AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA APLICADA A MOBILIDADE URBANA: UM ESTUDO DE CASO EM DE PORTO ALEGRE

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA APLICADA A MOBILIDADE URBANA: UM ESTUDO DE CASO EM DE PORTO ALEGRE, BRASIL

Autora: Acad. Arq. Michelle Zanettini Leichter Orientadora: Profª. Ana Carolina Badalotti Passuello Instituição de origem: UFRGS

Os padrões atuais de mobilidade urbana evidenciam uma substancial motorização individual, responsável direta por elevados custos sociais, econômicos e ambientais. O Brasil, nesse contexto, entra em foco por ser um país com predominância no modal rodoviário, fator que agrava ainda mais essa relação. Apesar disso, ações que priorizam a sustentabilidade relacionada à mobilidade urbana pouco fazem parte de políticas efetivas, ficando restritas ao discurso. Nesse cenário, os tomadores de decisão devem ser apoiados com informações quantitativas confiáveis sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos, e as ferramentas do Pensamento do Ciclo de Vida podem fornecer resultados adequados e um esclarecimento possivelmente propulsor a elaboração de políticas publicadas visando o desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, o objetivo da presente pesquisa é desenvolver um estudo de caso, baseado na metodologia de ACV territorial, com o intuito de auxiliar a visualização dos impactos ambientais presentes no cenário atual de mobilidade urbana da cidade de Porto Alegre. Para tanto, é definido um estudo de caso que propõe avaliar os impactos de deslocamento entre o centro comercial e dois bairros residenciais periféricos. A partir dessa definição, são avaliados dois cenários tendo em vista o deslocamento destas áreas para o centro de Porto Alegre através de sua rota mais rápida em dois modos de locomoção: veículo privado (carro) e veículo coletivo (ônibus). Tal definição se deu em especial pela identificação de uma lacuna na revisão bibliográfica, sendo perceptível que a infraestrutura e o impacto do ciclo de vida dos veículos, bem como as distâncias entre áreas comerciais e residenciais e seus impactos são raramente analisados em conjunto. O escopo do estudo estrutura a ACV considerando a vida útil e os impactos do ciclo de vida de cada um dos componentes do sistema, produzindo, assim, uma compreensão mais rica de como decisões, que visam implementar mudanças na redução das emissões de GEE podem trazer benefícios. A ACV inclui, então, o ciclo de vida dos veículos (fabricação e manutenção), da infraestrutura (operação) e componentes de produção de energia (combustível), além de efeitos da propulsão dos veículos. Sendo assim, o sistema é modelado incluindo todas as fases relevantes à compreensão da mobilidade na cidade de Porto Alegre. Os dados de inventário utilizados são provenientes da base Ecoinvent v. 3.4, tendo os combustíveis sido adaptados ao contexto local, através de dados de literatura da CEPESP. Os resultados parciais demonstram que, conforme esperado, se as distâncias percorridas aumentam e o número de passageiros diminui, há um aumento dos impactos ambientais negativos derivados do transporte de passageiros. Observou-se, também, que a fase de uso se sobressai sobre as demais. O estudo também confirma uma correlação do aumento de impactos ambientais, quando os deslocamentos estão relacionados a zonas segregadas e periféricas de uma cidade. Isso ocorre já que zonas com tais características, muitas

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