COOPERATIVAS DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE ITAJAÍ-SC: COOPERFOZ E RECICLAVALE
Por: Orlando Neto • 22/8/2016 • Relatório de pesquisa • 2.233 Palavras (9 Páginas) • 718 Visualizações
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMAR
ENGENHARIA AMBIENTAL
CAMILA I. S. GOULART
ORLANDO ROSINA NETO
COOPERATIVAS DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE ITAJAÍ-SC:
COOPERFOZ E RECICLAVALE
ITAJAÍ
2016
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMAR
ENGENHARIA AMBIENTAL
CAMILA I. S. GOULART
ORLANDO ROSINA NETO
COOPERATIVAS DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE ITAJAÍ-SC:
COOPERFOZ E RECICLAVALE
[pic 1]
ITAJAÍ
2016
Introdução
A geração de resíduos sólidos nos dias atuais tem sido uma grande problemática e desafio que a sociedade e o meio ambiente enfrentam. Estes resíduos sólidos, resultantes das atividades das pessoas, comércios e industrias, vem piorando ao longo dos anos, em razão das práticas incorretas do alto consumo; da qualidade e durabilidade dos produtos; do excesso de embalagens e mais particularmente da disposição e destinação inadequada dos mesmos.
Os materiais caracterizados como ‘descartáveis’ necessitam de reposição em curto prazo, devido sua baixa durabilidade. Segundo a ABRELPE, em 2013 a geração per capita anual de resíduos sólidos urbanos no Brasil foi de 374,76 kg/hab/dia. Em comparação com o ano de 2008, 337 kg/hab/dia, se vê claramente o aumento da geração desses materiais, o qual pode ser justificado pelo maior poder de compra e preferência por alimentos industrializados, uma vez que proporcionam maior rapidez para a alimentação, entretanto o volume de resíduos é alto em função das diversas embalagens geradas. Entre os mais descartados estão: embalagens Tetra Pack, isopores, plásticos, garrafas PET, papelões, papéis e latas.
Em 2010 foi instituída Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), descrito pela Lei 12.305. Com ela, diversas providências devem ser tomadas, como a extinção de lixões e implantação de aterros sanitários, logística reversa, coleta seletiva, entre outros.
Segundo o artigo 6º, inciso VIII do Capítulo II da PNRS, deve haver o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania e no Artigo 8º, inciso IV do Capitulo III prevê o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
A reciclagem se tornou uma grande aliada, sendo um conjunto de ações que se inicia na residência dos consumidores através da separação do lixo gerado. O processo industrial converte o resíduo descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou em outro. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora.
As cooperativas de materiais recicláveis são formadas por grupos de pessoas com interesses comuns, que tratam dos materiais e vendem para empresas recicladoras. A eficácia do processo de reciclagem depende da coleta, da triagem, da prensagem e da venda. Os resíduos que para muitos são algo inútil, para outros são reconhecidos como matéria prima para produção, seja reutilização, transformação ou reciclagem, ou seja, uma fonte de renda.
Objetivos
O presente trabalho tem por objetivo principal discutir a situação atual das Cooperativas de Materiais Recicláveis da região de Itajaí, além de avaliar a importância exercida pela cooperativa de resíduos sólidos na preservação ambiental e na sua função social, como também identificar às possíveis melhorias.
Resultados
COOPERFOZ - Cooperativa de Coletores de Materiais Recicláveis da Foz do Rio Itajaí
A COOPERFOZ está localizada na Rua Arnoldo Lopes Gonzaga, nº 96, no Bairro Imaruí da cidade de Itajaí, SC (Figura 1). Foi fundada em 24 de maio de 2001 com Estatuto Social registrado e arquivado na M.M Junta Comercial do Estado de Santa Catarina sob a NIRE n° 42400017223.
Figura 1: Localização da COOPERFOZ no município de Itajaí, SC.
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Fonte: Google Earth (2016).
O material que chega diariamente na cooperativa, aproximadamente de quatro a seis caminhões, é oriundo da coleta seletiva do município, que é realizada através da concessionária Engepasa Ambiental Ltda, sendo que aproximadamente 15% são rejeito. Porém, segundo o presidente, em 2008 eram recebidos até 16 caminhões por dia, antes da cobrança da taxa de lixo.
Atualmente, trinta e seis famílias são beneficiárias da cooperativa, onde a maioria dos cooperados é do sexo feminino. Há prioridade de residirem próximo ao local de trabalho, com propósito de tirar os coletores de reciclados da rua, gerando emprego e renda, e contribuindo para o meio ambiente. (BEHRENS, 2008)
O processo produtivo consiste em recebimento de material, alimentação da esteira de triagem, separação de materiais, armazenamento em bags, prensagem, armazenamento e comercialização. O descarregamento de material reciclável é realizado pelo basculamento da caçamba do caminhão, se o caminhão não for basculante, o material é retirado pelos próprios trabalhadores. A alimentação da esteira é realizada manualmente pelos trabalhadores, que transferem o material depositado no chão para a esteira. Os trabalhadores se posicionam em pé ao longo da esteira separando o material por tipo, e o armazenando-os nos “bags”.
Os materiais triados são compactados por meio de prensa mecânica, uma vez compactado, o fardo é amarrado e retirado da prensa. Após compactado, se pode observar que o local possui uma empilhadeira, onde realizada o transporte destes fardos para o local a ser armazenado. Possuem uma meta a seguir, geralmente 90 á 100 fardos por semana.
Os resíduos são separados por grupos (plásticos, papeis, vidros, metais, etc.) e por tipos (PET, PEBD, PEAD, papel branco, papelão, alumínio, metal ferroso, etc.), ou seja, quanto melhor a separação dos resíduos, mais valorizados eles são para a venda no mercado. Os fardos são vendidos para um único comprador de Itajaí, que por sua vez, comercializa com empresas recicladoras de São Paulo.
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