AS MEDIDAS MITIGADORAS DE PROTEÇÃO À FAUNA
Por: Camila Alves • 27/11/2019 • Trabalho acadêmico • 1.439 Palavras (6 Páginas) • 132 Visualizações
5 MEDIDAS MITIGADORAS DE PROTEÇÃO À FAUNA
O aumento da preocupação sobre os efeitos nocivos das estradas levou ao surgimento de uma nova disciplina chamada ecologia das estradas. O objetivo da ecologia das estradas é identificar e viabilizar os pareceres científicos sobre a forma de minimizar ou mitigar os impactos ambientais negativos de transporte (BALKENHOL & WAITS 2009).
As estradas nas áreas urbanas e rurais podem se tornar filtros ou barreiras nos movimentos da vida selvagem. Hoje em dia, os atropelamentos são considerados uma das maiores causas diretas de mortalidade dos animais em todo o mundo (FORMAN & ALEXANDER, 1998). Alternativas estão sendo desenvolvidas e aderidas para diminuição da mortalidade, como a construção de passagens para animais selvagens como corredores lineares (GOOSEM & LAURENCE, 2009).
De acordo com Collinson e Patterson (2013), as estratégias de mitigação podem ser divididas em dois grandes tipos:
- Fornecendo conectividade entre os habitats e populações, que são cortadas pelas estradas, dando passagem e oferecendo segurança aos animais para cruzar as estradas.
- Impedir os animais de cruzar as estradas através de cercas, esse método forma uma barreira e causa o isolamento das espécies.
As pontes feitas de corda são semelhantes a uma escada horizontal “navio” (Lokschin et al., 2007), e o seu comprimento varia de acordo com a largura da estrada. São instaladas em postes e árvores, facilitando o tráfego de mamíferos com habitats arbóreos, como os macacos e os gambás (TEIXEIRA et al., 2013).
Figura – Pontes de cordas no campus da Universidade Federal da Bahia, Ondina.
[pic 1]
Fonte: UFBA (2016).
Figura – Pontes de corda no Lami, Porto Alegre.
[pic 2]
Fonte: Gauchazh (2011).
As passagens de fauna são estruturas que permitem o tráfego de animais de um lado para o outro, sem passar pela faixa das estradas, diminuindo o número de atropelamentos. Porém, deve-se fazer uma análise do local e da área de entorno, junto com as espécies que vão utiliza-las, para não obter efeitos negativos. As espécies possuem comportamentos e hábitos distintos e que devem ser considerados no planejamento. Nenhuma passagem será adequada para todas as espécies. Portanto, é preciso avaliar quais espécies pretendem-se proteger, quais as mais ameaçadas ou com maior risco de extinção, além de estruturar as passagens de acordo com o diagnóstico da área (BAGER 2017). Podem ser classificadas em inferiores (túneis) e superiores (pontes e viadutos):
Figura – Passagem inferior na BR101/RS.
[pic 3]
Fonte: Conecte Bio (2012).
Figura – Túnel para pequenos mamíferos com cerca direcionadora
[pic 4]
Fonte: Clevenger & Huijser (2011).
Figura – Passagem natural superior em Singapura
[pic 5]
Fonte: Bored Panda (2017).
Diferente nas intervenções estruturais, o manejo (usuário/biológico), não altera padrões construtivos das rodovias, mas sim estratégias que tem como objetivo modificar o comportamento dos motoristas e da fauna, em relação com a via de tráfego (LAUXEN & KINDEL, 2012). Distribuição de panfletos na região do entorno da rodovia e blitz ecológicas pelo menos uma vez ao ano, fazem parte de campanhas educativas. Outras ações mitigadoras também são importantes, como: sinalização viária, limitação da velocidade, construção de cercas e barreiras e remoção de carcaças, que servem de atrativo para outras espécies carnívoras em busca de alimentos.
Figura – Sinalização viária BR116/RS
[pic 6]
Fonte: Conecte Bio (2012).
Figura – Cercas instaladas nos dois lados da pista BR101/RS
[pic 7]
Fonte: Conecte Bio (2012).
5.1 DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÃO
Com base na análise de trechos com prioridades para mitigação contra atropelamentos de fauna, é fundamental o controle da velocidade dos veículos entre os quilômetros mais afetados, além de soluções que facilitem a travessia dos animais. A seguir serão apresentadas essas medidas:
5.1.1 Pontos para instalação de placas e redutor eletrônico de velocidade
As figuras representam os modelos de placas de trânsito para serem instaladas nos trechos iniciais e finais da rodovia, nos dois sentidos, e no trecho com maior ocorrência de atropelamentos, junto de um redutor eletrônico de velocidade.
Trecho inicial e final, respectivamente no quilômetro 1 e quilômetro 43 :
Figura – Modelo de placa para os trechos iniciais e finais.
[pic 8]
Fonte: Autoria própria (2019).
Trecho com maior ocorrência entre os quilômetros 23 e 25:
Figura – Modelo de placa para o trecho com maior incidência.[pic 9]
Fonte: Autoria própria (2019).
O Redutor Eletrônico de Velocidade – REV, deverá ser instalado de acordo com a necessidade de maior atenção do trecho atingido, com uma velocidade máxima permitida de 40 km/h, sendo importante ressaltar sua instalação nos dois sentidos da rodovia (Guapimirim – Cachoeiras de Macacu, Cachoeiras de Macacu – Guapimirim), podendo haver uma alteração de 10 a 50 metros, caso não haja estrutura no local proposto.
5.1.2 Pontos para construção de lombadas
A construção de lombadas ao longo da rodovia nos trechos mais afetados garante um efeito considerável na redução de velocidade dos veículos, facilitando assim a travessia da fauna.
Propõem-se lombadas nos seguintes trechos: km 2, km 13, km 28 e km 33, sendo necessária a implantação nos dois sentidos da rodovia.
5.1.3 Pontos para construção de passagens de fauna
As passagens de fauna deverão ter as dimensões suficientes para a travessia de pequenos a grandes animais, como o gambá-de-orelha-preta e cachorro-do-mato, respectivamente. É imprescindível que junto com as passagens sejam construídas cercas ou barreiras direcionadoras, que levem os animais a passarem pelas passagens. Estas cercas deverão ter no mínimo 500 metros de extensão para os dois lados da passagem e deverão ter manutenção frequente. Armadilhas fotográficas deverão ser instaladas nas entradas das passagens, para obter seu monitoramento. Na tabela a seguir os tipos de passagens e os trechos propostos:
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