Disjuntores e Interruptores Diferenciais Residuais
Por: Danielle Galvão • 19/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.254 Palavras (6 Páginas) • 660 Visualizações
Disjuntores e Interruptores Diferenciais Residuais (DR)
Os disjuntores exercem múltiplas funções, pois, além de realizarem proteção dos condutores contra sobrecorrentes, garantem a proteção das pessoas contra choques elétricos e a proteção dos lacais contra incêndio. São também ideias para controlar o isolamento da instalação, impedindo o desperdício de energia por fuga excessiva de corrente e assegurando a qualidade da instalação.
Em caso de defeito na isolação, as correntes de fuga passam à fonte de tensão (Figura 1). Os disjuntores ou interruptores diferenciais percebem ou captam a corrente de fuga e se desligam, quando ultrapassam a corrente de fuga. Porém, em caso de defeito nas isolações, não somente pode aparecer uma tensão de contato excessivamente elevada , como pode ser provocada por um incêndio através de um arco voltaico, originado pela corrente do circuito à terra.
[pic 1]
Figura 1 – Corrente de fuga.
Correntes de falta:
Se uma pessoa tocar as partes ativas de uma instalação, duas resistências são fundamentais para a determinação da corrente de falta à terra, a resistência interna das pessoas (RM) e a resistência da ligação à terra (Rst). A resistência do corpo humano depende à passagem da corrente elétrica depende do caminho percorrido pela corrente. Dois valores podem ser considerados: a resistência entre as mãos ou entre a mão e o pé. A figura 2 abaixo ilustra o sistema de proteção contra contato direto com partes ativas da instalação.
[pic 2]
Figura 2 - Sistema de proteção contra contato direto.
Reações fisiológicas
A figura 3 mostra as zonas tempo/corrente dos efeitos da corrente alternada, bem como as reações fisiológicas das pessoas. A curva de disparo dos dispositivos DR também pode ser vista na figura. Analisando cuidadosamente observa-se que o dispositivo DR dispara a um tempo muito menor do que o recomendado pela NBR 5410, desta forma, podemos concluir seguramente que os dispositivos DR asseguram a proteção das pessoas, mesmo quando a corrente flui pelo corpo humano.
[pic 3]
Figura 3 - zonas tempo/corrente dos efeitos da corrente alternada e as reações fisiológicas das pessoas.
Prescrições da NBR 5410:2004 sobre o uso de DR’s:
A NBR 5410:2004 estabelece prescrições mínimas quanto à aplicação dos dispositivos DR. A seguir são indicados os itens que contem as prescrições da norma:
- Recomenda-se o uso de dispositivos DR de alta sensibilidade (), como medida adicional na proteção contra contatos diretos;[pic 4]
- Uso de DR’s na proteção contra contato direto em instalações de esquema TN, quando não puder ser cumprida a condição de proteção;
- No esquema TN, podem ser usados os seguintes dispositivos na proteção contra contatos indiretos:
- Dispositivos de proteção a sobrecorrentes;
- Dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual (DR)
- Recomenda-se a utilização de dispositivo DR de alta sensibilidade na proteção de circuitos terminais que sirvam a:
- Tomadas de corrente em cozinhas, lavanderias, locais com pisos e/ou revestimentos não isolantes e áreas internas;
- Tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar equipamentos de uso em áreas externas;
- Aparelhos de iluminação instalados em áreas externas.
- O dispositivo DR de baixa sensibilidade é reconhecido como proteção adicional contra choques elétricos;
- O uso de dispositivos DR visa situações como as de falhas de outros meios de proteção e de descuido ou imprudência do usuário;
- O dispositivo DR não é reconhecido como uma medida de proteção completa. Não podem ser dispensadas medidas de proteção adicionais, tais como equipotencialização e seccionamento automático de alimentação e uso de extrabaixa tensão: SELV e PELV;
- Obrigatoriedade do uso do dispositivo DR de alta sensibilidade:
Além dos locais que contenham banheira ou chuveiro, e qualquer que seja o esquema de aterramento deve possuir proteção DR de alta sensibilidade:
- Os circuitos que sirvam pontos de utilização em locais com banheira e chuveiro;
- Os circuitos que alimentem tomadas de corrente, situados em áreas externas à edificação;
- Os circuitos de tomadas de corrente situadas em aras internas que possam vir a alimentar equipamentos no exterior;
- Os circuitos que, em locais de habitação, sirvam de pontos de utilização situados em cozinhas, copas, lavanderias, área de serviço, garagens e áreas internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens;
- O uso de DR’s não dispensa, nenhuma hipótese, o uso de condutor de proteção. Todo circuito deve dispor de condutor de proteção, em toda sua extensão;
- Em circuitos de corrente contínua só devem ser usados DR capazes de detectar correntes diferenciais-residuais contínuas. E deve ser capaz de desligar tanto em condições normais quanto em situações de falta (neste caso deve se utilizar o dispositivo DR tipo B);
- Em circuitos de corrente alternada nos quais a corrente de falta possui componente contínua (neste caso deve-se utilizar o dispositivo DR tipo A);
- Em circuitos de corrente alternada nos quais não se preveem correntes de falta que não sejam senoidais (neste caso deve-se utilizar o dispositivo DR tipo AC);
- Associação entre dispositivos de proteção a corrente residual-diferencial e dispositivo de proteção contra sobrecorrentes;
Funcionamento do Dispositivo DR
- Funcionamento elétrico
As bobinas principais (P) são enroladas sobre o núcleo magnético de modo a determinar, quando atravessadas pela conrrente I, dois fluxos magnéticos iguais e opostos, de modo que, em condições normais de funcionamento, o fluxo resultante seja nulo. A bobina secundária (B) é ligada ao relé polarizado.
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