
Para Matos (2002) a disseminação da metodologia de gestão da qualidade em procedimentos hospitalares, têm levado ao interesse na construção de parâmetros ou modelos de gestão fundamentados na conduta médica adequada para o tratamento do paciente. Uma das formas atualmente discutidas pela comunidade médica e administrativa é a utilização de modelos de gestão por processos também conhecida por modelos de gestão por protocolos de atendimento médico.
O presente projeto tem por objetivo levantar as ferramentas utilizadas pelos hospitais de Franca na gestão de qualidade para auxiliar na gestão e eliminação de desperdícios.
A metodologia a ser utilizada no presente trabalho será de abordagem qualitativa de caráter exploratório, com estratégia de pesquisa baseada na revisão de literatura e estudo de múltiplos casos. As técnicas de pesquisas utilizadas serão entrevistas semiestruturadas e análise delas.
2 GESTÃO DA QUALIDADE
O conceito de qualidade é inato e intrínseco as situações de uso de algo tangível, de relacionamentos envolvidos na prestação de um serviço à percepções associadas a produtos de natureza intelectual, artística, emocional e vivencial.
Nos dias de hoje, para obter qualidade, não é suficiente exercer quaisquer atividades da melhor maneira possível. Com a globalização, cresceu a importância da produtividade. Logo, como resultado, exige-se muito mais das pessoas e das organizações, o que transformou a qualidade em matéria aplicada (Mello, 1998).
Segundo Mezomo (2001), embora não haja nenhum modelo que possa descrever o complexo conjunto de relações entre a administração da saúde e o vários outros componentes do que englobam cuidados médicos e de saúde, a administração, no sistema de prestação de serviços de saúde, pode ser vista como um processo que transforma um grupo de “insumos” (necessidades, demanda, recursos) num grupo de “produtos” ou “resultados” (serviços prestados aos clientes, panos para novos serviços e outros) com sucesso ou fracasso.
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