CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DA APTIDÃO AGROCLIMÁTICA DA TECA NA REGIÃO DE ALTA FLORESTA-MT
Por: marciacontabeis • 7/6/2017 • Seminário • 2.207 Palavras (9 Páginas) • 361 Visualizações
CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DA APTIDÃO AGROCLIMÁTICA DA TECA NA REGIÃO DE ALTA FLORESTA-MT
ARAÚJO, Otacílio Santos de1; DOMINGUES, Thiago Rossi1; CABRAL, Fabiana Ferreira2; CARPEJANI, Adriano Aygnes3; DALLACORT, Rivanildo4; CARVALHO, Marco Antonio Camillo de5.
1Engenheiro Florestal, pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Alta Floresta – MT
2Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado de Mato Grosso
3Bacharelado em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado de Mato Grosso
4Doutor em Agronomia, Dept. Agronomia da Universidade do Estado de Mato Grosso
5Doutor em Ciências Agrárias – Ciência do Solo, Dept. Agronomia da Universidade do Estado de Mato Grosso
Resumo: A cultura da teca vem sendo fortemente implantada na região norte do estado de Mato Grosso, todavia poucos são os estudos voltados para a busca do conhecimento sobre o processo de implantação. As condições climáticas podem em algumas regiões restringir o plantio e a condução da cultura, em especial a temperatura e a pluviosidade. Nesse sentido o presente trabalho objetiva determinar a aptidão agroclimática para o cultivo da teca (Tectona grandis L.f.) na região de Alta Floresta - MT. Os elementos climáticos utilizados para determinar a aptidão foram: temperatura média anual e a deficiência hídrica anual para a capacidade de água disponível de 300 mm. O cultivo de teca na região de Alta Floresta-MT, apresenta ótimos índices pluviométricos e térmicos, porém, a deficiência hídrica média anual é caracterizado por 228,70 mm ultrapassando o limite exigido para a cultura (150 mm), deste modo, evidencia restrição hídrica acentuada no mês de junho a agosto, mas a espécie tem-se apresentado ótimas adaptação na região. Portanto, deve se averiguar as exigências de déficit hídrico para a teca.
Palavras-chave: Aptidão climática; balanço hídrico; temperatura; precipitação.
CHARACTERIZATION AND ANALYSIS OF FITNESS AGRO-CLIMATIC OF TEAK IN THE REGION OF ALTA FLORESTA-MT
Abstract: The culture of teak has been heavily deployed in the northern state of Mato Grosso, however there are few studies focused on the pursuit of knowledge about the process of deployment, management and utilization of natural resources in the cultures. The weather conditions can in some regions restrict driving of planting and culture, in particular temperature and rainfall. In this sense the present study aims to determine the agro-climatic suitability for cultivation of teak (Tectona grandis Lf) in the region of Alta Floresta - MT. Climatic factors used to determine the suitability were: mean annual temperature and the annual water deficit for the available water capacity of 300 mm. The cultivation of teak in the region of Alta Floresta, MT, has great thermal and rainfall indices, however, the annual average water deficiency and characterized by 228.70 mm beyond the limit required for culture (150 mm) thus shows restriction water marked in June and August, but the species has performed great adaptation in the region. So, should ascertain the requirements of water deficit for teak.
Keywords: Climatic aptitude, water balance, temperature, precipitation.
INTRODUÇÃO
A Tectona grandis L.f., conhecida popularmente como teca, é uma espécie arbórea que apresenta alto valor comercial. A importância e a valorização da teca se devem às propriedades físico-mecânicas desejáveis da madeira, como durabilidade, estabilidade dimensional, facilidade de pré-tratamento, resistência natural ao ataque de fungos, insetos, pragas e brocas. Além disso, o desenho e a cor também são aspectos qualitativos importantes que tornam a teça, a madeira de folhosa mais valorizada no mundo (VIEIRA et al., 2002). É uma espécie arbórea, cuja área de ocorrência natural situa-se entre as latitudes 10º e 25º N no subcontinente índico e no sudeste asiático, especialmente na Índia, Burma, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã e Java (LAMPRECHT, 1990).
No Brasil, os plantios de teca iniciaram-se no final da década de 60, implantados pela empresa Cáceres Florestal S.A., na região do município de Cáceres – Mato Grosso, onde as condições climáticas são semelhantes às dos países de origem da espécie. (TSUKAMOTO FILHO et al., 2003).
Foltran (2014) relata que para o Estado do Mato Grosso, estudos já realizados indicam que o crescimento da espécie nessa região é ligeiramente maior que na América Central, na Colômbia e na Venezuela, para um mesmo período de tempo.
O zoneamento climatológico é uma técnica para delimitação de regiões propícias ao desenvolvimento de culturas em condições de ambiente e economias favoráveis, de forma a potencializar seu desenvolvimento e produtividade, de acordo com o potencial genético (FERREIRA, 1997).
Segundo Keh (2000), ao escolher sítios florestais com melhores condições, os plantios de teca tornam-se investimentos altamente rentáveis, principalmente em decorrência da redução drástica da rotação silvicultural.
Porém, a espécie apesar de se estabelecer em diversas áreas de condições climáticas diversas, cresce melhor em condições tropicais moderadamente úmidas e quentes com precipitação entre 1.300 e 2.500 mm/ano, temperatura mínima de 13ºC e máxima de 43ºC, e uma estação biologicamente seca (disponibilidade hídrica menor que 50 mm/mês) de 3 meses (FIGUEIREDO et al., 2005).
Com essa problemática o zoneamento é importante no planejamento em regiões que apresentam períodos de deficiência hídrica como é o caso da região norte mato-grossense, a qual apresenta deficiência hídrica no solo entre os meses de maio a setembro (MIRANDA, 2007).
Assim, este trabalho objetiva determinar a aptidão climática da cultura da teca na região de Alta Floresta, norte do Estado de Mato Grosso, por meio de análise dos elementos temperatura do ar e precipitação.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado para o município de Alta Floresta, localizado no extremo norte do estado de Mato Grosso. A precipitação pluviométrica anual é elevada, variando de 2.000 a 2.300 mm e temperatura média anual entre 24,3 e 24,8 °C (MIRANDA, 2007).
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